Pedro Lagomarcino

Vou compartilhar alguns dados oficiais aqui sobre o Rio Grande do Sul, os quais entendo importantes para livre reflexão.

Em 2020: foram extintas 65.947 empresas no RS.

Em 2021: foram extintas 94.072 no RS.

Um grande detalhe: certamente estes números são imensamente maiores, porque são somente os números das empresas que conseguiram ter recursos financeiros para averbar as baixas na Junta Comercial.

Agora, vamos fazer uma conta bem simples.

Vamos fazer uma média matemática.

Vamos considerar que cada empresa que fechou tinha 1 proprietário e 3 funcionários, ou seja, que dependiam da empresa 4 pessoas apenas.

Logicamente, que se fôssemos considerar as empresas de médio porte e de grande porte esta média ficaria muitíssimo maior.

Mas, vamos considerar esta média: de cada empresa dependiam 4 pessoas (1 proprietário e 3 funcionários).

E então vamos pegar as 65.947 (extintas em 2020) somar com as 94.072 (extintas em 2021) e multiplicar pelas 4 pessoas que dependiam de cada empresa que fechou.

Querem saber o total?

São 640.076 postos de trabalho (sejam formais ou informais) que não existem mais.

Simplesmente isso e tudo isso.

Projeção matemática pura.

Não adianta dizer:

- “Ah... mas novos postos de trabalho foram criados”, porque estes postos extintos quando as empresas foram extintas não existem mais. Aliás, prova cabal são os dados oficiais das baixas das empresas na Junta Comercial.

Muitos dirão:

- “Ah! Mas também milhares de empresas foram criadas empresas.”

As grandes questões neste particular são:

- Que tipo de empresas foram criadas?

- Por que foram criadas?

Respondo:

Foram criadas em 2020 o total de 160.000 MEIs.

Foram criadas em 2021 o total de 196.153 MEIs.

MEIS = Micro Empreendedores Individuais.

Isso foi o elementar efeito da linha fordista de Decretos Estaduais que no RS destruiu a economia do Estado fazendo com que empresas de gerações e gerações fossem fechadas, empregos fossem extintos e as pessoas tivessem de recorrer a abertura de MEIs para, mesmo assim, continuar empreendendo, para sobreviver e ter seu pequeno negócio.

Você quer conferir estes números?

Confere lá no site da Junta Comercial:

www.jucergs.rs.gov.br/p_estatisticas-jc.asp

Jamais esqueceremos do que muitos pregaram como se fosse Lei de norte a sul do Brasil:

- "Fique em casa";

- "Fique em casa, a economia a gente vê depois".

E que agora também estão a pregar de forma lamentável:

- "Fique em casa, se puder".

Desejo que cada um faça livremente a sua reflexão.

*     A imagem é meramente evocativa do período da pandemia COVID-19, em que milhões e milhões de brasileiros continuaram a ter de sair para trabalhar, para viver com o mínimo de dignidade, prover seu sustento e o sustento de suas famílias.

**    O autor é advogado pós-graduado em Dir. Eleitoral, em Dir. Digital e em Dir. da Propriedade Intelectual