• Érico Valduga, em Periscópio
  • 24/04/2009
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JU?O NO PLENRIO ERRADO

Voc?acompanharam o bate-boca de Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa no Supremo? N?? primeiro e nem ser? ?mo a chamar a aten? pela crueza de algumas express? potencializadas pelo crescente n?o de cidad? que acompanha ao vivo a transmiss?das sess?pela TV Justi? ?natural que ministros de temperamento forte, como ? caso de ambos, percam o controle vez que outra. Mas n?? regra, e pelo acontecido n?se pode concluir que o STF esteja dividido no entendimento do que ? sua miss?de int?rete da Constitui?. Ali? em nota oficial, oito deles (Ellen Gracie estava viajando e os envolvidos ficaram de fora) reafirmaram a confian?e o respeito a Mendes “na sua atua? institucional como presidente, lamentando o epis? ocorrido nesta data” (quarta-feira, 22). N?existe o bem e o mal que entidades de classe e parte da m?a logo apregoaram, em orquestra? conhecida, como se o caso comportasse tomadas de posi?, e fosse conseq?ia de infiltra?, no plen?o do tribunal, da voz das ruas mencionada durante a discuss? Quem ouve, ou deveria ouvir esta voz, s?os pol?cos, e n?os ju?s, cegos e surdos ao que n?est?os autos. Ali? os autos e a doutrina tiveram pouco a ver, a julgar pela resposta de Barbosa ?ergunta da Folha de S.Paulo sobre ser ele apontado como o ministro que mais se desentende com os colegas, e se isto seria sinal de temperamento dif?l. A resposta revela um estado de esp?to complicado: “Engano pensar que sou uma pessoa que tem dificuldade de relacionamento, uma pessoa dif?l. Eu sou uma pessoa altiva, independente e que diz tudo que quer. Se enganaram os que pensavam que, com a minha chegada ao Supremo Tribunal Federal, a Corte iria ter um negro submisso. Isso eu n?sou e nunca fui desde a mais tenra idade. E tenho certeza de que ?sso que desagrada a tanta gente. No Brasil, o que as pessoas esperam de um negro ?xatamente esse comportamento subserviente, submisso. Isso eu combato com todas as armas”. O que a cor da pele tem a ver com a qualidade t?ico-jur?ca e com o comportamento de um magistrado no pa?em que quase metade da popula? ?e mulatos e negros? Se tem a ver, o ministro est?o plen?o errado, no m?mo.