MELHORAR? JAMAIS!
Dias atrás escrevi um editorial explicando que as vontades do PODER EXECUTIVO são, invariavelmente, diferentes das vontades do PODER LEGISLATIVO. Vejam que quando o Executivo propõe medidas que podem produzir crescimento e desenvolvimento econômico, o Legislativo, mesmo nos raros momentos que manifesta boa vontade, trata sempre de piorar alguma coisa. Melhorar? Jamais!
CASO EXEMPLAR
A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, para ficar com o caso mais recente, é exemplar. Melhorar o projeto, no sentido de ampliar a economia de R$ 1,26 Trilhão, nem pensar. O resultado, como se sabe, foi um corte significativo, na ordem de 40%. E mesmo com o tamanho da mutilação ainda ficamos imensamente agradecidos ao Legislativo.
A ORDEM É MANTER O CORPO DOENTE
Partindo desta clara premissa, volto a afirmar: a maioria dos deputados e senadores, mesmo sabendo que o Brasil sofre de várias doenças gravíssimas, que levaram a uma paralisação brutal da economia, não admite, em hipótese alguma, tratamento que, comprovadamente, produz cura. A ordem, pasmem, é manter o corpo sempre doente.
PROMULGAÇÃO DA REFORMA DA PREVIDÊNCIA
A propósito, hoje pela manhã a REFORMA DA PREVIDÊNCIA foi promulgada pelos presidentes da Câmara e do Senado. Em sessão solene os chefes do Poder Legislativo fizeram pronunciamentos do tipo que leva os ingênuos a acreditar que o prazo de nove meses foi curto e que o problema previdenciário está, enfim, resolvido.
CORREDORES POLONESES
Pois, passada esta fase, que durou praticamente o ano todo, agora chegou a hora de encarar a REFORMA TRIBUTÁRIA e a REFORMA ADMINISTRATIVA. E, como se sabe, se tudo der certo e à contento, ambas as PECs passarão pelos CORREDORES POLONESES onde, inevitavelmente, serão desfiguradas antes de serem votadas em plenário. Isto, obviamente, só lá em meados de 2020.
VELHA PERGUNTA
Enquanto isso alguns jornalistas, que pouco ou nada sabem, fazem sempre a mesma pergunta aos seus interlocutores: - Por que a economia e o emprego seguem em ritmo de baixa recuperação? A resposta, nem sempre obtida é mais do que simples: - Porque o Legislativo não admite o emprego de remédios com capacidade de cura. No máximo, só admite que o paciente respire.