• Alex Pipkin, PhD
  • 17/01/2021
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MIASMAS DA CONTEMPORANEIDADE

Alex Pipkin, PhD

Talvez por não ser publicitário, normalmente propagadores de cânticos otimistas em relação a vida em sociedade e a cultura, eu tenho sido, para além de pessimista?, temeroso quanto ao nosso futuro.

As razões para o meu “desespero” são para lá de objetivas e verificáveis na realidade prática.

Vivemos na atualidade dois grandes miasmas sociais, culturais, econômicos e políticos.

De um lado, uma mera crença religiosa de um coletivismo contraprodutivo e destruidor, que toda vez que foi tentado, produziu miséria, pobreza, violência e horror.

De outro, uma espécie de existencialismo, que desconsidera o ser pensante, e sobrevaloriza seus sentimentos e a sua vivência interior.

Ambos os miasmas, embora retoricamente nobres, são completamente abstratos e léguas de distância das experiências humanas concretas e objetivas.

O lema-chave nessa sociedade pós-moderna é “viva o amor”; lindo não acham?!

Porém, todos aqueles que pensam de maneira mais pragmática e objetiva, como eu, são taxados de “isentos de amor”, homens e mulheres sem coração...

Os julgamentos baseados em meras crenças, de valor, apoderaram-se da objetividade e da lógica comprovada; vale aquilo que se alinha com as vontades imediatas de sujeitos com transparentes objetivos particulares e de grupos.

Gosto de filosofias poéticas, mas essas não podem e não devem se sobrepor aos fatos e à realidade.

Pois a Covid-19, apesar da luta ideológica patética, dos mais de três patetas, todos ávidos pelo poder, reacendeu com tudo a chama da nefasta crença coletivista, nas instituições e na própria população, trazendo a falácia de que a salvação dos problemas das pessoas deve vir do grande - e ineficiente - Estado.

Esta é, reiteradamente, uma fantasia sedutora que soa como verdade e que nega a realidade dos fatos.

Objetivamente, os incentivos institucionais que precisariam ser invertidos para o estímulo das garantias e das liberdades individuais e econômicas, loucamente serão recrudescidos em prol de políticas públicas coletivistas.

  A bagunça cultural, social, econômica e política é gigantesca, justamente porque os seres humanos aparentam ter perdido o vínculo objetivo com as experiências engendradoras que servem para capturar a verdade da realidade, e o resultado é o domínio do pensamento mágico do coletivismo.

Aliado a isso, os ares existencialistas nos tornaram refratários a “moral” - que palavra opressora! -, enclausurando-nos em nossos próprios “eus” e egos delicados, e fazendo-nos perder o mais profundo senso de identidade e nossos vínculos e oportunidades com mundo exterior e a realidade para além de nossas cabeças.

A universidade aqui fez um trabalho brilhante!

Meu Deus, claro que há realidade, verdades e o certo e o errado!

Especialmente os mais jovens, parecem querer habitar a terra de Alice, de fantasias e de guloseimas mil, repletos de direitos, mas despossuídos de responsabilidades.

Eu acredito que os verdadeiros preceitos religiosos (e esses são praticados individualmente) servem de parâmetros morais que nos orientam quanto aos propósitos individuais e coletivos e, assim, sobre nossas responsabilidades, conosco e para com os outros.
Os princípios do individualismo metodológico nada tem a ver com as doenças pós-modernas do egocentrismo e dos distúrbios de personalidade.

Que mundo é esse? E o pior, a tendência é de agravamento deste quadro sombrio.

Nunca se viu tantas pessoas abdicarem das responsabilidades por seus próprios atos.

E a “providência” coletivista tem esse grande mérito. Que horror...

A culpa pelos fracassos individuais nunca é do indivíduo, sempre há o grande ambiente externo e/ou alguns outros para se jogar a responsabilidade, a raiva e a inveja.

Bem, ou os indivíduos em casa, na supervisão das escolas e nos círculos de interação mais próximos, começam a exercer e valorizar os genuínos valores individuais, centrados nas verdades objetivas, nos valores morais e nas responsabilidades pessoais, ou às liberdades individuais e econômicas, e o desenvolvimento econômico, cultural e social irão definitivamente desaparecer, por mais um longo período, do mapa verde-amarelo.

Pessimista, eu? Mas há muita gente que adora o coletivismo e a convivência com zumbis deambulantes.