• Percival Puggina
  • 11/07/2015
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LULA, SAI DO FACE E VEM PRA RUA!

 

 Há alguns dias, no melhor estilo que seu caráter pode proporcionar, Lula resolveu puxar as orelhas de sua protegida. Disse que ela se tranca no gabinete, que foge do contato com o povo, que deveria estar nas ruas defendendo seu governo. Ao final, diagnosticou que o governo petista, nas mãos da companheira, "já está no volume morto". E por aí foi. Das duas uma: se falou sério foi velhaco; se falou brincando, também.

Em ambos os casos, ele está tratando de se eximir das responsabilidades que sobre ele recaem em relação aos 13 anos de governo petista. Oito foram dele e cinco correm à conta de seu braço direito e grande gestora, a mãe do PAC, a madrinha de Pasadena, a tia do Petrolão e a dona da crise. Sair para rua? Ô Lula! Você pode imaginar Dilma passeando num shopping, pedalando na Lagoa Rodrigo de Freitas ou na orla do Guaíba? Consegue imaginar Dilma apertando mãos na Rua da Praia ou jantando no Piantella? Vai com ela, Lula. Vai com ela.

Mesmo quando tinha bem mais de nove pontos de aprovação, a presidente descobriu que aparecer em público era um convite à vaia e ao panelaço. Com nove pontos, assistir um jogo de futebol seria franquear-se para ataques à sua dignidade pessoal e familiar. Portanto, o conselho de Lula está muito longe de ser uma orientação estratégica. É expressão do mais indigno "faz o que eu digo, mas não faz o que eu faço", porque também ele, Lula, só aparece valente cheio de indignações e razões no Facebook, no meio dos próprios companheiros ou entre gente muito amiga do peito.

Essa frase de Lula dispensa o discurso da mandioca e da "mulher sapiens" para evidenciar mais esse absurdo da nossa democracia: o absurdo do poder que se mantém nas mesmas mãos apesar de seus dois principais representantes, que governam o país há 13 anos, não poderem aparecer em público, tamanha sua rejeição. Hoje, se dependesse da vontade popular, estavam fora do poder. Mas isso, no presidencialismo, não tem qualquer significado. Ao que tudo indica, estamos dependendo do TCU ou da UTC. Mas a CUT resiste.


* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.
 


Gustavo Pereira dos Santos -   15/07/2015 09:43:36

Identifiquei o Sergio Alcântara. Enfim um colega do Novo. Um abraço, Gustavo. http://www.novo.org.br/

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   12/07/2015 12:57:22

A questão crucial é: Como instituir-se um sistema parlamentarista realmente confiável, representativo, plural e democrático com essa hegemonia, essa dinastia esquerdista, há décadas reinante em nosso país, com domínio absoluto no meio acadêmico, de produção cultural, político-cultural, político-estatal e político-institucional? Como confiar nesses arremedos de partidos, ditos de direita, repletos de parlamentares de formação duvidosa, que se limitam a papagaiar as "verdades" do "politicamente correto"? Vejam só o que aconteceu, por exemplo, em relação às importantes manifestações populares de 2013 e 2015. Qual foi a resposta de nossos "digníssimos representantes" às claras reivindicações daqueles conscientes e patrióticos manifestantes? Nenhuma. Já há um bom tempo me desfiliei do PP por perceber o nível de atrelamento desta sigla ao jogo ideológico do marxismo-gramscismo. Vejo claramente que prevalece aquela ideia equivocada, lá do fim do Regime Militar, onde acreditava-se que a população estava maciçamente pendida à esquerda. Caro Professor Puggina e demais amigos: A formação de um partido verdadeiramente, assumidamente de direita, com lideranças capazes de captar e interpretar adequadamente o que, no fundo, pensa, quer e sente a maioria esmagadora dos cidadãos brasileiros não seria um bom começo, quem sabe, o ponto de partida para esta indispensável mudança estrutural?

Ismael de Oliveira Façanha -   11/07/2015 16:55:03

O Brasil é como uma panela de pressão prestes a explodir; qual é a peça que vai falhar e quando, desencadeando o estouro, isso é imprevisível, mas inelutável.

Genaro Faria -   11/07/2015 14:46:51

Não perco meu tempo dando ouvidos ou falando com petistas. É mais proveitoso, e agradável, conversar com as paredes. Mas alguns amigos meus ainda se submetem ao suplício do qual já me livrei definitivamente. Destes amigos eu tenho ouvido que os petistas acham que Dilma errou ao não montar seu ministério a quatro mãos com Lula, como no início do primeiro mandato. E dão a receita para que a situação se reverta. Bastaria tirar o Mercadante da Casa Civil e deixar que Lula escolha o sucessor. Jorge Bergoglio também estaria sendo mal assessorado. E por isso fez esse périplo pelo Equador e Bolívia, onde os ditadores bolivarianos o saudaram como um companheiro de luta contra o capitalismo, essa "ditadura disfarçada", segundo as palavras do sumo pontífice. Vai ver, a crise política e religiosa da América Latina está nas assessorias do governantes. Abaixo os assessores!