DILMA ASSUME A LIDERANÇA
DILMA ASSUME A LIDERANÇA
Érico Valduga em Periscópio
Faz sentido o crescimento da candidata na intenção de voto da eleição bipolarizada, em que a propaganda oficial é servida em doses nunca vistas
A pesquisa CNI-Ibope apanhou mais um retrato do momento na disputa presidencial, em que Dilma Rousseff (PT) subiu de 37% para 40%, ante o levantamento anterior, de maio, e José Serra (PSDB) caiu de 37% para 35%, enquanto Marina Silva (PV) manteve-se nos 9%. Os porcentuais indicam a posição dos candidatos hoje, conforme o campo pesquisado, a 100 dias do primeiro turno da eleição, quando ocorrerá a opção definitiva do eleitor, que ainda poderá ser revista no segundo turno. É uma boa notícia para os petistas, cujo comando de campanha previu a ultrapassagem em março, e que reforça a hipótese, ainda improvável, de vitória já no dia 3; e uma má notícia para os tucanos, crentes de que a propaganda veiculada no horário político sustentaria, por si só, o equilíbrio das forças em disputa verificado no mês passado.
O resultado em outubro não está nem antevisto, porque o quadro eleitoral depende de numerosas variantes, das quais a decisivo é o desempenho dos concorrentes nos debates nos 45 dias da propaganda dita gratuita (leia a última nota, abaixo) em TV e rádios. Então o eleitor começará a definir-se, em especial na semana final da campanha, como verificado nas eleições anteriores. Hoje, por cima das intenções, convem prestar atenção aos números da pesquisa espontânea, em que o pesquisador não menciona nomes, e que também favorece dona Dilma. Em relação a março, ela cresceu de 14% para 22%, ante 10% para 16% de seu oponente, e Marina subiu de 1% para 3%. Ou seja, mais da metade do eleitorado não cita o nome de seu candidato sem indução, a maioria por não tê-lo escolhido e a minoria por preferir não nomeá-lo.