• Reinaldo Azevedo
  • 01/05/2009
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MINISTRO DO SUPREMO NÏ DISPUTA O BIG BROTHER

A?m leitor que vem daqueles arrabaldes morais, a despeito de toda a minha hostilidade com essa gente, manda me dizer que, no blog de n?sei quem, Joaquim Barbosa tem 90% de popularidade, contra apenas 10% de Gilmar Mendes. Ent?.. Se fosse concurso de miss pela Internet, Barbosa seria eleito. Se fosse Big Brother, iria para a final. Como n??o que isso quer dizer? Nada! Ademais, compreendo os motivos: Joaquim Barbosa faz com que os seus f?tenham a impress?de que entendem de lei e justi? N?porque ele eleve o saber jur?co de quem o aplaude, mas porque rebaixa os seus pr?os para ser aplaudido. Agora que as sess?s?televisionadas, qualquer ministro que comece a espernear, simulando querer mais justi?do que os outros, leva vantagem. Tudo depende do car?r de cada um e do qu?oportunista se pretende ser. Lula tamb?j?ez muito sucesso — e faz ainda — tratando o que n?funciona no governo como coisa que n?lhe diz respeito. O que sei ?ue n?se melhora a Justi?passeando em cal??em dia ?. Esse tribunal ainda vai passar por muita coisa. Se Joaquim Barbosa n?tirar do seu horizonte a suspeita de que aqueles que divergem dele o fazem por racismo, poder?er protagonista de novas crises. At?orque um homem inteligente como ele tem de supor que tamb?se pode NÏ divergir por racismo. Fica-se, assim, num mato sem cachorro: ou se estaria sendo severo demais com ele ou condescendente demais. Em suma: ele teria de nos dar uma bula sobre como concordar com ele e discordar dele. Algumas pessoas, n?muitas (n?se animem os petralhas!), realmente n?gostam de mim. Outras podem at?ostar, mas discordam com veem?ia. Como, at?nde sei, n?posso alegar preconceito de qualquer natureza — Contra branquelo? Contra cat?o? Contra m?es? Contra cabe?furada? —, sou obrigado a dizer ?inha vaidade: “T?endo? Nem todo mundo vai com a sua cara ou o considera uma pessoa interessante”. Posso achar um absurdo, hehe, mas minha vaidade suporta... A vaidade de Barbosa n?pode ser t?grande a ponto de achar que s? pode discordar dele por racismo. Eu n?quero deix?o chocado, mas j? maduro o bastante para aceitar a hip?e de que, eventualmente, possa estar errado. Acusar um colega de tribunal de “sonegar informa?s” num julgamento ?por exemplo, uma atitude malcriada. Cedo ou tarde, quest?relativas a cotas raciais chegar?ao Supremo. Ser?roibido discordar da posi? do ministro — seja ela qual for? Eis a? exemplo expl?to de um dos males que o racialismo est?azendo ao Brasil. Debate-se menos “o que” foi dito e mais “quem disse”. O voto que Joaquim Barbosa deu no caso do mensal?n??em de branco nem de negro. N??em de um ministro popular nem de um ministro elitista. ? segundo entendi, o voto de quem ouve as leis, n?as ruas. E, para que se fa? ent? justi?nesse caso, ele ter?e contar com o concurso dos seus pares. Joaquim Barbosa habita o Supremo Tribunal Federal. Isso ?ma distin? e tanto para qualquer brasileiro, pouco importa sua origem social ou a cor de sua pele. Falta agora que deixe o Supremo Tribunal Federal habit?o, sentindo-se, como de fato ?um deles. Quando isso acontecer, vai se lembrar que n?obt?respeito quem fica cobrando “respeito”. O respeito costuma ser a justa recompensa de quem ?espeitoso com seus pares, com a institui? e com a Constitui?.