• Gilberto Simões Pires, em Ponto Crítico
  • 15/05/2022
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A verdade pelo efeito repetição

Gilberto Simões Pires           

CEM VEZES A MESMA FRASE

Na minha infância, ao cometer alguma -malcriação- ou algo que contrariava aquilo que minha mãe já havia dito e explicado, o castigo consistia em -ESCREVER CEM VEZES UMA MESMA FRASE-, cujo conteúdo tinha como propósito, pelo efeito educacional, evitar que o mesmo erro viesse a se repetir.

PPI

Pois, tomando por base a forma -equivocada- como a mídia, assim como uma enorme parcela do nosso desinformado povo brasileiro, se manifesta, detonando por completo e a todo momento com o importante PPI -PREÇO DE PARIDADE DE IMPORTAÇÃO DOS COMBUSTIVEIS, bom seria que fossem obrigados a escrever MIL VEZES A SEGUINTE FRASE: - O BRASIL PRECISA IMPORTAR GASOLINA E DIESEL PORQUE NÃO É AUTOSSUFICIENTE EM PRODUTOS REFINADOS. Como tal, os importadores se veem obrigados a pagar o preço praticado internacionalmente, em dólares.  

O BRASIL NÃO É AUTOSSUFICIENTE EM REFINADOS

De novo: a Petrobras é AUTOSSUFICIENTE EM PETROLEO E NÃO EM REFINADOS, como GASOLINA E DIESEL, que estão na ordem de 80% do consumo. Assim, para que os postos de combustíveis disponham de gasolina e diesel para atender 100% da demanda, se veem obrigados a importar os 20% restantes, cujo preço, repito MIL VEZES, é internacional, e em dólares.

DESABASTECIMENTO

Ora, se levarmos em conta a eventual impossibilidade dos importadores poderem praticar o PPI – PREÇO DE PARIDADE DE IMPORTAÇÃO, o que aconteceria, por óbvio, seria a falta dos 20% necessários para satisfazer a demanda. Isto seria o começo do DESABASTECIMENTO, que é imensamente mais preocupante do que os preços dos combustíveis.

O PREÇO DA INTERVENÇÃO

Atenção: para que o Brasil venha a ser AUTOSSUFICIENTE EM DERIVADOS é preciso INVESTIMENTO. Mesmo assim, isto não se resolve com rapidez. Mais: como a Petrobras está focada na EXPLORAÇÃO, as REFINARIAS precisam de investidores, que por sua vez não estão dispostos a entrar num negócio que o governo venha a intervir praticando preços mais baixos do que custo de produção.

A propósito: as refinarias que foram adquiridas pela Petrobras, como é o caso da Ipiranga, pelo motivo acima já estavam literalmente falidas.