Jorge Hernández Fonseca
O marxismo é proverbial em falsos postulados. Seus pensadores, imaginando-se dotados de improvisadas ??clarividências da realidade, argumentavam mediante postulados decorrentes de um voluntarismo impróprio para pensadores sensatos. Dizem-nos, por exemplo, que os verdadeiros méritos na construção de um porta-aviões, pertenceram aos trabalhadores que fundiram as suas peças, soldaram as suas peças e apertaram os seus parafusos. Nada para os engenheiros que criaram tal obra, nada para quem pagou pelos materiais e pelos salários, nada para quem conseguiu passo a passo a fabricação de tal aparelho. Nada tão tolo!
Mas a desinformação marxista é causada por um absoluto desconhecimento das qualidades humanas, especialmente daquelas que o ser humano é naturalmente agraciado ao nascer, quando o Criador, caprichosamente, distribuiu de forma desigual, mas cuidando para que cada pessoa possua um dos atributos naturais existentes. Alguns nascem com fortes condições para o esporte. Poucos são capazes de fazer a bola desaparecer toda vez que ela é rebatida. Outros possuem um soco devastador com os punhos, levando seus oponentes para a lona. Há quem sempre que remata a bola faça um golo fantástico. Porém, há quem tenha voz de ouro, alguns são tenores, outros são barítonos e assim por diante.
No desporto e na música, tal como no xadrez, no salto em altura, ou nas corridas rápidas ou de longa distância, há indivíduos que se destacam pelas suas condições naturais. Pois bem, o marxismo descarta o fato de que também existem pessoas que nascem com a qualidade natural de fazer negócios, indo bem sempre que investem o seu dinheiro. O marxismo acredita que, assim como o mérito da construção de um porta-aviões pertence aos trabalhadores envolvidos, bons negócios podem ser feitos por qualquer pessoa, principalmente se for “do partido”. O desconhecimento das qualidades naturais de cada ser humano, especialmente daqueles que “sabem fazer negócios” leva as sociedades marxistas a ignorar o capital humano que cada país possui e, portanto, a fracassar, colocando um bom militante sem os atributos requeridos no comando de uma empresa ou negócio que já havia sido expropriado de seu legítimo dono.
Na verdade, o marxismo é uma filosofia que tem componente político de ditadura, tem componente de economia estatista e tem componente de filosofia, sobretudo analisando a história de forma revisionista, pouco objetiva com méritos individuais e priorizando as componentes coletivas sem levar em conta as individualidades. E são essas, sem dúvida, as que fazem história segundo suas condições naturais, habilidades e capacidade de liderança em todos os países do Globo.
Como foi destacado, o marxismo não é apenas ditadura, estatismo econômico e pobreza material e espiritual, é também uma tentativa, por parte dos menos dotados, de nivelar uma sociedade pela sua classe mais baixa, ignorando todos os que nasceram com uma qualidade relevante.
* Os artigos deste autor, em espanhol, podem ser encontrados em http://www.cubalibredigital.com
** Enviado ao site pelo autor. Tradução livre.