Há dois tipos de desobediência civil que eu antevejo pela frente.
Um, virtuoso, é a população jovem tomar coragem e começar a colocar as empresas em funcionamento, mantendo os empregos, pagando as contas e criando brigadas de proteção aos idosos para que eles recebam assistência sem precisarem interagir com ninguém correndo o risco de contágio. Fazendo protestos virtuais para que os privilégios sejam suspensos e todos os fundos sejam destinados para equipar hospitais e produzir testes e remédios.
O outro, deletério, será quando a população paupérrima começar a não ter renda, salário, vendas, dinheiro para a subsistência e resolver saquear shoppings, supermercados, lojas, farmácias e hospitais. Infiltrados, agentes do caos, como vimos no Chile ou em Hong Kong, tentarão derrubar o sistema que já está fragilizado pelo surto autoritário que contagiou prefeitos e governadores por todo o país.
Há uma terceira opção? Há, o problema é que depende do uso da razão com a objetividade que a classe política no Brasil nunca teve. Já é uma sorte não termos no governo aqueles bandidos que roubaram o Brasil construindo estádios desnecessários; metrôs, portos e aeroportos em países dirigidos por sanguinários, comprando refinarias falidas e falindo estatais que nunca deveriam ter existido.
O futuro do Brasil depende da sabedoria dos mais velhos e da coragem dos mais jovens, foi assim que países como Inglaterra, Estados Unidos ou Israel venceram todas as guerra que lutaram.
Cadê a sabedoria dos velhos e a coragem dos jovens no Brasil? Infelizmente, ambas foram sepultadas por governantes socialistas!
* Publicado originalmente no Espaço Pensar do Ponto Crítico de 24/03.