• Alex Pipkin, PhD
  • 31/08/2024
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Ah, os rótulos!

 

Alex Pipkin, PhD

      Aprecio Macunaíma. Aliás, o herói sem nenhum caráter, nunca antes na história desse país, foi tão atual. Eu gosto de Mario de Andrade. Cirúrgico em suas análises.

Uma dessas, é de que as pessoas não debatem conteúdo, apenas os rótulos.
Efetivamente, “momentoso”, em especial, na era dos “especialistas” e dos protagonistas das redes sociais. O mundo se transformou no instantâneo, tudo rápido, automático, intuitivo, baseado nas maquiagens, nas emoções e, claro, no que parece ser.

Nosso funcionamento cerebral potencializa a super valorização do que parece ser, já que por meio de estímulos e de gatilhos mentais, o ser humano é influenciado - manipulado - a opinar e a tomar determinadas decisões. Pouco se pensa crítica e reflexivamente, por si só. Vão longes os tempos em que os esteriótipos, os rótulos, enfim, eram, digamos, confiáveis. Os “tempos modernos” são de genuínas distopias à lá Orwell, de inacreditável rejeição da lógica e da verdade.

Evidente que os rótulos direita e esquerda no espectro político, num passado já distante, até que eram razoáveis quanto ao conteúdo implícito.
No “novo mundo progressista” jamais. Direita significava ser conservador na questão de valores e, de alguma forma, menos estatista em nível do funcionamento da economia. Por sua vez, esquerda (decente), representava ser mais liberal quanto aos valores morais e em temas sociais, e completamente adepto do Estado “total” na vida econômica, o salvador da pátria.

Nesse “novo mundo” transviado, direita simboliza aqueles mais conservadores - alguns radicalmente -, quanto aos valores morais e, penso eu, na imensa maioria, mantendo-se, de alguma forma, de mãos dadas com o Estado.

Desnecessário classificar a esquerda em relação à economia, “mãe - e pai - Estado”. A grande transformação se deu nas questões sociais, em que me parece que, de fato, havia uma legítima preocupação com os descamisados e com os direitos dos grupos minoritários.

Sou um liberal nas questões econômicas, e adepto das liberdades individuais, e não da libertinagem e/ou das retóricas farsantes em defesa dos grupos minoritários. Pobre juventude escravizada por outros jovens marxistas - e velhos - iludidos e/ou manipulados.

Evidente que também existe a declamada “extrema direita”, pronunciada todo o santo dia pelo partido da mídia. Não tenho lembrança de ter lido ou escutado algo relacionado a “extrema esquerda”. Acho que Stálin, Mão, Maduro… são meras miragens.

O atual presidente crê que esse último é um democrata - são só as narrativas contrárias -, e que democracia é algo relativo. O fato “moderno” surreal, é que o romantismo idealista desapareceu, faz tempo, entrando em campo o sectarismo doentio utópico, custe o que custar.

Esquerda, nesse “novo mundo progressista”, nada, absolutamente nada, tem a ver com uma maior liberdade na seara social. Pelo contrário, nunca imaginei estar ainda no plano terreno para ver marxistas de carteirinha defendendo, ardorosamente, o autoritarismo, à censura, o terrorismo, e os direitos (des)humanos. Quanto aos grupos minoritários, até cego debaixo d’água enxerga que se não houver conformidade com as várias tribos esquerdistas, não adianta ser negro, gay, drag queen, enfim. Farsa total!

Pois é, os rótulos! Como pode alguém - que pensa racionalmente - ser de esquerda? Claro, a premissa básica é que o sujeito é ignorante - na real acepção da palavra - em economia.

O que a galera juvenil não sabe e/ou faz de conta não saber, é que a esquerda atual, é abertamente defensora do autoritarismo acordado, desagregador e racista, da coerção, da maldade e da escravidão, a fim de alcançar o seu único objetivo: poder.

Não, senhores, o que qualquer caolho enxerga é que esse simulacro da antiga defesa dos valores libertários e humanitários, foi nefastamente substituída pelo autoritarismo amplo e raso. Na atualidade, quem deseja e impõe à fórceps os valores morais - únicos e ditatoriais -, não são os “monstros conservadores”. Objetivamente, é essa tribo rotulada como “de esquerda”. Surreal, distópico.

Hoje, não há quaisquer dúvidas, a mãe Estado grande, e a maioria de suas instituições “progressistas”, utilizam-se do aparato estatal como poderoso instrumento para decretar - e oprimir - os “valores morais progressistas” sobre as pessoas.

O romantismo idealista sumiu - apareceram as verdades romanescas -, e a falácia do conserto e da salvação da humanidade, têm que ser realizada, inexoravelmente, pelo franco e real autoritarismo estatal canhoto.
Como alguém pode acreditar no rótulo “esquerda”?

Simples. Ou se trata de um analfabeto em economia, ou é um iludido e manipulado, que acredita nas 99 mentiras “progressistas” que estão sendo contadas por populistas “esquerdistas”.

A esperança é que como ainda há uma verdade, espero que essa verdade acabe - sei lá quando - triunfando.