• Alex Pipkin, PhD
  • 28/07/2022
  • Compartilhe:

Procrastinar no ensino é revés garantido

Alex Pipkin, PhD


Há uma clara confusão entre educação e ensino.

Educação é aquilo que, de alguma forma, traz-se do berço, dos valores, das atitudes e das ações que são forjadas no convívio no seio familiar.

Já o ensino, diz respeito à formação escolar, universitária, e da exposição ao conhecimento contemplando uma ampla variedade de visões de mundo, de ideias e de perspectivas.

Diga-se de passagem, penso que disciplinas tais como filosofia e artes em geral, por exemplo, são essenciais, justamente porque elas podem fazer com que os alunos entendam largamente o mundo e possam mudar sua forma de enxergá-lo.

Uma questão tende a ser apolítica, e revela certo consenso no sentido da primazia da educação - o ensino - e as correlações que conduzem uma nação ao crescimento econômico, a um aumento da produtividade, às inovações e, portanto, a uma sociedade mais produtiva e próspera.

Faz muito tempo que as escolas e as universidades, de maneira geral, foram tomadas pela ditadura do pensamento esquerdizante, não somente monopolizando os currículos com as ideias “humanistas”, com narrativas revolucionárias, e com as utopias e profecias irrealizáveis, como também, rejeitando e abafando ideias e visões opostas.

Perdeu-se o senso de totalidade. A nefasta parcialidade em uma série de temas cria enormes prejuízos a todos, dividindo os estudantes em grupos de oposição.
Os poucos profissionais conservadores e liberais que permanecem na docência, são discriminamos pela mentalidade e pela ação grupal e, assim, são convidados a se retirarem e/ou “motivados” para tanto.

Não é novidade que a turma “progressista” tem mudado o sentido das palavras, e embora verbalizem a tolerância, o que de fato fazem é tornar qualquer visão e/ou ideia unilateral.

O desequilíbrio esquerdista é abissal, em praticamente todas as áreas do conhecimento, sendo transparente aqui e em outros países, como os EUA, por exemplo.
Como todos devem saber, os discursos teóricos - aqui no sentido da irrealidade - são sedutores para jovens idealistas e inexperientes, e acabam tendo eco na comunidade discente, em especial, com aqueles que não dialogam sobre essas temáticas com seus familiares.

Não costumo ser otimista, porém, realista, e o viés ideológico canhoto, embora gigantesco, parece estar sofrendo, felizmente, uma espécie de revés.

Muitas famílias, alunos e especialistas em educação, têm se posicionado contra este estado de coisas e, especialmente, destacado a necessidade de um maior equilíbrio de forças no ensino. A luta é gloriosa por uma ampla liberdade de expressão e de pensamento.

Eu mesmo senti na pele o ranço vermelho “benevolente” daqueles bondosos que retoricamente falam de um mundo paradisíaco e igualitário, mas que na vida como ela é agem segundo seus heróis coletivistas e/ou malvados capitalistas, literalmente. O mundo é como é, não como gostaríamos que fosse…

Pré-requisito indispensável para um país pujante é um ensino integral, qualificado, que exponha as várias visões e perspectivas de mundo e, sobretudo, formando profissionais especializados e pensantes, não militantes partidários.

Ao contrário do que se tem atualmente, o silenciamento e o cancelamento de vozes distoantes desse “mainstream rubro”, urge restaurar a liberdade de pensamento, de expressão, e incentivar o debate de diferentes pontos de vista e perspectivas.

Botando o pé na seara política, o governo Bolsonaro poderia ter feito muito mais na educação. Muito embora tenha brigado contra a doutrinação, enredou-se na questão ideológica e não consegui avançar numa necessária transformação.

É obvio que as elites educacionais “progressistas” não deixam “mexer no seu queijo” nas escolas e universidades estatais, fortemente apoiados pela “grande mídia”, e nas privadas, em grande parte, a turma coletivista é quem toma as decisões. Penso que após a crise da Covid-19, em particular, as universidades privadas abandonarão parte das narrativas… “money talks”…

Os resultados pragmáticos do ensino brasileiro, comprovadamente, são sofríveis, são os fatos incontestáveis!

A credibilidade do ensino vem descendo ladeira abaixo, e o descolamento das necessidades dos alunos e das demandas e dos desafios do mercado, por qualificação, por inovação e por uma visão crítica - racional - são flagrantes e imensas!

Portanto, não é mais possível procrastinar na reforma e transformação no ensino nacional, a fim de que o intelecto humano brasileiro avance qualitativamente, contribuindo para um país mais desenvolvido economicamente, com maior produtividade e inovação, e que verdadeiramente reverbere para todos.