Sílvio Lopes
Foi-se o tempo em que a empresa vivia estritamente da tecnicidade e da automação. Ficaram para trás tanto o taylorismo (Frederick Taylor), quanto o fordismo (Henry Ford), os dois centrados numa chamada "administração científica". A teoria de Taylor, deflagrada em plena segunda revolução industrial (o vapor e o ferro dando passagem ao petróleo e ao aço), deu sua contribuição inestimável para popularizar uma nova e sólida base econômica no mundo. Ford, ao defender e difundir a especialização do trabalhador nas linhas de montagem, aprimorou o sistema.
Mas o homem como centro do processo industrial, só foi reconhecido tempos depois, mediante os trabalhos de dois franceses: Georges Archier e Hervé Sérieys. Daí em diante a empresa deixou de ser concebida como estrutura fria e impessoal. Nela, afinal de contas, o homem mergulhou com sua alma e espírito e passou a usar sua inteligência, o seu discernimento e a sua criatividade.
Nos dias de hoje, tornou-se imprescindível que a empresa se constitua em fonte de felicidade humana. Tal exige, verdadeiramente, uma transformação e tanto. Nunca como atualmente, os trabalhadores se sentiram carentes e desmotivados segundo recentes pesquisas, mesmo desfrutando de conforto e boa remuneração. No dizer do engenheiro Werner von Braum, artífice das missões espaciais norte-americanas, "é chegada a hora de nos voltarmos mais para valorizar o espírito que a ciência".
As organizações de sucesso, logo ali, serão as que considerarem e tratarem o homem na sua integralidade natural: corpo, alma e espírito. Enfim, quando isso acontecer, o trabalhador se sentirá motivado e será facilmente mobilizado para agir nos limites da excelência. Um ambiente de felicidade nas empresas é possivel sim, alcançar. Todos ganharemos com isso.
* O autor, Sílvio Lopes, é jornalista, economista e palestrante de "Economia Comportamental".