• Percival Puggina
  • 08/08/2015
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DILMA E A LEGITIMIDADE PELA MENTIRA

Então, no novo perfil da mídia brasileira, a coisa fica assim. Alguns, diante desse erro descomunal que foram os governos petistas, vão além das aparências e abandonam o barco porque percebem as causas. Entre muitas, saliento estas, bem evidentes: o poder como objetivo ao qual tudo se sacrifica; a justificação dos fins pelos meios; o cultivo da insegurança pública como instrumento da luta de classes; o fracasso humano e social do assistencialismo vitalício como política de Estado; a impossibilidade técnica de se produzir desenvolvimento econômico e social sem economia de mercado; a apropriação indébita dos poderes de Estado, da administração pública e da política externa por um partido político, seja qual for.

 Outros, no entanto, continuam convencidos de que fora dos fracassos estrondosos da esquerda não há salvação para a humanidade. Apoiaram e votaram sempre no PT e se empenharam em preservar-lhe a imagem muito mais do que os líderes do partido. Aliás, enquanto estes trocavam os pés pelas mãos e enfiavam os quatro nos mais pantanosos negócios, eles cuidavam de espalhar o ônus moral de tais condutas sobre uma linha de tempo que, se a gente deixar, acabará remontando à criação do Reino de Portugal no século 12.

Se há algo que abala os formadores de opinião é constatar que quanto mais escrevem e falam, menos opinião formam. Então, com a credibilidade da presidente caindo para um dígito, ainda por cima quebrado, já não se encontram mais, na mídia, prosélitos com disposição de exaltar as virtudes do petismo reinante. Para os obstinados, porém, o passado ainda pode ser requentado. Tal é a aposta, por exemplo, do sempre oculto Foro de São Paulo (que antes diziam não existir e, agora, afirmam estar morrendo...).

Não havendo condições propícias ao proselitismo puro e simples, resta à mídia esquerdista e seus agentes dois meios de ação. No primeiro, obedecem à regra segundo a qual o contra-ataque é uma forma de defesa na qual dificilmente se passa vexame, porque sempre haverá o que atacar. Então, atacam quem ataca para defender quem não mais se atrevem a defender. No segundo, aí sim, agarram-se no Estado de Direito para proclamar a intangibilidade do mandato da presidente. A esse coro ela mesma aderiu em suas últimas manifestações: "Ninguém vai tirar a legitimidade que o voto me deu", afirmou a presidente, falando em Roraima no dia 7 deste mês.

Dilma está, neste caso, defendendo a legitimidade da mentira como instrumento de ação política e eleitoral. Com efeito, ela foi eleita em 2014 mentindo à nação sobre a realidade nacional e atribuindo a seu adversário os flagelos que ela trazia a tiracolo para enfrentar a macabra situação que seu governo produzira. Nada que não tenhamos visto e não estejamos vendo. Assim, a presidente e os formadores de opinião que a acompanham, ao falarem em "legitimidade" no cenário atual, consagram a soberania do Pinóquio e promovem o linchamento do Grilo Falante.

* Percival Puggina (70), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país, autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia e Pombas e Gaviões, integrante do grupo Pensar+.

 


Genaro Faria -   09/08/2015 14:24:20

Prezado Puggina, os romanos deixaram este adágio: Nemo auditur propriam turpitudinem allegans - em vernáculo, ninguém será ouvido alegando a própria torpeza. O PT invoca o direito de ficar com a mercadoria roubada ao argumento de que eles tiveram sucesso no roubo. Por aqui se vê que a fundação da reino lusitano foi vanguardista, muito ulterior ao estado civilizatório que a esquerda vivencia. Que é pré-romano. Dizia Napoleão Bonaparte : Grattez le Russe e vous trouverez le Tartare. Pois não é preciso arranhar um líder petista para se encontrar um chefe de quadrilha disfarçado de partido político. Esta é a conclusão a que até os mais humildes chegaram - o PT não é um partido político. E seu meliente de menor periculosidade não é o vigarista, o estelionatário. Este nos roubou a confiança numa pátria que seja o lar de nossa nacionalidade. Mas não roubou a alma, que por ser eterna não perde a esperança. DIA 16 DE AGOSTO É A DATA MARCADA PARA O SUA RESSURREIÇÃO. FORA PT! FORA DILMA! VIVA O BRASIL! PS: Que você tenha um feliz Dia dos Pais com a sua família.

Mirian Albuquerque -   09/08/2015 13:27:20

Como alguém pode alegar legitimidade quando foi eleita em eleição com apuração secreta, sem possibilidade de recontagem dos votos, coordenada por D. Toffoli, advogado do PT, em urnas da Smartmatic?

Sérgio Alcântara, Canguçu RS -   09/08/2015 00:10:34

As promissoras manifestações populares do próximo dia 16 darão a demonstração cabal de que o ciclo de manipulação ideológica, instituição e institucionalização da mentira e da intriga está chegando ao seu fim.

Ismael de Oliveira Façanha -   08/08/2015 23:54:15

A campanha eleitoral de Dilma foi mentirosa, sim; mas o seu oponente, Aécio, não a soube desmascarar. Fernando Collor de Melo foi eleito com uma vantagem de votos bem maior que Dilma, mas mesmo assim foi defenestrado do cargo presidencial; porque ela, com sua minguada maioria, não pode sofrer impeachment?

Gustavo Pereira dos Santos -   08/08/2015 23:42:54

Só falta fazer uma PEC like: "O impedimento será permitido, exceto para ANTAS e PORCOS petistas".