• Folha de São Paulo - Editorial
  • 12/04/2009
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O BRASIL SE OMITE

O DIRETOR de uma ind?ia foi flagrado pelas autoridades cometendo um crime considerado grav?imo: fizera telefonemas internacionais. Foi fuzilado num est?o, diante de 150 mil pessoas. O fato se deu na Coreia do Norte, sob um dos regimes mais tir?cos do planeta. Al?do aparato repressivo cl?ico -que inclui campos de concentra? e tortura de presos pol?cos-, o regime de Kim Jong-il apresenta particularidades especialmente odiosas. Constituiu, por exemplo, um sistema nacional de prostitui? for?a, intitulado gippeumjo, ou brigadas do prazer: congregam jovens encarregadas de prestar servi? sexuais ?autoridades. As demais mulheres, enquanto isso, s?proibidas de usar cal?comprida. O Conselho de Direitos Humanos das Na?s Unidas aprovou na semana passada uma resolu? condenando o regime de Kim Jong-il. O Brasil se absteve de dar seu voto. No Sud? com o benepl?to de um ditador j?ondenado internacionalmente, 300 mil pessoas j?orreram em conflitos na regi?de Darfur, e a vida de 2 milh?de refugiados est?or um fio. O Brasil n?condena o regime sudan? Mais de 90 pa?s j?ssinaram uma resolu? da ONU banindo as chamadas bombas de fragmenta?. Trata-se de artefatos capazes de espalhar pelo territ? atingido at?.000 bombas menores, que terminam funcionando como minas terrestres. Tamb?neste assunto, o Brasil se omite. N?ser?ortejando ditadores e fac?ras que o Brasil assumir? papel de lideran?mundial a que o governo Lula diz aspirar. Omitindo-se em quest?como essa, o t?celebrado pragmatismo do Itamaraty nada mais significa do que um acinte ?tradi?s pac?cas do pa?e um motivo de vergonha para todos os seus cidad?.