• Percival Puggina
  • 21/11/2008
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LOUCURA CONTAGIOSA

O p?co que assolou os mercados mundiais nas ?mas semanas veio trazer consolo ?vi? do comunismo. Foi como se o falecido tivesse ressurgido do mundo das trevas, novinho em folha, no pleno vigor de suas energias, pronto para ser usado. 3 afoitas vi? recomendo menos entusiasmo. As coisas n?s?bem assim. O velho morreu mesmo, de fal?ia geral dos ?os. De todos os ?os. O p?co que se assiste nos mercados mundiais ? que, em Direito Penal, poderia ser denominado prova circunstancial da autoria do crime. Foi apenas uma nova manifesta? dos mesmos descontrolados. ?como o sujeito que comete o crime e entra em depress? A depr? a prova do crime. O que surpreende, em muitos, ? incapacidade de compreender a real natureza do problema, tema sobre o qual escrevi mais de 200 artigos nos ?mos vinte anos. Trata-se de uma quest?filos?a a respeito da liberdade. N??reciso esquentar muito os neur?s para compreend?a posto que a vida fornece a mesma li? a todos, indistintamente, com fartura de exemplos: a liberdade humana ?imitada e na aus?ia de regras e controles tende a se perverter. Como escrevi num desses muitos textos, quem quiser ser absolutamente livre precisar?udar-se para o mato. Ali n?haver?mpostos, autoridade p?ca, normas de condom?o, sirene de pol?a, nem campanhas eleitorais. Pardais ser?de fato passarinhos. E o despertador ser? ronco de algum bugio. Mas haver? chuva, o sol, o frio, a fome, a enfermidade sem rem?o ou aten? m?ca, os animais predadores, a perda da linguagem, a solid?enferma e a velhice sem prote?. Ora, as mesmas pervers?que a falta de controles e de san?s faz infestar a vida social, podem ocorrer e ocorrem, no mercado, atrav?da a? individual ou conjugada de seus m?plos agentes. ?vasto o elenco dessas enfermidades, entre as quais os monop?s, os oligop?s, os cart? e as muitas pr?cas daninhas proporcionadas pela desmedida gan?ia. Gosto de uma frase de Delfim Neto, a quem pessoa alguma poder?ualificar como esquerdista: “A irrestrita liberdade de mercado tende a acabar com a liberdade de mercado porque o sonho de todo ator da cena econ?a ?icar sozinho no mercado”. Acrescento eu: todo aquele que realmente ama a liberdade pede regras que a preservem para todos. N?estou, portanto, a recusar as imensas vantagens da economia livre sobre a economia planificada. H?de fato, no mercado, uma sabedoria e uma tend?ia ao auto-ajuste, como est?endo evidenciado nos pr?os epis?s em curso. O p?co ?ma evid?ia daninha dessa tend?ia. Sem interven? alguma, haveria quebradeira quase generalizada, centenas de milh?de v?mas, correntistas perderiam seus haveres monet?os, mas o mercado chegaria ao real valor das coisas. No entanto, o que se deseja ?eduzir a dimens?do dano por um lado e, por outro, estabelecer mecanismos institucionais que evite a anarquia, os excessos, os descontroles, enfim, que levaram as economias mundiais a essa crise. O que aconteceu foi uma loucura, uma pervers? mediante condutas que se estivessem devidamente reguladas seriam apontadas como pr?cas delituosas. Tais c?os de comportamento, se institu?s, tais institui?s de controle, se criadas, n?determinariam qualquer preju? ?iberdade de mercado (antes, assegurariam maior proveito) porque uma correta regula? n?far?ais do que assegurar o uso respons?l da liberdade por todos os agentes econ?os. Concluir-se, a partir do que est?correndo, que a globaliza? “is shit” e que o capitalismo “is dead” ?oucura muito maior. O Brasil, deitado sobre seu colch?de US$ 200 bilh??m bom exemplo do que afirmo. Foram a economia de mercado e a inser? brasileira no mercado mundial que inflaram o colch?sobre o qual Lula executa suas piruetas ret?as. Especial para a REVISTA VOTO