• Alex Pipkin PhD
  • 06/06/2019
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RESPEITO AO DINHEIRO DO CONTRIBUINTE! IMPERATIVO REPENSAR O ENSINO SUPERIOR FEDERAL NO PAÍS.

 

Nas transações de mercado, em que existe concorrência, não há como deixar de solucionar efetivamente os problemas do cliente, caso contrário uma organização corre o risco de perdê-los para os concorrentes no mercado.

Será que os desejos dos contribuintes que financiam as universidades federais estão sendo, de fato, considerados e atendidos? Difícil e extremamente incomum! Raramente aqueles que fornecem o dinheiro, por meio dos impostos pagos (coercitivamente) estão numa posição que permita monitorar a eficiência de como esse dinheiro é realmente empregado.

As universidade federais são administradas por professores que possuem grande - se não total - autonomia na gestão de cursos e na designação de recursos. Diante deste quadro, caberia indagar se os membros da administração e do respectivo corpo docente buscam atender os objetivos dos alunos e da sociedade com a prestação de serviços de educação de qualidade ou se estão interessados nas diferentes oportunidades de atender a interesses próprios? Tristemente, a situação da educação no país serve de claro indicador orientativo para responder a essa pergunta.
Não é novidade para ninguém que desde muito tempo no Brasil, as universidades federais, e até mesmo as particulares, são majoritariamente dominadas por uma única visão ideológica; a ditadura do pensamento esquerdizante. Neste sentido, evidente que os planos de ensino, material didático, bibliografia e o pensamento do espírito dominante e segregador - de manada - esteja quase que totalmente confinado a esse espectro ideológico. É, desse modo, inegável que os interesses educacionais genuinamente de qualidade estão sendo relegados, uma vez que os alunos não são confrontados com uma visão de mundo diferente daquela expressada por seus doutrinadores. Fica óbvio que esses, assim, têm pouca oportunidade de desenvolver uma capacidade crítica de analisar argumentos conflitantes àqueles que serão expostos no mundo real. Embora a ênfase atualmente recaia sobre os cursos de ciências sociais, esse ambiente esquerdizante faz parte até mesmo de cursos relacionados a gestão e negócios. Cabe aqui por em relevo, por exemplo, a "nova onda" verbalizada em tom de sabedoria bondosa e superior sobre a mudança de consciência nas organizações. O que conta é a nobre missão e que, consequentemente, o mais importante para as organizações seria o cumprimento de sua missão. Não, não é nada disso! Papo e retórica falaciosa de intelectuais do ensino de administração! A empresa com fins lucrativos tem como objetivo principal lucrar, sempre! Somente por meio deste é que ela conseguirá sustentar seus objetivos ambientais - que remete a melhoria de reputação - e investir em suas respectivas metas sociais. O lucro é que paga, sustentavelmente, os salários dos "colaboradores" e que perpetua a organização nos mercados, cada vez mais, competitivos. É preciso lembrar a todos que uma organização dificilmente está sozinha no mercado! Ah, como acadêmicos e intelectuais "pós-modernos" querem disfarçar seus desejos próprios e suas falsas morais para a opinião pública! Notadamente, aspiram manter-se no poder de instituições acadêmicas ou quem sabe até galgar uma posição de destaque no grande Estado benfeitor brasileiro!

Bem, aqueles que conhecem apenas um lado do argumento - da moeda - genuinamente sabem pouca coisa. Não tenho dúvida que diante desse panorama, os alunos não estão sendo ensinados a pensar e, assim, interesses e idiossincrasias de professores interesseiros superam em muito as reais necessidades educacionais dos alunos.

Julga-se que a universidade federal é o lócus de onde saem as melhores pesquisas. É mesmo? Em que posição estamos nos fidedignos rankings mundiais que mensuram tais pesquisas? Qual o verdadeiro benefício utilitário que essas estão produzindo para a sociedade? Quais são os mecanismos que atestam que estão resultando em efeitos positivos? Claro, para além daqueles próprios de doutrinadores tupiniquins. Cabe lembrar que as próprias instituições que classificam a qualidade do ensino e pesquisa brasileiros, foram notadamente aparelhadas de igual maneira àquilo que aconteceu nos seus corpos acadêmicos. Tais organismos garantem a perpetuação das práticas e colaboram fortemente para a manutenção da ditadura do pensamento esquerdizante. Evidente que em algumas áreas específicas como nos cursos da saúde e engenharias, pesquisas acadêmicas agregam valor. Contudo, é vital identificar e mensurar os custos pagos com o dinheiro do contribuinte e contrapor com os reais benefícios produzidos pela pesquisa geral realizada no Brasil. A pesquisa produzida em áreas de gestão e negócios, por exemplo, com temáticas completamente fora da realidade do mercado e das necessidades de inovação e melhoria de processos nas organizações, conforme comprovado por instituições internacionais que atestam a qualidade do ensino e pesquisa nas universidades, aponta cabalmente que tais estudos sequer são conhecidos e empregados nas decisões empresarias no mundo real. Puro desperdício de tempo e recursos, evidente, nos famosos "clubes ingleses" de professores ansiosos por demonstrarem seus "conhecimentos" e terem seus egos enaltecidos unicamente por seus pares, com temas improdutivos e inúteis que ficam, como de costume, enclausurados nos campus universitários. Alguma dúvida de que essas pesquisas atendem interesses próprios - tais como quantidade de pesquisa (a despeito de qualidade e utilidade!) - para fins de promoção acadêmica, ao invés dos verdadeiros interesses acadêmicos e da sociedade?

Os custos das universidade federais são bancados por meio do dinheiro dos contribuintes. Notadamente os custos de um aluno numa universidade federal superam aqueles da média de universidades privadas. Nada extravagante, já que essas federais não precisam enfrentar a concorrência no mercado com outras instituições de ensino. Desconheço os custos daquilo que seria fundamental aos pagadores de impostos conhecerem de forma transparente, ou seja, quais são os custos específicos de aulas de graduação versus os custos incorridos com pesquisas? Ironicamente, a amplitude da pesquisa costuma ser confundida com a real qualidade "superior" do ensino no Brasil!

Todo o sistema está engendrado de tal forma que dificilmente conseguiremos avançar na educação na velocidade necessária para uma mudança efetiva e desenvolvimento. A estabilidade de professores concursados significa a garantia no emprego para professores que não necessariamente se mantem atualizados com os avanços nas suas áreas e nas realidades de mercado, e protege aqueles que se tornam "menos eficazes" com o passar do tempo.

Apesar de toda a gritaria - não poderia ser diferente - é urgente repensar a educação brasileira. Sem sombra de dúvida, inverter as prioridades nacionais e investir na educação de base. A mudança tem que começar por aí! Cabe uma pergunta: por que as limitações econômicas que às empresas precisam enfrentar na concorrência de mercado não servem para o mundo acadêmico? Pensemos!

Finalmente, chegou o momento para uma mensuração de qualidade - fora da tradicional retórica e paixões que contagiam professores interessados - quanto a eficiência e eficácia do ensino brasileiro. Neste sentido, o ambiente "conturbado" atual é bastante propício para uma honesta reflexão!

Vale enfatizar que quanto aos indicadores de qualidade do ensino superior brasileiro, são os mais ricos que conseguem ingressar em universidades federais gratuitas. Desse modo, não há como garantir que as maiores oportunidades no mercado são fruto do valor agregado da formação acadêmica recebida nestas instituições ou resultado do maior capital cultural e influências e conexões familiares dos envolvidos. Similarmente, as cotas raciais que agora discriminam outros estudantes, e que são pagas com o dinheiro do contribuinte, num futuro próximo mostrarão se temos eficiência ou, mais uma vez, mera retórica interesseira e ideológica por parte daqueles que sistemática e poderosamente tomam as decisões nas instituições de ensino estatal no país.