Eis os dados oficiais, divulgados pelo próprio governo venezuelano.
No terceiro trimestre de 2018, o PIB era 52% menor que o do terceiro trimestre de 2013.
A moeda perdeu simplesmente 99,96% do seu valor durante este mesmo período.
As exportações e importações desabaram 70%.
O setor da construção civil caiu 95%; o setor industrial, 76%; e as instituições financeiras, 79%.
A taxa de inflação de preços de 2018 ficou em 130.060% (cento e trinta mil por cento).
Vale ressaltar que estas são estatísticas do próprio governo socialista, sem nenhuma auditoria. Não é desarrazoado imaginar que os números reais sejam muito piores.
Ou seja, em apenas cinco anos, a economia venezuelana vivenciou um dos maiores colapsos econômicos da história: os venezuelanos produzem as metades dos bens e serviços que produziam em 2013, sua moeda simplesmente deixou de existir, não há mais obras no país, indústrias e bancos foram dizimados, e suas relações comerciais com o resto do planeta se tornaram quase inexistentes.
O roteiro foi básico:
* Primeiro, entre 2004 e 2008, desenvolveu-se uma economia baseada na monocultura do petróleo, com o governo utilizando as receitas desta indústria estatal para criar uma extensa rede assistencialista com o intuito de tornar os cidadãos dependentes do poder político.
* Em seguida, a partir de 2009, quando estas receitas entraram em colapso (tanto por causa da péssima e corrupta gestão da estatal PDVSA quanto pela queda global do preço do petróleo), optou-se por manter este arranjo clientelista por meio do endividamento público.
* Quando apenas o endividamento não mais funcionava, isso já em 2013, o governo passou a imprimir dinheiro livremente para bancar estes gastos. Tal medida empurrou o país para a hiperinflação.
* Sob uma hiperinflação, o governo impôs controles de preços que desestruturaram por completo o resquício de economia privada que ainda existia no país.
* Quando esses controles de preços provocaram desabastecimentos generalizados, o governo estatizou as indústrias privadas e colocou os militares para cuidar da distribuição de alimentos, que passaram a ser intensamente racionados.
* Sob hiperinflação, preços controlados e indústrias estatizadas, aboliu-se por completo qualquer perspectiva de investimento privado dentro do país.
* Para culminar, o país que detém as maiores reservas de petróleo do mundo vive hoje um racionamento de gasolina: os motoristas só podem comprar 30 litros de combustível por semana, e de acordo com o número das placas dos veículos.
* Com tudo isso, a taxa de homicídios do país disparou de 73 assassinatos por 100.000 pessoas em 2012 para 91,8 assassinatos por 100.000 pessoas em 2016.
* Ao mesmo tempo em que enfrenta manifestações civis — nas quais os manifestantes são assassinados pelo estado e esmagados com tanques —, o governo também recorre aos ‘colectivos’, que são as infames unidades paramilitares pró-governo que assassinam os inimigos do regime.
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