(Ode aos policiais mortos pela sociedade)
Meu erro?
Ser policial.
E ante o mal,
Defender-te até a morte.
Agora, estou longe.
Distante dos meus.
Sem norte.
Perto de Deus.
Em paz.
Com corpo que jaz em local incerto.
Para mim, não há o agora.
Não há tempo.
Não há.
Encontrei, enfim, a paz.
Sentimento tão perseguido por vários iguais
Que sentem o pulso acelerar,
Com o simples acenar de uma criança,
De um filho na porta de casa,
Em mais um dia comum, quando se deixa o lar rumo à profunda incerteza.
Dias de luta.
De guerra,
De pranto.
Rotinas.
Sem paz.
Tomei meu tempo por meu juramento.
Ficando em vida longe dos meus.
Hoje eles sentem a verdade,
Enfrentam a saudade batendo no peito.
Pranteiam meu sangue,
Derramado pelas mãos daquele que jurei defender.
Justo ele.
Foi o “Judas” de minha vida.
Mas hoje, encontrei um bem maior.
A realidade escondida dos vivos, é dada aos mortos.
Neste plano, não há argumentos,
Falsidades.
Mentiras ou inverdades.
Aqui, vendo Deus,
Encontro tudo que sempre busquei.
Sinto a Justiça divina.
E vivo a paz.
08/08/2018