Todo mundo sabe - ou deveria saber - que com a desgastada ladainha da luta de classes - socialistas e "socialdemocratas" elegeram a pauta dos direitos humanos, das minorias raciais, da igualdade de gênero, de grupos como LGBTs, da diversidade e, é claro, da "proteção" do meio ambiente, como pautas preferenciais em sua plataforma política. Nessa linha, o belo "tudo é permitido" passou a ser a regra. Muito poucos se atrevem a exercer o seu livre arbítrio e julgar. O julgamento logo assume a forma de preconceito e de discriminação. Que homofobia, racismo, misoginia... Nesta atmosfera, não tenho dúvida de que nossa cultura foi mediocrizada e banalizada. Nas artes, na literatura, na música, na arquitetura, na poesia, o belo autêntico - aquele que evoca nossas necessidades de cunho moral e espiritual e nos auxilia na ponte com o transcendente (divino) - foi substituído pelo pós-moderno "original e cool", aquilo que inova e choca. Tudo é cultura, tudo é arte! O tributo a feiura impera e degrada. A nudez foi banalizada e os segredos entre quatro paredes foram expostos ao mundo. Quanto mais, melhor! Tudo pode! Quanto mais desaforado e grosseiro mais eficiente e bonito. Tudo que é do "povo", compulsoriamente é sinônimo de belo! É o diferente que agora críticos "especialistas" definem como o melhor e o padrão a ser seguido. Pergunto-me, aonde foi parar a tão necessária criatividade, ou seja, talento e inteligência reais?!
Sem me preocupar com rótulos, sou fervoroso defensor do livre mercado e da livre iniciativa. Só com a liberdade encontraremos o caminho do desenvolvimento econômico e social. No que diz respeito aos costumes, devo ser conservador, pois para mim o copo já transbordou e faz tempo. O choque de feiura e hediondez "inovador", pelo efeito da repetição sistemática é extremamente entediante e estúpido.
Todo mundo sabia que Bolsonaro representava não só o antipetismo, como também enfatizado em promessa de campanha, a suposta defesa e introdução nas políticas e instituições, de valores considerados conservadores, ligados a família, a religião, aos costumes e a moral tradicionais. Para uma parcela da população, por isso foi eleito.
Grande parte dos intelectuais e da mídia, defensores intransigentes da pauta do tudo é permitido, critica veementemente o presidente e todos aqueles que pensam distintamente deles e que discordam desta agenda "liberalizante". Ninguém deve julgar! Claro que as feministas, os gays e outras minorias devem expor livremente seus pontos de vista e interesses. Defenderei até a morte o direito das pessoas de se expressarem, embora possa discordar! Ironicamente, todos esses grupos, querem impor a sua própria verdade para toda a sociedade, transformando-se eles mesmos nos verdadeiros discriminadores.
O que choca e me incomoda, na verdade, é a forma! A gritaria e o ranço que vem da mídia, de intelectuais e de certos indivíduos, uma vez que são tomadas ações pelo governo, segundo suas promessas conservadoras de campanha, é intolerante, parcial e interesseiro. Quer dizer que só um lado pode se manifestar? É a liberdade de expressão?
Falando em beleza - harmonia não pode; é old fashioned - como são belas as pichações nas universidades federais, não? É a expressão popular... No recente caso da propaganda do Banco do Brasil, posso até discordar de que continha alguma "coisa extravagante", embora o único representante faltante tenha sido o que realmente é diferente da diversidade! O que me preocupou mesmo foi o custo envolvido! Que horror!
Enfim, da mesma forma que a pauta dos ditos de esquerda tem todo o direito de ser apresentada e defendida dignamente, sem entrar no mérito da questão, impressiona-me como esses mesmos esquerdistas criticam severamente e querem cercear a liberdade daqueles que defendem iniciativas contrárias e outras. A liberdade irrestrita deve ser ampla e para todos! A discriminação é nefasta e deve ser sempre combatida. O que não se pode querer proibir é a liberdade para todos os lados expressarem suas visões de mundo. Tá muito berrante e chato só um lado! Podem, logicamente, é discordar de maneira sensata!