• Tibiriçá Ramaglio
  • 28/02/2009
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AINDA A DITABRANDA

Ao promulgar a Constitui? de 1988, o deputado Ulysses Guimar? fez um discurso em que dizia que temos [n?os brasileiros] ? ?itadura. Era um exagero, decerto, uma licensa ret?a, de vez que, como indicavam as pesquisas, boa parte de nossa popula? nada tinha contra os regimes de for?e, a bem dizer, os brasileiros n?somos de guardar ? a nada ou a ningu? Por outro lado, se nunca houve um efetivo ? ?itadura, h?fetivamente um imenso ? ?itabranda, por parte de determinados e minorit?os segmentos sociais, esses sim cultores do rancor e do ressentimento, pois o uso do trocadilho ditabranda no editorial da Folha de S. Paulo, em 17 de fevereiro passado, continua a provocar furor entre intelectuais e ministros petistas. Ainda ontem, em cerim? de distribui? de uma nova rodada de bolsas-ditadura no Rio de Janeiro, o companheiro Paulo Vanucchi fez men? ao tema, sob forma de desagravo aos termos com que foram tratados pela Folha Maria Vit? Benevides e F?o Konder Comparato, dois combativos acad?cos e intelectuais brasileiros, taxados de hip?tas por se horrorizarem diante da ditadura brasileira, mas n?diante da cubana - como se o nome disso n?fosse hipocrisia... Ali? o caso Benevides/Comparato ?utro aspecto antropol?o da esquerda brasileira que chama aten? por escancarar o que os soci?os chamariam de corporativismo dessa gente, ao qual n?felizmente leigos, podemos dar nomes mais informais e expressivos, como confraria, patota, quadrilha ou corriola. O fato ?ue o tratamento dado ao insigne casal deu de imediato origem a um abaixo-assinado, um exemplar da mais prof?a produ? intelectual da esquerda brasileira, nas palavras de Edmar Damasceno Fonseca, um preciente leitor da Folha, de Belo Horizonte, que advertiu ao jornal em carta sobre o fato de que a intelectualidade, em brios, se levantaria na defesa de seus nobres pares. E o tal abaixo-assinado continua a circular pela internet, com uma ret?a que n?vai al?do mais v?do clich?da qual at?ale a pena transcrever o ex?o ou pro?o, para evidenciar a grandiloqu?ia neoparnasiana da caterva: Ante a viva lembran?da dura e permanente viol?ia desencadeada pelo regime militar de 1964, os abaixo-assinados manifestam seu mais firme e veemente rep? ?rbitr?a e inver?ca revis?hist?a contida no editorial da Folha de S. Paulo do dia 17 de fevereiro de 2009. Sim senhor! Abaixo disso e de mais um punhado de par?afos de igual teor, seguem as indignadas firmas de quem mais sen?das mesmas figurinhas carimbadas de sempre? Antonio Candido, Chico de Oliveira, Emir Sader, Maria Rita Khel... Mas merecem destaque as assinaturas de dois camaradas em especial: 1) a editora Ivana jinkins, amante (ou ex) de Emir Sader, que publica literatura marxista, valendo-se dos mais predat?s regimes de trabalho do mais selvagem dos capitalismos, segundo ??co e not? no mercado editorial paulistano; 2) o fil?o Michel L? pensador que ainda se imagina em plena d?da de 1960, a julgar pelo fato de preferir se manter exilado em Paris, a despeito de j?er terminado h?5 anos o regime ditabrandorial que o for?a ao ex?o... Para encerrar, n?se pode deixar de dizer que a Folha, aparentemente, preferiu varrer a pol?ca para baixo do tapete, perdendo a oportunidade de abrir o debate para uma prof?a revis?da hist? recente do pa?e cedendo, pois, aos clamores ditatoriais da censura esquerdista. As patrulhas ideol?as retornam ao Gulag universit?o do Butant?om a miss?cumprida. Em outras palavras, a vers?de que o regime militar foi uma ditadura cruel e assassina tornou-se tabu e a mais remota alus??ossibilidade de se encarar de nova maneira esse per?o provoca o mais profundo horror em certos setores, n?por acaso ?eles que se apresentam como remanescentes de uma suposta resist?ia democr?ca e que tamb?se proclamam, anticonservadores que s? avessos a qualquer tabu. http://observatoriodepiratininga.blogspot.com