• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 17/11/2021
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O CAPITALISMO E O MERCANTILISMO

 

Gilberto Simões Pires

 

Lá nos anos 1990/2000, quando veio para o Brasil com o propósito de montar o primeiro Fundo de Investimentos de VENTURE CAPITAL para o setor de tecnologia, -Latinvest Asset Menagement-, o banqueiro Peter Gruber estava convencido que aquele era o momento certo para aproveitar as boas oportunidades que estavam se abrindo no nosso país. Entretanto, com os -pés no chão-, Gruber fez questão de lembrar que "enquanto os Estados Unidos herdaram o CAPITALISMO de Adam Smith, o Brasil herdou o MERCANTILISMO". Como o Brasil foi por muitos anos governado por imperadores, muita coisa veio de CIMA PARA BAIXO. E até hoje, mesmo com avanços consideráveis, muitas raízes do MERCANTILISMO não foram removidas. 

 PROTECIONISMO E CONTROLE ESTATAL DA ECONOMIA

O CAPITALISMO COMERCIAL também chamado de CAPITALISMO MERCANTIL, ou simplesmente -MERCANTILISMO-, foi a primeira fase do sistema capitalista, que teve início no final do século XV, com a decadência do feudalismo, e encerrou no século XVIII, com o fortalecimento da industrialização. O que caracteriza, basicamente, a existência e/ou permanência do -MERCANTILISMO- é o PROTECIONISMO e/ou o CONTROLE ESTATAL DA ECONOMIA. 

 INTERVENÇÃO DO ESTADO

Entende-se por Protecionismo - a criação de impostos e tarifas com o -propósito de proteger- as indústrias e manufaturas nacionais. Já o Controle do Estado sobre a economia - é a própria INTERVENÇÃO-, que impede a liberdade para produzir e vender de acordo com o que determina a -IRREVOGÁVEL- LEI DA OFERTA E DEMANDA. 

 INTRODUÇÃO DO CAPITALISMO

Pois, passados mais de 20 anos desde que Peter Gruber veio para o Brasil, somente a partir de 2019, com o atual governo, o Brasil, enfim, começou a introduzir, ainda que de forma muito tímida, aquilo que se entende por CAPITALISMO. Esta é a transformação que vai exigir uma forte persistência até que consiga ser exitosa.

 CRÍTICOS FEROZES DA POLÍTICA ECONÔMICA

Entretanto, por força da tradição -secular-, devemos levar em boa conta que um grande número de empresários que, de forma enganosa e esperta se declaram abertamente como favoráveis à livre inciativa. Na real, é bom que se diga ainda mais abertamente, esta gente está presa ao velho MERCANTILISMO, onde o PROTECIONISMO é o que existe de melhor. Isto vale, principalmente, para as instituições financeiras, para boa parte da mídia e para as grandes indústrias, a considerar as críticas ferozes que fazem, a todo momento, à política econômica do governo.

*Publicado no site do autor em 12/11/2021