Acemoglu e Robinson, em "Por Que as Nações Fracassam: as Origens do Poder, da Prosperidade e da Pobreza" (2012), afirmam que as instituições são a razão fundamental do desenvolvimento e/ou do atraso das distintas nações.
Alguns países são ricos porque possuem instituições inclusivas, ou seja, aquelas que suportam uma série de liberdades que permitem aos indivíduos realizarem seu potencial sem constrangimentos e, dessa maneira, promovem o desenvolvimento econômico graças ao processo característico de uma economia de mercado, à destruição criativa.
Por sua vez, países pobres têm as instituições erradas, instituições extrativistas. Tais instituições cerceiam as liberdades e impedem a destruição criativa como forma de extrair rendas e manter as elites no poder, resultando no conhecido subdesenvolvimento.
Dito de forma singela, são as instituições engendradas pelas elites que determinam as "regras do jogo" competitivo, e que são determinantes para o sucesso ou fracasso econômico e social de um país.
No país do pau-brasil, desde sempre as elites nacionais geraram instituições extrativistas apenas para enriquecimento próprio.
Obviamente, uma das instituições mais críticas para o desenvolvimento é o poder judiciário.
Não é preciso muita reflexão para visualizar que em terras verde-amarelas, no Estado do compadrio, não há uma "lei" igual para todos! A lei brasileira se diferencia em função da "qualidade e poder" das pessoas, privilegiando os poderosos e prejudicando a grande maioria dos comuns.
A suprema pequena corte brasileira tem dado mostras de sobra de que para os amigos do rei abundam os correspondentes privilégios da lei! Receita sagrada para a manutenção - eterna - do compadrio para poucos e do subdesenvolvimento para a grande massa do povo.
Com instituições jurídicas que legislam ao invés de julgar a lei, sem regras previsíveis, estáveis e confiáveis, nunca deixaremos a condição de país de renda média-baixa!
De acordo com recente estudo do IBGE, 25,3% de toda a população brasileira está abaixo da linha da pobreza. Significa na prática que um em cada quatro brasileiros vive com menos de R$ 420 por mês.
Nesse país iluminado por uma série de especialistas, um dos ministros do STF, o "excelentíssimo" Sr. Gilmar Mendes, aquele que troca de opinião e sentencia de acordo com o réu, qualificou os procuradores da Operação Lava Jato de verdadeiros "gangsters"! Notem que estamos falando de menções dentro da mesma justiça nacional.
Não tenho dúvida de que entre os vários inimigos do ministro Gilmar, seu nababesco ego é seguramente seu pior inimigo!
Vejam, num país em que um quarto da população é muito pobre, o grupo de trabalho dos "gangsters" já conseguiu recuperar R$ 13 bilhões (!!) aos cofres públicos, esses roubados pelos reais ladrões da nação brasileira.
Preto no branco, ou se modernizam verdadeiramente as instituições, tornando-as mais inclusivas, ou continuaremos tendo um generoso país para poucos e devastador para o seu povo!
Como tem cego por aí, ou melhor, aqueles que disfarçadamente fingem não enxergar!
Alex Pipkin, PhD