• Veja
  • 03/03/2009
  • Compartilhe:

ELES INVADEM E TAMB? MATAM

Laura Diniz Come? com um bate-boca entre um grupo de sem-terra e cinco homens contratados para evitar que a fazenda Jabuticaba, no agreste pernambucano, reintegrada por ordem judicial, fosse novamente invadida por membros do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST. Dos seguran?, apenas Jo?Arnaldo da Silva, de 40 anos, era profissional. Rafael Erasmo da Silva, de 20, e Wagner Lu?da Silva, de 25, trabalhavam como mototaxistas em S?Joaquim do Monte, a 137 quil?ros do Recife. Jos?edson da Silva, de 20, e Donizete Souza, de 24, eram agricultores. Para fazerem bico como guardas, eles recebiam de 20 a 30 reais por dia trabalhado. Naquele s?do, era Jo?quem estava ?rente da discuss?com os sem-terra, numa fazenda vizinha ?abuticaba. No meio da briga, um dos invasores acertou-lhe um tiro na perna. Jo?caiu e, imediatamente, recebeu uma bala na cabe? Rafael, ao seu lado, foi o segundo a ser morto – tamb?com um tiro na cabe? que trespassou o capacete de motociclista que ele usava. Ao ver os colegas tombarem mortos, Wagner, Wedson e Donizete correram. Donizete conseguiu escapar. Wagner e Wedson, alcan?os pelos sem-terra 1 quil?ro adiante, foram igualmente mortos como c?. Wagner levou um tiro na perna e dois na cabe? um deles na nuca. Wedson recebeu um tiro na perna e dois no rosto – morreu de bra? abertos, como quem pede clem?ia. Com base nas marcas dos tiros e no depoimento de duas testemunhas oculares, o delegado Luciano Francisco Soares diz que os assassinatos n?foram cometidos em leg?ma defesa, como afirma o MST. As v?mas foram executadas, resume ele. A pol?a prendeu em flagrante e indiciou por homic?o qualificado Aluciano Ferreira dos Santos, l?r do MST na regi? e Paulo Alves, participante do grupo. Eles s?acusados de perseguir e matar Wagner e Wedson. Os dois sem-terra apontados como assassinos de Jo?e Rafael est?foragidos. Depois do crime, o MST teve o desplante de pedir prote? policial para seus integrantes. Como se isso n?bastasse, o coordenador nacional do movimento, Jaime Amorim, numa declara? que deixa evidente a r?a moral pela qual seu grupo se pauta, afirmou: O que matamos n?foram pessoas comuns. Eles foram contratados para matar, eram pistoleiros violentos. ?mais uma declara? delinquente de um dos chef?do bando que, a pretexto de lutar pela reforma agr?a, aterroriza o campo brasileiro desde 1990. Naquele ano, durante uma manifesta? no centro de Porto Alegre, uma turba de sem-terra cercou um carro de pol?a e, a golpes de foice, degolou o cabo Valdeci de Abreu Lopes, de 27 anos. Desde ent? ao menos outros quarenta integrantes do MST foram acusados de homic?o (dois deles j?oram condenados em primeira inst?ia). SEM FUTURO A mulher e o filho de Wagner da Silva, que sustentava a fam?a trabalhando como mototaxista. Ele foi morto com tiros na cabe?depois de ser perseguido por 1 quil?ro por um grupo de sem-terra O recrudescimento das a?s dos sem-terra obedece a calend?o e motivo bem definidos. 3 v?eras de um ano eleitoral, MST e cong?res querem continuar a receber vultosos repasses governamentais – o que implica a perman?ia do PT no governo federal. Eles desejam preservar suas fontes de financiamento e tamb?garantir a impunidade da qual v?sendo benefici?os at?gora, diz o fil?o Denis Rosenfield. N?por coincid?ia, foi o Pontal de Paranapanema, em S?Paulo, o lugar escolhido para o Carnaval Vermelho dos sem-terra ligados a Jos?ainha, protegido das cabe? mais coroadas do petismo. Durante o feriado, vinte fazendas foram invadidas no territ? do tucano e presidenci?l Jos?erra. Por meio do embrutecimento de seus m?dos ou do puro e simples banditismo, os sem-terra tentam influenciar os rumos das elei?s em seu favor. ?preciso lembrar que, quando assumiu o poder, a c?a do PT gostava de dizer a empres?os, fazendeiros, integrantes da oposi? e jornalistas que, como o partido era o ?o capaz de colocar um freio nos sem-terra, ele representava uma garantia de paz no campo. Ou seja, ao intensificar suas a?s, o MST volta a transmitir a mensagem de que os petistas n?podem ser desalojados do governo federal, sob pena de os sem-terra se tornarem ainda mais virulentos. ?uma chantagem pol?ca t?ta. Numa semana em que os bandidos de Pernambuco posaram de v?mas, os assassinados viraram culpados e autoridades federais mais uma vez se mostraram complacentes com os criminosos, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Gilmar Mendes, veio a p?co para p?s coisas nos seus devidos lugares. Para isso, n?teve de recorrer a nada al?do ?o. O ministro lembrou que: 1) quem invade terra alheia est?frontando a lei; 2) quem afronta a lei n?pode receber dinheiro do governo; e 3) no estado de direito, a lei vale para todos. Simples assim. Complicado assim, em se tratando do Brasil.