• Júlio Cruz
  • 24/04/2009
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A PORTA DE ENTRADA

Discutir a respeito da legaliza? do uso da maconha n??m fato novo. Na ?ca presente, discute-se a tese que diz respeito ?egalidade de fumar maconha dentro dos lares ou em ambientes p?cos, de forma deliberada. Tal fato vem mais uma vez ?aila, de forma aquecida, quando no Brasil se passa a divulgar a poss?l licitude do uso. Para tanto, se veicula que alguns eminentes pensadores latino-americanos, entre eles o soci?o Fernando Henrique Cardoso, passaram a propor com insist?ia que a pol?ca mundial de drogas deva ser revista, a come? pela maconha. Segundo FH “?reciso come? a avaliar a conveni?ia de descriminalizar o porte da maconha para o consumo pessoal, fato que j?st?endo colocado em pr?ca por muitos pa?s”. Tal declara? bate de frente com o que se constata em alguns pa?s europeus, onde apesar do registro de um rigoroso controle social, as tentativas foram por ?a abaixo. Fatos concretos demonstram que a Holanda, pa?vanguardista da chamada “libera? contida”, passou a rever os conceitos at?nt?adotados, porquanto o uso de entorpecentes cresceu de forma assustadora. Sabe-se que maconha vicia e provoca depend?ia psicol?a e que, de cada 10 pessoas que a experimentam, cinco acabam viciadas nela. Apesar deste expressivo alerta, muitos creem que a maconha n?se faz suficiente para aumentar os n?is pessoais de agressividade, apesar dos estudos que apontam em dire? antag?a. Na realidade, trata-se da droga il?ta mais consumida em todo o mundo. Um alucin?o que faz com que o c?bro funcione de forma desconcertante e anormal. Dentre os tantos efeitos negativos produzidos pela maconha, est?os ps?icos cr?os, que interferem na capacidade de aprendizagem pela perda da capacidade cognitiva e de memoriza?, podendo, ent? causar s?romes “amotivacionais”, fazendo com que o indiv?o se torne ap?co e sem disposi? para desenvolver suas tarefas di?as, o que fatalmente o levar? um estado de depend?ia psicol?a. No maci?depoimento daqueles que praticaram e daqueles que praticam seus programas de recupera? na comunidade terap?ica da organiza? n?governamental Pacto/POA, pelo per?o de nove meses, e que de forma dram?ca j?isitaram o fundo do po? obt?se o testemunho de que – de forma definitiva – a maconha ? porta de entrada para a utiliza? das drogas ditas mais pesadas. Resulta da? indubit?l convic? de que, caso aprovada, a descriminaliza? do uso da maconha dever?ignificar o enfrentamento de uma quest?deveras complexa. Todavia, o que n?se pode admitir ?ue tal discuss?permita ser banalizada pela pe?orat? daqueles que procuram encaminhar, fruto de seus status pol?cos, exc?ricos procedimentos liberais. De outro lado, avaliar a repercuss?da postura adotada pelo governo perante a sociedade, considerando a mensagem que o mesmo estaria encaminhando ao seu corpo social, sabedor de que o termo legalizar significa, de antem? que o que se est?egalizando ?en?lo ou ao menos n?causa danos ?opula?, dispositivo que desarranja ?eferida tese. Resta saber, em caso de aprova?, quem pagar? conta. *Presidente da Pacto/POA – Pastoral de Aux?o Comunit?o ao Toxic?o de Porto Alegre