• Adriano Marreiros, em Tribuna Diária
  • 18/01/2022
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DISCURSO DE “ÓDIO” E DISCURSO “DE AMOR”...

Adriano Marreiros

 

“(..) o amor é uma faca de dois legumes, a luz anal de um vagalume, que ilumina o meu sofrer”.  Tocava Mamonas no carro – que saudades – e  me  lembrei dos dias atuais... É incrível o que eles são capazes de fazer por “amor”, contra o “ódio”. Estamos cercados desses pirilampos iluminados, quase uma dúzia dos grandes e vários pirilampinhos que os seguem. E como eles iluminam: quem já passou uma noite no mato sabe o quanto um vagalume deixa tudo claro,visível... É como diz a velha canção de corrida do TFM: “se você pensa que é  malandro, o vagalume é muito mais, ele acende a traseira, coisa que você não faz...”

Eu, como não sou malandro, não acendo a traseira e sequer tenho luz própria, acabo tomando decisões “erradas”, defendendo coisas “erradas”, fazendo discursos de “ódio”. Já que não sou “progressista”, defendo coisas “regressistas”, ultrapassadas, como liberdade de expressão, de ir e vir, vida do bebê na barriga da mãe e outras liberdades. Coisas como família, pátrio poder e religião. Coisas como valores, cláusulas pétreas e divisão de poderes.

 Imagina que eu defendo o absurdo de que “não há crime sem lei anterior que o defina nem pena sem prévia combinação legal!”  Que eu defendo que não se pode passar por cima da Lei e da Constituição.  Pior ainda: eu acredito que existe sim um Direito Natural e dele decorre que “Consideramos estas verdades como autoevidentes, que todos os homens são criados iguais, que são dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes são vida, liberdade e busca da felicidade”.  E o mais terrível: acredito que a Liberdade é mais importante que a própria vida, pois sem aquela, esta não só não tem sentido, como ficaria a critério dos ditadores de plantão. 

E tudo isso é uma ingratidão com aqueles que só desejam o bem maior. Uma ingratidão com esses vagalumes que, mais que o trem vindo, são a luz no fim do túnel que ilumina o meu sofrer. Ingratidão é ódio, discurso de “ódio” é errado, é crime até sem lei que o defina,  e hoje recebi um castigo mais específico, mais pessoal, por ter bradado por liberdades, valores, família e outros males que devem ser extirpados da Sociedade para o bem maior, para que chegue aquele dia em que estaremos todos irmanados e repetindo os mesmos mantras, concordemos ou não, numa harmonia inefável como a intensa luz dos pirilampos que são nossos autodenominados guias seculares, hierofantes de uma nova era doismiletríntica e globalista...

Fui castigado com a rouquidão, com a afonia, com uma faringite “braba” que foi capaz de me calar, de impedir que ouçam minha voz, que me impede de falar! – Será que foram eles? Já possuem esses poderes? –  Não, nem precisam disso... Pensando bem, acho que não faria muita diferença: o combate deles ao discurso de “ódio” e às “fake” news  já tem feito o mesmo há mais de dois anos... e com mais eficiência: faringite só dura uns dias...

“como é difícil acordar calado

Se na calada da noite eu me dano”

 

Chico e Gil

Quando se

 Importavam...

 

*      Publicado originalmente no excelente portal Tribuna Diária e enviado ao site pelo autor.