• Paulo G. M. de Moura
  • 15/04/2009
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LULA SE ATRAPALHA COM A CRISE - www.professorpaulomoura.com.br

O presidente Lula reage mal ?firma? de que ele ?m pol?co de sorte que se beneficiou de um longo per?o de bonan?na economia mundial, ao contr?o de seu antecessor, FHC, que teve que gerenciar cinco crises financeiras internacionais ao longo de seus dois mandatos. A crise atual, a primeira que Lula precisa enfrentar, tem servido de term?ro sobre a capacidade do presidente e de sua equipe para lidar com adversidades de grande magnitude. E os indicadores n?s?animadores. Antes conv?destacar, que a equipe econ?a, exce? feita ao presidente do Banco Central, ?otalmente petista. O ministro do Planejamento ?etista; o ministro da Fazenda ?etista, e o presidente do IPEA, que subsidia os estudos que orientam o planejamento das pol?cas p?cas do governo em mat?a econ?a, ?etista. O primeiro e mais grave erro do governo foi o diagn?co da crise. Conforme j?egistrado em artigo aqui publicado anteriormente, tudo indica que o governo, incluindo o ex-tucano Henrique Meirelles, acreditou que o impacto da crise sobre a economia brasileira se faria sentir apenas como uma marolinha. Decorr?ia disso, o governo demorou a agir e agiu de forma inadequada quando percebeu que o problema era mais grave do que o previsto. Todos se lembram das declara?s do presidente Lula ordenando aos brasileiros que n?parassem de consumir e revelando contrariedade com os prefeitos rec?eleitos e governadores que, fazendo a leitura correta da crise, cortaram despesas e investimentos antevendo, j?o final do ano passado, a queda de arrecada? decorrente do impacto da crise sobre nossa economia. Ao mesmo tempo o presidente Lula ordenou a desonera? tribut?a do IPI e do IR, justamente impostos que a Uni?compartilha com estados e munic?os, deixando intactas as contribui?s que irrigam sem distribui? para outras unidades federadas, os cofres do governo federal. Resultado: o desespero bateu ?orta dos prefeitos e governadores e o presidente Lula se v?brigado a adotar medidas de socorro emergencial sob pena de ser responsabilizado pela crise no atendimento dos servi? p?cos que decorrer?a secura dos cofres de prefeituras e governos estaduais. O socorro anunciado, que prev? repasse de menos de 1/3 do valor cortado apenas, n?ser?uficiente para salvar Lula das cr?cas das quais ser?lvo por parte de administradores locais e regionais indignados. O temor ?erda de popularidade assombra as noites do presidente. O lan?ento do pacote habitacional revelou o mais impressionante conjunto de improvisos em curto espa?de tempo que se tem conhecimento nesse segundo mandato de Lula. Inicialmente anunciado para contemplar a constru? de 200 mil moradias, o plano foi elevado para 500 mil e finalmente para um milh?de casas populares, cifra a que, tudo indica, esperava aprova? final dos marqueteiros do governo. O vistoso n?o, no entanto, n?resiste ao contraste com a real capacidade pret?ta do governo para transformar essa ret?a em realidade. A recente mudan?de presidente do Banco do Brasil ?utro lance pol?co desastrado do governo. Alegando a resist?ia do demitido em obedecer ?rdem de baixar os juros, Lula, pessoalmente, ordenou sua substitui?. A forma como a troca se deu deixa transparecer o desespero de Lula em confrontar a realidade que contraria sua vontade. O resultado do voluntarismo presidencial, contra a l?a da boa t?ica de gest? foi a perda milion?a do valor de mercado do banco estatal, em preju? de acionistas e contribuintes. Mas a prova mais cabal do desnorteio governamental prov?do IPEA (ver editorial do Estad?de hoje replicado aqui). Recentemente esse ?o, que realiza estudos e pesquisas para orientar o planejamento das pol?cas p?cas federais, divulgou estudo comparando o tamanho do Estado brasileiro com o de uma lista de pa?s. Segundo o IPEA nosso paquiderme patrimonialista ?enor que o estado nos EUA, Espanha, Alemanha, Fran? Su?a, Argentina, Uruguai e Paraguai (http://www.ipea.gov.br/default.jsp). Por tr?da pesquisa est? aparente inten? de justificar o incha?e a politiza? da m?ina p?ca patrocinado pelo governo Lula. Em primeiro lugar, conv?frisar que ?ustamente a concess?de aumentos reais de sal?os ao funcionalismo p?co e a contrata? de milhares de novos servidores nos ?mos anos a principal vulnerabilidade a amea? a capacidade de resposta do governo ?rise global em curso. O aumento do custeio da m?ina gerou despesas com crescimento inercial incontorn?l e, com isso, limitou a capacidade de investimento do governo, for?do-o a queimar reservas e avan? sobre fundos p?cos para financiar as pol?cas de resposta ?rise, medidas essas cujos custos se refletir?no bolso do contribuinte nos pr?os anos. Al?disso, pergunta-se: se o estado brasileiro ?enor que o estado da lista de pa?s antes referidos e mesmo assim consome 40% da riqueza produzida anualmente pelos brasileiros, o que interessa constatar como conclus?do estudo do IPEA n?? compara? entre o tamanho dos estados citados pela pesquisa, mas sim o alt?imo custo de um estado ineficiente na presta? dos servi? essenciais ?opula?. Ou seja, o governo Lula, sob orienta? dos estudos do IPEA, est?mpatando o dinheiro do contribuinte no aumento de um estado ineficiente, ao inv?de direcionar esses recursos para investimentos produtivos que poderiam abreviar e baratear a sa? da crise.