Adriano Marreiros
Não terás medo do terror da noite, nem da flecha que voa de dia, da peste que se propaga nas trevas, nem da epidemia que grassa pela hora meridiana.
Caiam mil a teu lado, e dez mil a tua direita, e tu não serás atingido. Só com os teus olhos contemplarás e verás o castigo dos ímpios...
Salmo 91 Versículos 5-8
Falam muito em ciência, até mesmo os que escolheram Direito por pouco saberem de matemática, física, química, biologia... Hoje, quando o mundo paralelo do Direito tem o poder de impor a narrativa da ficção sobre os fatos da realidade, colhemos o fruto desse pouco conhecimento: alguns entendem que ciência é uma religião com dogmas inquestionáveis que sujeitam os que questionarem ou sequer testarem esses dogmas à condição de herege.
Na verdade eles não sabem nem História, ao menos a de verdade, aquela que trabalha com fatos ocorridos e não inventados, e desconhecem que grandes mentes que impulsionaram o conhecimento científico pertenceram, por exemplo, à Royal Society, associação que não fazia distinção entre esoterismo e ciência, porque a busca do conhecimento envolve questionar as hipóteses atuais e testar novas, o tempo todo. Você sabe por que as cores do arco-íris são sete embora o número das cores do espectro seja infinito? Porque 7 sempre foi um número considerado cabalístico, místico, mágico, esotérico, e por isso Newton o adotou. Ele era da Royal Society. E nem estamos falando de esoterismo: mas, mesmo diante de indícios e evidências reais, eles não admitirão o debate...
Mas esqueça, nem tente argumentar com quem não gosta de discussão e que, por isso, jamais colocará à prova o que pensa que sabe e jamais contribuirá para a busca da verdade... Lembre da advertência do Senhor em Mateus 7:6.
Segue o soneto que este cronista fez aos 20 anos. Essa é a época em que o homem diz e faz mais besteiras: quase sempre manipulado por quem deseja usar sua inexperiência. Talvez ter passado por 7 anos de Colégio Militar e 4 de Agulhas Negras tenha me protegido um pouco desses manipuladores que usam a doutrinação como arma para colocar os jovens contra a realidade. Talvez hoje já a estejam impondo aos experientes, só que usando o medo: a mais poderosa das armas.
Como disse o Lupin ao Harry, é muito sábio que o seu maior temor seja o medo... Não sou sábio, tenho certeza que não, mas ter medo é, de longe, meu maior temor. Meus maiores temores se realizam agora. Então vai, com medo mesmo:
Pérolas
Labutas tu com mente fértil e aberta
Em argumentar com mil cabeças duras
Lanças a ideia clara, justa e certa
Mas não dás luz às mentes vis e escuras
Malhas em vão o ferro frio e impuro
Com frágil malho de madeira fraca
´Inda que o braço seja forte e duro
Quebra-se o malho sem ferir-se a placa
Larga essa luta improdutiva e inútil
Busca a argila que se amolda à mão
Sem te cansares em esforço fútil
Pois que a Verdade e a luz são perigosas
E os porcos vis despedaçar-te-ão
Por lhes lançares pérolas preciosas...
(Do então Cadete Marreiros em 23 de maio de 1991)
“Treme, perna traidora. Tremerias mais,
se soubesses onde ainda vou te levar hoje”
(Osório, o Legendário, Patrono da Cavalaria e Herói Nacional, quando sua perna tremeu, minutos antes da Batalha do Tuiuti.)
Adriano Alves-Marreiros é Cristão, Devoto de São Jorge, Cronista, Pessimista, Mestre em Direito, membro do MCI e MP Pró-Sociedade e autor da obra Hierarquia e Disciplina são Garantias Constitucionais, da Editora E.D.A. e organizador do Livro Guerra à Polícia.
* O autor se nega a colocar SQN e outros ridículos avisos de uso de figuras de linguagem
** Publicado originalmente no Portal Tribuna Diária
https://www.tribunadiaria.com.br/ler-coluna/1082/o-que-mais-se-deve-temer-e-o-medo.html