• Alex Pipkin, PhD
  • 07/05/2020
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O PROTAGONISMO DEVE SEMPRE ESTAR NO TALENTO HUMANO EMPREENDEDOR

 

Deus é brasileiro! No Brasil de Alice tudo parece estar quase perfeito.

Tal qual a máxima comportamental “seja quem você quiser”, aqui e agora, a gratificação imediata continuará reinando soberanamente sobre a necessidade de sacrifício de evitar o consumo no presente.

Inexiste cultura de poupança a fim de se economizar e investir em empreendimentos e bens de capital - máquinas e equipamentos inovadores - que são aqueles que produzem novas soluções para as pessoas em nível de produtos e serviços melhores e/ou mais baratos.

Em tempos de coronavírus, no país de Alice, parcela significativa de pessoas está alegre como nunca.

Funcionários públicos, bondosos e receptivos ao “fiquem em casa”, regado a bons vinhos e queijos, na praia, ou talvez na serra, e muito Netflix. Só esperar o cheque no início do mês...

Muitos daqueles que não conseguem trabalhar, muitos que trabalham, mas não conseguem cumprir com seus compromissos financeiros, e muitos que não querem trabalhar, parecem satisfeitos em “ficar em casa” - aqueles que as têm - vivendo com o “auxílio governamental”.

Quiçá valha mais a pena receber do Estado do que trabalhar?!

O Estado realmente é o salvador da pátria!

A grande verdade é que nesse país, faz décadas, mergulhado em políticas econômicas keynesianas, estatistas e clientelistas, embaladas com muita corrupção, a figura menor, tristemente desimportante, é a do empresário, do real empreendedor.

No país de Alice o que menos importa é o empreendedor! Não é preciso! Basta que o Banco Central brasileiro continue imprimindo moeda; singelo e tranquilo!

Nesse cenário orwelliano, não se preocupem, o capital - que não é só papel impresso descomplicadamente - não é escasso! Não é?!

O que essa gente míope em terra tupiniquim não percebe, é que sendo o capital - máquinas e equipamentos, etc. - escasso, todos nós também necessitamos de pessoas que resistam as gratificações de curto prazo, e que economizem (processo de longo prazo) para poderem investir em bens tangíveis necessários a todos nós para produzir outros bens e serviços reais de consumo que obviamente também são escassos.

Meus senhores, não dá para imprimir - embora até seja possível (!) - bens de capital com as impressoras do Banco Central!

Bondosos e keynesianos se esquecem - propositalmente - que o capital é verdadeiramente escasso e requer sacrifício genuíno!

Humanistas e keynesianos negligenciam que o desenvolvimento de qualquer sociedade livre e próspera depende da capacidade empreendedora criativa e da quantidade de poupança de empreendedores, a fim de que se realizem investimentos produtivos capazes de provocar processos de destruição criativa.

Empreendedores poupam, sacrificam-se, na esperança de obtenção de lucro futuro.

Num Brasil de taxas de juros reais baixas, com um ambiente de negócios ainda complexo e burocrático, só mesmo corajosos e ousados empreendedores para correrem enormes riscos para investirem por aqui.
Parece que muitos não percebem que está todo mundo tomando dinheiro emprestado do Estado para sobreviver!

Evidente que nessa crise viral foi indispensável afrouxar a disciplina fiscal e prover ajuda para os indivíduos e as empresas por meio de mecanismos eficientes de auxílio, apoio e proteção.

Contudo, nunca convém esquecer que o Estado não produz nada! Pode mesmo até destruir riqueza.

Keynesianos e benevolentes brasileiros; são os indivíduos e as empresas que geram empregos e criam renda e riqueza! E quase todos esses estão impedidos de saírem de casa e de produzirem...

Quando eles saírem de casa, temo que a alegria do país de Alice comece a arrefecer...
Não há almoço grátis, não, não há, e “alguém” precisará pagar a enxurrada de dúvidas...

Pobre Alice...