Filipe G. Martins
Estou calado há algum tempo, mas volto aqui para escrever àqueles que tiverem olhos para ler: o projeto de implementação do totalitarismo tecnocrático informatizado segue a todo vapor.
A pandemia acelerou tendências que já estavam presentes e que vinham ganhando tração há alguns anos.
A confusão mental do Ocidente vem tornando possível a ascensão incontestada de potências totalitárias e utilitaristas e, com elas, a consolidação dos “modelos de governança” adotados por essas potências.
A ascensão das agências especializadas como instituições legítimas do “poder funcional” concluirá o processo de subjugação de todos os aspectos de nossas vidas ao domínio de burocratas anônimos e não-eleitos.
A implementação do 5G tornará materialmente viáveis milhões de tecnologias necessárias para o aperfeiçoamento do controle das sociedades e das consciências humanas.
O passaporte de vacinação será só o primeiro passo para a criação e implementação de um sistema de crédito social, baseado no monitoramento e avaliação ininterruptos de nossas atividades diárias, de nossas opiniões e até da nossa interação mais íntima no conforto de nossos lares.
O que há de mais autoritário em termos de tecnologia de poder, já em fase avançada em muitas ditaduras e democracias de fachada, será abraçado pelo establishment ocidental com grande entusiasmo, sob a alegação de que precisamos controlar abstrações como o “discurso de ódio”, as “fake news” e os “sentimentos anti-democráticos”.
O gerenciamento desse sistema de crédito social não ficará a cargo de representantes eleitos — o que já seria um desastre —, mas de burocratas apátridas e não-eleitos encastelados em agências transnacionais localizadas em alguma cidade cosmopolita fora do alcance da pressão dos povos do mundo e de levantes populares, o que possibilitará uma atuação supostamente técnica, sem qualquer respeito pela vontade popular e sem qualquer consideração de ordem religiosa, cultural ou histórica.
O aparato tecnológico que tornará isso tudo possível já está entre nós em versão beta, mas se consolidará de modo definitivo com o 5G. Refiro-me à Internet das Coisas; à Inteligência Artificial; ao Machine Learning; ao Big Data; à Internet Preditiva; etc.
Contra esses riscos e ameaças não há nenhuma fórmula simples de reação ou de resistência. Ainda assim, não podemos desesperar — pois nossa pátria está nos céus e a nossa esperança está no Cristo ressuscitado.
Não se deixe consumir pela preocupação com esse mundo distópico que, pouco a pouco, vem se convertendo em realidade. Antes, busque se fortalecer. Sob todos os aspectos. Em todas as áreas fundamentais da vida.
Não aceite o novo normal.
Não ceda um milímetro sequer.
Não permita que a tentação do conforto substitua sua liberdade.
Seja intransigente com toda e qualquer tentativa de controlar sua consciência, suas palavras e suas ações.
Não deposite suas esperanças na política.
Não deposite suas esperanças em governos.
Não deposite suas esperanças em políticos.
Não deposite suas esperanças neste mundo.
O mal que enfrentamos não é apenas político e tampouco se trata de um fenômeno local. Pelo contrário, avança no mundo todo, mesmo em países como a Polônia e a Hungria.
Portanto…
Fortaleça a si mesmo: entregue-se a Deus, busque a sabedoria e exercite virtudes, habilidades e técnicas.
Fortaleça sua família.
Fortaleça sua vizinhança.
Fortaleça sua igreja.
Fortaleça os locais de estudo e de ensino frequentados por você e pelos seus filhos.
Dedique seu tempo a construir comunidades saudáveis e fortes.
E confie sempre em Deus, independentemente do mal que advenha sobre o mundo em que vivemos.
*Publicado originalmente no PHVox, em agosto de 2021.