Percival Puggina
Não entendo de fraudes. De fraudes entendem investigadores, peritos e criminosos. Mas percebo os hematomas do processo democrático quando golpeado e reconheço um complô quando o vejo produzindo efeitos.
Onde a nova configuração do Congresso mostra os votos de Lula? Mais da metade das cadeiras ficaram com os conservadores, ou com a direita! A esquerda raiz conquistou apenas 20% das cadeiras. O que aconteceu domingo, se não uma sequência daquilo que se viu durante quatro anos? Ou seja: as informações não coincidem com o que se vê; o discurso não fecha com a prática; a determinação judicial não confere com a lei; a pesquisa eleitoral vai para um lado e os votos para outro; a análise desconhece a realidade; toda ocultação e toda distorção beneficiam Lula e prejudicam Bolsonaro.
Diante do que disseram as urnas, não vou conjeturar sobre o que não sei, mas quem tenha observado registros desse enviesamento ao longo dos últimos quatro anos está pensando, sim, na falta de transparência do sistema.
Entendi que também a esse respeito nada é como a nação quer, mas como querem seus regentes togados. Entendi isso, muito claramente. Só não entendi o motivo capaz de levar um pequeno colegiado, encarregado de administrar os ritos do processo eleitoral, a exibir tamanho desdém à opinião majoritária da sociedade, expressa em sucessivas pesquisas que o próprio tribunal divulga. Datafolha de julho sobre confiabilidade das urnas: confiam muito, 47%; confiam um pouco, 32%; não confiam, 20%, e não opinaram 3%. Ao apresentar esses dados, em coro com o consórcio do jornalismo militante, o tribunal considera que confiar um pouco é o mesmo que confiar! Então, soma as duas parcelas e divulga um índice de confiança de 79% em vez de um índice de desconfiança de 52%! Essa não, doutores!
Já a nação, ora a nação! Que se dane em incertezas.
Não entendo de fraudes. De fraudes entendem investigadores, peritos e criminosos. Mas percebo os hematomas do processo democrático quando golpeado e reconheço um complô quando o vejo produzindo efeitos.
A inédita e constrangedora vitória de Lula no último domingo é consequência de tudo que contra Bolsonaro foi orquestrado e de todo assédio que sofreu das instituições. É colheita do patrulhamento imposto às redes sociais, das trovejantes ameaças lançadas sobre os cidadãos, da restrição às liberdades de opinião e expressão e do colaboracionismo das plataformas com o ambiente político imposto ao país.
Os eleitores que deram maioria a Bolsonaro no Congresso não haverão de entregar o Brasil de volta ao ex-presidiário.
O prazo de validade do susto já se esgotou. Queremos nosso país de volta e não soltaremos a ponta da corda. Dia 30 tem a volta.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Teresa Camisão - 10/10/2022 11:54:57
Vc é fantástico!!! Mas claro que essa crônica, impossível!!!????????????????????????????????????????????????????????????????????????CARLOS EDISON DOMINGUESS - 10/10/2022 11:04:14
PUGGINA Para o 1º turno desta eleição mandei imprimir três mil cartas para serem distribuídas no meu bairro, conclamando os eleitores para refletirem a respeito dos efeitos da abstenção no Chile, Argentina e outros Países. Agora, dia 10, mandei fazer um banner para segurá-lo em alguma esquina ou na frente de igreja com o seguinte apelo IDOSOS ! VAMOS À URNA, PARA O BEM DE NOSSOS NETOS.Vicente Ganem - 07/10/2022 06:19:55
Te acompanho faz muito tempo.te agradeço pelo serviço que fazes para a sociedade.. tenho observado que a plataforma Facebook tem limitado o teu alcance .. é uma luta desleal obrigado por não desiste..estamos juntosDagobert - 06/10/2022 20:51:45
E eu fiquei muito desapontado com o governo que aparentemente não fez nada para evitar a fraude. Por que não é feito um teste no final da votação, zerar o aparelho e fazer uma votação simulada? Em qualquer equipamento de medição é feito uma teste no início no meio e no fim para verificar a calibração do aparelho. Equipes do INMETRO saem a campo para verificar a calibração das balanças. Não poderia ter uma equipe para verificar a "calibração" das urnas? Parece que todo mundo confiou que a votação para o Bolsonaro seja tão expressiva que pudesse compensar uma possível fraude. A quadrilha não está brincando.Menelau Santos - 06/10/2022 20:22:03
Professor, com certeza o Sr. lembra, quem leu Cazuza do Viriato Correa vai ver semelhança na disputa do Lula e o Bolsonaro com o embate entre o Jaime e o Floriano.Vicente Lino - 06/10/2022 18:03:29
Excelente. As ações do TSE/STF foram responsáveis pela suspeita sobre o processo eleitoral. Disseminaram a desconfiança por meio de ações ilegais dirigidas exclusivamente ao atual presidente, além de homenagear apoiadores petistas e subcelebridades nas dependências do tribunal e impedir o aperfeiçoamento do sistema, por meio das impressoras nas urnas. Não há confiança no sistema. Ponto!Manoel Luiz Candemil - 06/10/2022 16:33:51
As decisões malucas e inconstitucionais do STF e do TSE a que os cidadãos brasileiros vêm assistindo lhes dão pleno direito de supor o cometimento de fraude nas eleições.Marlúcio Neiva - 06/10/2022 02:00:23
Objetivo, direto, conciso e conclusivo. Sou um grande admirador de sua tenacidade e perspicácia. Até o dia 30, dia da volta. Parabéns pelo artigo.Adalgisa Cecília Polari - 05/10/2022 20:44:32
Parabéns! O senhor disse com muita educação o que todos nós aqui de fora exprimimos com ressonantes palavrões. Esgotamos umas poucas possibilidades para a letra L de Lula: L de ladrão, L de larápio, L de ladro, L de levando...vski pois estão todos unidos num só desejo, o de arrasar com o país. Tomam-nos por cegos, idiotas, imbecis. Creem que não vemos nem entendemos as jogadas sujas que fazem e tentam nos enfiar goela abaixo. Sim. Dia 30 de outubro vai o troco.