• Paulo Rabello de Castro
  • 12/03/2009
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O PR?IMO APAGÏ FINANCEIRO - Estad?

OS “SPREADS” nos mercados d?indica? de um pr?o choque financeiro, de propor?s semelhantes ao abalo sofrido ap? quebra do Lehman Brothers. Se o novo apag?acontecer, ser?m duro golpe nas previs?dos chamados “otimistas de vento”, que insistem em projetar uma recupera? em “V” da economia americana. Os n?os mais recentes do desemprego nos EUA – mais 650 mil dispensados apenas em fevereiro – tornam fantasiosas as expectativas de uma revers?r?da do quadro geral de piora. As autoridades americanas tentam, agora, abortar os efeitos aparentes da crise. O julgamento dos primeiros 60 dias de Obama ?uro por dois motivos principais: o tamanho do problema e a natureza do abalo com que est?lidando. A equipe do novo presidente herdou um colossal erro de diagn?co de Paulson, o ex-secret?o do Tesouro de Bush, e de Ben Bernanke, chefe do Fed. Ao considerar o problema dos bancos como essencialmente uma “crise dos cr?tos sub-prime”, o verdadeiro problema de solv?ia, advindo de classes m?plas de ativos problem?cos, foi solenemente ignorado. Nisso o Fed perdeu parte da credibilidade, quando seus ativos e passivos saltaram em 100% durante 2008, para cerca de U$$ 2 trilh? em sucessivos socorros bilion?os a bancos e n?bancos. O novo plano do secret?o do Tesouro, o novato Tim Geithner, conseguiu uma proeza a mais: provou aos mercados que o tamanho do problema era, de fato, de v?os trilh?de d?es, e que o governo Obama n?tinha id? clara de como lidar com a avalanche por acontecer! Isso foi um m?atr? Desde ent? a confian?dos investidores, que j?ra quase zero, embicou de vez, jogando fuma?sobre o an?o do outro plano de Obama, seu pacote de “est?los” de U$$ 878 bilh? com o qual o novo presidente pretende sustar a onda de desempregos. Senadores republicanos falam hoje em “deixar os grandes bancos quebrarem” para proteger os contribuintes de ruinosas e aparentemente in?s opera?s de socorro. Infelizmente, o tremor financeiro mundial aconteceu em ambiente de nega?. O governo Bush pedalou sua sa? de cena, deixando a Obama a batata fumegante. A quest?crucial, neste momento, n???tamanho do problema, sen?tamb?a natureza do abalo. A sincroniza? planet?a da crise gera ondas de impacto atrav?das retra?s sucessivas da demanda mundial por exporta?s. Nunca houve, em per?o que se tenha not?a, tal elimina? conjugada de gastos de consumo e investimento. Essa caracter?ica ?otalmente nova, contrariando os otimistas de vento que viam China e demais Brics, inclusive n?como os sustentadores da demanda cadente no ?ito do G7. Como n?h??la keynesiana para os EUA se livrarem da retra? geral, os governos v?gastar o dobro ou o triplo para conseguir metade do efeito esperado. Todos se voltam para o encontro do G20, dia 2 de abril em Londres, mas ainda n?se sabe de uma ?a id? para se por em pr?ca no dia seguinte, ajudando a recompor a confian? Por isso, a economia mundial continuar?onvivendo com n?os muito desalentadores. O Brasil, bem defendido inicialmente, n?escapar?e uma deteriora? lenta e progressiva, importada dos demais. Chega a ser chocante, neste cen?o de perigos, a absoluta aliena? dos pol?cos em Bras?a, que se esgrimam por vagas em arranjos de supostas candidaturas a 2010, numa economia t?prejudicada em sua trajet? de crescimento nos dois anos finais de Lula. Talvez apenas o abalo s?ico, um apag?geral, possa fazer os l?res da p?ia amada despertarem de sua pr?a escurid? * Professor de economia. paulo@rcconsultores.com.br