• Élio Gaspari - O Globo
  • 25/02/2009
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O MASSACRE DA EMBRAER

O Massacre da Embraer foi morte anunciada H`UMA semana, diante da not?a do Massacre da Embraer, no qual foram destru?s 4.000 empregos, Lula indignou-se. Segundo a narrativa de sindicalistas que estavam com ele, Nosso Guia teria dito: ?um absurdo que uma empresa que recebeu recursos do BNDES ao longo dos ?mos anos, ao primeiro sinal de problemas, promova este enorme corte, sem uma ?a conversa com algu?do governo, sem nos procurar. De duas uma: Lula est?azendo teatro (a melhor hip?e), ou disse a verdade, revelando que n?tem ideia do que acontece no pa?e no seu governo. Pior: seus ministros do Trabalho, do Desenvolvimento e da Fazenda tamb?n? A informa? de que a Embraer pretendia demitir 4.000 funcion?os era p?ca desde dezembro do ano passado. Foi revelada pelo rep?r Julio Ottoboni, referindo-se a um boletim interno da empresa. Ottoboni informou o tamanho da carnificina -4.000 funcion?os, e a ?ca, o in?o de 2009. Lula e seu ministros podem dizer que n?leem jornal, mas a informa? constou da sinopse que a Radiobr?organiza diariamente. Os sindicalistas de S?Jos?os Campos sabiam do plano da Embraer e dizem que tentaram negociar com a empresa mecanismos semelhantes aos que t?protegido milhares de empregos. Jos?opez Feij?da executiva da CUT, contou que a Embraer chegou a marcar um encontro com o ministro Guido Mantega, mas n?apareceu. Discutiriam a qualidade dos sambas-enredo das escolas? Quem diz que foi surpreendido ofende a quem lhes d?r?to. Com o tempo vai-se saber quem conversou com quem. Por enquanto, fica a possibilidade de ter havido um acordo t?to: a Embraer faz o massacre, eu digo que n?sabia, falo mal de seus diretores durante uma semana e depois voltamos ?pr?cas de sempre. Que pr?cas? Desde o tempo dos generais a Embraer ?ma queridinha do pal?o. Se o presidente precisa de um cen?o para bombar os avan? tecnol?os de seu governo, marca um evento em S?Jos?os Campos e aparece na foto ao lado de jatos, rob? m?inas fant?icas. Quando o tucanato precisou bombar sua publicidade, os marqueteiros selecionaram um plantel de bem-sucedidos para ilustrar an?os pelo Brasil afora. Na lista, o presidente da Embraer. A intimidade do Planalto com a Embraer chegou ao apogeu em 2004, quando Nosso Guia encomendou o AeroLula ?mpresa europeia Airbus, ao pre?de US$ 56,7 milh? Presidindo um pa?onde funcionava a quarta maior f?ica de avi?do mundo, teria sido razo?l encaminhar o pedido ?mbraer. Empregaria 400 pessoas durante seis meses. Segundo o Planalto, o Airbus era essencial porque sua autonomia permitia voos diretos at?aris ou Nova York. Considerando que esses trajetos n?s?frequentes, ficava pelo menos a d?a. Ela foi desfeita pela Embraer, que se apressou em respaldar a decis? informando que n?produzia o tipo de avi?pedido, nem pretendia faz?o nos pr?os cinco anos. Caso raro de empresa amparando uma prefer?ia pelo concorrente. George Bush e Henry Paulson, seu secret?o do Tesouro, fizeram muitas besteiras, mas nunca lhes passou pela cabe?armar um jogo ao fim do qual pudessem dizer que n?sabiam que o banco Lehman Brothers estava quebrado.