• Percival Puggina
  • 24/06/2019
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DIREITOS SEM DEVERES!

 

 Mas o problema é exatamente esse! É aí que tudo começa.

 Zero Hora do último fim de semana (22/06) traz, na página de opinião, um confronto de pontos de vista sobre a internação involuntária de dependentes químicos. De um lado, um psiquiatra que integra o Conselho Nacional de Dependência Química da Associação Brasileira de Psiquiatria; de outro, a presidente do Conselho Regional de Psicologia do Rio Grande do Sul. O psiquiatra é favorável à internação involuntária na forma do PLC 37/2013; a psicóloga, contra.

Chamou-me atenção o que ela afirma. Textualmente: “O tensionamento se dá, em primeiro plano, ao direito da pessoa de não ser submetida a algo que não deseja nem autoriza.” E, mais adiante: “Não há uma epidemia de drogas, mas uma narrativa que se coloca a serviço de interesses diversos, que envolve um projeto de encolhimento do Estado”.

Ou seja, segundo o artigo da psicóloga presidente, tirante o abandono do setor de saúde, presumivelmente decorrente de uma concepção liberal que envolve redução do tamanho e peso do Estado, parece não haver maiores problemas. Epidemia de drogas é uma narrativa e é preciso respeitar o direito da pessoa de não ser submetida a algo que não deseja nem autoriza...

que não deseja nem autoriza...Repito: o problema é exatamente esse! É aí que tudo começa, inclusive a drogadição. Nessa linha de raciocínio, em que não vejo prumo nem norte, o indivíduo tem o direito de comprar a droga, de se drogar, de vender as tábuas da parede da casa de seus pais, de desgraçar a vida dos que com ele convivem, de fazer com que todos à sua volta adoeçam e de não seer contido e tratado a contragosto. É o perigosíssimo discurso dos direitos sem deveres. Quando ele se reproduz na sociedade, está sendo organizada a estrutura psicossocial de uma vida em comum que será mistura de sanatório geral e presídio central.

Não pode haver direitos sem deveres, sendo que aqueles vêm depois destes. Não pode haver liberdade sem responsabilidade, sendo que aquela vem depois desta.

Quando o ser humano não é educado em família, ou pelo círculo de convivência, ou ainda pelo rigor da lei, a dizer não a seus desejos e pulsões, favorece-se o caminho para o transtorno de personalidade antissocial. Tratar de dependência química passando ao largo dessa evidência, ou, mais grave ainda, afirmando o direito de não ser a pessoa submetida a algo que não deseja nem autoriza (como se estivéssemos tratando de uma dieta de legumes), simplesmente não tem cabimento.

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* Percival Puggina (74), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 


River -   26/06/2019 01:35:07

Hoje dia 25-06-2019, terça-feira: Sra. Doutora Ministra Cármen Lúcia heroína mineira. PT: franchão nauseabundo.

Carlos Edison Fernandes Domingues -   25/06/2019 20:16:08

PUGGINA . Não posso considerar a diabete como uma doença simples. O Estado muito se preocupa com este mal. Fornece seringa e Insulina. Cabe a cada um conservar, na geladeira o aparelho e o remédio. A doença não chega a "desgraçar a vida dos que com ele convivem" mas a longo prazo apresenta consequências irreversíveis . Não temos a liberdade de descuidar da saúde, especialmente, quando a falta dela compromete a harmonia familiar e coletiva. A psicóloga não está transmitindo o melhor aconselhamento. Carlos Edison Domingues

Haremhab -   25/06/2019 14:51:45

Esquerdopata e progressista, trabalho há 23 anos na região da Cracolândia em SP, testemunhei acontecimentos e fatos que até o diabo dúvida, não é sem motivo que o referido local é chamado jocosamente de Disneylândia do Capeta!Noias, verdadeiros zumbis que trocam uma criança recém nascida por uma pedra de crack, os traficantes dispõe de um exército para defende-los no fluxo, em todas as operações policiais, instigam os " coitadinhos, que não querem e não desejam", a atacar as forças de segurança, verdadeiro escudo humano, detalhe: infelizmente funciona, as autoridades não podem reprimir com maior rigor, rapidamente promotores, advogados e direitos humanos socorre-os, alegando tratamento desumano!a psicóloga do contra deve mudar sua visão romântica, o indivíduo que ela defende está incluindo, perdeu todo o discernimento do certo e errado, outros tem o dever de decidir por ele, fato!

Antônio Nunes -   25/06/2019 13:34:30

Interessante, eu não desejo ser achacado diariamente e ter meu bairro (Cidade Baixa) transformado em cracolândia. Também não autorizo os drogaditos a urinar e defecar na porta de entrada do meu edifício. Como fica o meu não desejar e não autorizar neste caso?

Menelau Santos -   25/06/2019 12:47:40

O cidadão deve ser livre, sem opressão, sem amarras. A sociedade não deve reprimir os instintos da pessoa, seus desejos, suas liberdades. A única obrigação que não se pode deixar de cumprir é o pagamento dos honorários.