• Harley Wanzeller
  • 20/08/2018
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JURAS DE MORTE

(Ode aos policiais mortos pela sociedade)

 

Meu erro?

Ser policial.

E ante o mal,

Defender-te até a morte.

Agora, estou longe.

Distante dos meus.

Sem norte.

Perto de Deus.

Em paz.

Com corpo que jaz em local incerto.

 

Para mim, não há o agora.

Não há tempo.

Não há.

Encontrei, enfim, a paz.

Sentimento tão perseguido por vários iguais

Que sentem o pulso acelerar,

Com o simples acenar de uma criança,

De um filho na porta de casa,

Em mais um dia comum, quando se deixa o lar rumo à profunda incerteza.

Dias de luta.

De guerra,

De pranto.

Rotinas.

Sem paz.

 

Tomei meu tempo por meu juramento.

Ficando em vida longe dos meus.

Hoje eles sentem a verdade,

Enfrentam a saudade batendo no peito.

Pranteiam meu sangue,

Derramado pelas mãos daquele que jurei defender.

Justo ele.

Foi o “Judas” de minha vida.

 

Mas hoje, encontrei um bem maior.

A realidade escondida dos vivos, é dada aos mortos.

Neste plano, não há argumentos,

Falsidades.

Mentiras ou inverdades.

Aqui, vendo Deus,

Encontro tudo que sempre busquei.

Sinto a Justiça divina.

E vivo a paz.

 

08/08/2018