• Fernando de Barros e Silva - Folha
  • 05/05/2009
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O NOVO ESTADO DE LULA

SÏ PAULO - Para um governo que se empenha em misturar p?e circo, as comemora?s do 1º de Maio cumpriram a sua parte: entre shows e sorteios, sobraram palavras de elogio ao Estado nos eventos das centrais sindicais. Justo. Em 2008, elas receberam s? imposto sindical quase R$ 150 milh?livres de qualquer fiscaliza? (10% do que foi descontado de forma compuls? do trabalhador) -uma inova? do lulo-getulismo. Foi-se o tempo em que a CUT brigava para libertar o sindicalismo da tutela estatal e a For?pregava contra ideologiza? da pauta trabalhista pelo PT. Hoje est?unidas e satisfeitas sob o mesmo guarda-chuva, usufruindo o peleguismo de resultados. Reclamar do qu? Quem aproveitou para reclamar no 1º de Maio foi Lula, mas da hipocrisia dos que se levantam contra o descalabro do Legislativo. E por que decidiu comprar essa briga, desqualificando a justa indigna? do p?co? Defesa da democracia? Antes fosse. Lula ouviu um apelo dos amigos Jos?arney e Michel Temer, segundo quem a press?popular por compostura est?eixando muita gente insatisfeita no Congresso e isso cria riscos para o Planalto. Afinal, quem quer uma CPI da Petrobras, por exemplo? Uma m?suja a outra, por assim dizer. Os eventos do 1º de Maio nos d?um retrato polaroid do lulismo. N?se trata s? coopta? e aliciamento. Este ? governo do arrast? De Sarney a Paulinho, do Congresso aos sindicatos, dos usineiros (her?nacionais) ao MST, dos banqueiros ?assa miser?l do Bolsa Fam?a, dos empreiteiros (que ressuscitaram) ?ONGs que beliscam as bordas do Estado -todos parecem participar da nova comunh?nacional, uma esp?e de CarnaLula que prescinde de regras claras e tripudia da moral. Pai dos pobres, m?dos ricos. S?r pregui?mental ou m??lgu?ainda chama isso de esquerda. Reinven? do patrimonialismo com ganhos sociais, esse arremedo do getulismo tem data de vencimento e alto custo institucional. Quem ?ue vai pagar a conta?