• Gilnei Lima
  • 21/04/2015
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CUIDADO REDOBRADO QUANDO A TROPA BATE EM RETIRADA

Quanto tempo se gasta em debates que se mosttam inúteis, petições eletrônicas sem qualquer relevância e que nunca surtirão efeito?

Há tantas pessoas - e são muitas – que sequer tomam conhecimento aprofundado do que realmente acontece ao redor, uma vez que estão às voltas com suas próprias vidas, com as necessidades imediatas de suas famílias. O pensamento em relação ao coletivo passa longe das mentes das pessoas comuns, que são a absoluta maioria. É quase luta inglória, mas que fique longe de se desistir de tentar resgatar o que já foi nação, agora é sucata. Peça de reposição da "Pátria Grande", que começa pelos primeiros passos, se autodenominando "Pátria Educadora".

Uma das manobras mais difíceis de se executar, por parte de um grande exército, é a sua retirada. Ceder território é desmoralizante e passa o sentimento psicológico de que a derrota se aproxima. Mas, independentemente dessa situação ser constrangedora, um bom general precisa garantir que seus exércitos consigam se reagrupar, ganhando condições operacionais para enfrentar as próximas batalhas. Todas elas estrategicamente bem pensadas, estudas e organizadas.

Isso mesmo! Estamos no meio do campo de batalha e a guerra já está em curso, mesmo sem que se tenha ouvido um único disparo de canhão. Está tudo em conformidade com os ensinamentos da cartilha de Antonio Gramsci, o maior de todos os estrategistas de implantação do comunismo que se teve notícia. Suas táticas, regras e estratégias, vêm sendo seguidas à risca, tal como reeditou e compilou Saul Alinsky em seu livro "Regras para radicais", publicado em 1945, com base nos ensinamentos gramscistas.

Ao realizar a manobra de retirada, tática obrigatória para obter êxito, que o exército em recuo deixe pelo caminho uma parcela de suas tropas, com a função de obrigar o inimigo a perder algum tempo enfrentando-as. Assim, quem se retira troca espaço por tempo, conseguindo as condições para se reorganizar e melhor poder defender suas posições; a seguir.

O governo petista e seus aliados têm feito isso o tempo todo, mas poucos percebem.

Os avanços de investigações; as denúncias contra membros do governo; as manobras de trocas de cargos por favores e favorecimentos; a queda diária de integrantes de campanhas eleitorais, arrecadadores, doleiros, "laranjas" e "testas de ferro". Enquanto tudo isso ocorre em alto e bom som, sob alardes de trombetas, integrantes do alto escalão da quadrilha governamental são anistiados, progridem de regime prisional para cumprirem penas domiciliares, ou simplesmente libertados, sumindo do cenário. Ninguém sequer lembra seus nomes.

Relembre, mas observe com atenção o que aconteceu com Graça Foster, presidente da Petrobras: ela foi submetida a um desgaste desumano, nos dois últimos anos (2013 e 2014). Enquanto ficava evidente que a Petrobras teve seus recursos dilapidados e foi literalmente implodida em nome dos interesses do partido que se apoderou da máquina de governo, Graça Foster atraiu o fogo da bateria do exército da oposição, enquanto isso, na melhor estratégia de combate, o ex-presidente da empresa, o ex-presidente da República e a liderança partidária do PT ganharam um tempo precioso que lhes permitiu vencer a eleição presidencial e se organizarem para um eventual grande embate judicial, que mesmo parecendo ser cada dia mais próximo, talvez nunca ocorra.

Apenas como um dos muitos exemplos que se poderia elencar, Graça Foster foi usada como "tropa retardadora", além de um grupo de diretores da Petrobras, e ela deu o melhor de si, sacrificando-se com ardor missionário – sabe-se lá por que – em benefício de Lula da Silva e de Dilma Rousseff.

Diante desses fatos, observe-se que o exército da oposição não pode esquecer que é necessário levar à rendição quem assinou o contrato que levou a Petrobras a perder mais de um bilhão de reais com a Refinaria de Pasadena. E quem assinou esse contrato foi o Conselho da empresa, dirigido – na época – por Dilma Rousseff. Deve ser levado ao tribunal de crimes de guerra o camarada que fez o acordo com a Venezuela para se construir a Refinaria Abreu e Lima, o que levou a um prejuízo de aproximadamente 20 bilhões de dólares. E quem realizou esse acordo foi Lula da Silva.

Deve ser levado à rendição quem doou petróleo para a Venezuela no período da crise que quase derrubou Hugo Chávez. E quem fez isso foi Lula da Silva.

Precisa ser derrotado quem alterou o contrato de exploração das jazidas de petróleo, criando o sistema de partilha que esgotou os recursos da Petrobras. É necessário levar à rendição quem resolveu combater a inflação mantendo congelado os preços dos combustíveis, destruindo o equilíbrio financeiro da Petrobras.

E, para não perder a viagem, a oposição - se realmente tivermos uma oposição real e que seja capacitada pelo apoio popular, mas longe de ser como os opositores da Venezuela - deve levar aos tribunais, apesar de que hoje todos eles estão aparelhados pelo governo, quem destruiu o equilíbrio das empresas que produzem energia elétrica. E também quem entregou os recursos do BNDES – com juros subsidiados – para algumas empresas que, posteriormente, faliram. A oposição também precisa punir, sempre dentro da lei, (mesmo sabendo que a Lei não vale muito no Brasil da atualidade) quem doou dinheiro para se construir um porto, em Cuba, e uma linha de metrô, na Venezuela, com os recursos do contribuinte brasileiro, enquanto há tantas deficiências de infraestrutura em nosso próprio país.

Do mesmo modo, se deve punir rigorosamente quem doa usinas brasileiras à Bolívia, que já se apropriou com a força militar de seu exército, de uma refinaria de petróleo que era brasileira, mas que o então presidente Lula da Silva, nem tomou conhecimento. Assim como se faz doação de energia elétrica para a Argentina, enquanto no Brasil sofremos com os aumentos das tarifas de energia, além dos riscos de apagões iminentes, por causa da falência de nosso sistema energético.

Graça Foster é desimportante. Peão menor, que sequer tem status de cavalo do rei ou da rainha, neste tabuleiro de xadrez, tal como Alberto Youseff, Paulo Roberto Costa, Nestor Cerveró e Sergio Gabrielli. João Vaccari Neto é outro, só que com posição de torre. Mas há bispos, como Humberto Costa, Antonio Palocci, Marco Maia, Miguel Rossetto.

Da rainha não temos dúvidas da identidade, mas quanto ao rei...

Sempre esqucemos do homem das mil faces, um certo José Dirceu, além do ajudante de ordens José Genoíno. Lula da Silva é o rei? É possível, pois que o diabo tem todas as caras.

O que realmente deveria interessar, concentrar esforços, ter a atenção dirigida e formação de foco é na penalização efetiva dos mandantes. Trata-se de capturar os generais desse exército em retirada, que usam manobras diferentes todos os dias para dispersar a resistência e desviar o olhar de seus inimigos.

Todos os dias temos escândalos novos, para que os outros se tornem antigos e esquecidos, e muito rapidamente, notícia velha.

Ninguém quer saber de notícia velha.

Mas todos saberão, em breve, da má notícia: todas as velhas notícias não caducaram; amadureceram e criaram raízes profundas.