• Alex Pipkin, PhD
  • 17/12/2022
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A liberdade, não essa “democracia”


Alex Pipkin, PhD

       O vício, em oposição à virtude, para se instalar, nunca se mostrou como mal. Provavelmente, porque desse modo, seriam mobilizadas forças para destruí-lo.

O mal sempre se disfarça de moralmente superior, de “finesse da virtude”; contudo, para interrompê-lo, compulsoriamente, é necessário utilizar-se de suas mesmas artimanhas.

?Reiteradamente, tenho afirmado que já não vivemos em uma plena democracia, muito menos num Estado de Direito.

Democracia e Estado de Direito são meras palavras empregadas por verdadeiros aspirantes a ditadores e autoritários que utilizam tais vocábulos a fim de sensibilizar incautos e indivíduos com menor nível de instrução e de discernimento, e que abundam na população verde-amarela.

O sentimentalismo é uma característica marcante do país do futebol, das belas praias e mulheres, e do glorioso samba.

O lado negro desse sentimentalismo, com suas divisões, ódios e ressentimentos, já transbordou do copo, há muito tempo.

Se uns dizem que o samba do crioulo doido é uma expressão satírica, a turma do “amor”, progressista, evidente, afirma ser algo relacionado a bagunça, reafirmando a discriminação aos negros.

O fato é que o samba do momento, aquele que está nos embalando para o precipício, é verdadeiramente tenebroso.

Desnecessárias quaisquer explicitações referentes a todos os mandos e desmandos autoritários que os homens de bem vêm sofrendo nessa Republiqueta das Bananas. Seriam necessárias várias laudas, e meu humor não está para tanto.

Todos os limites imagináveis foram perigosamente ultrapassados.

A democracia verbalizada pelos tiranetes da hora não permite que seus interesses e abusos travestidos de verdades sejam sequer questionados. Quem ousa em fazê-lo, é taxado de antidemocrático, merecedor de cadeia.

Os direitos e as liberdades individuais, em especial, a liberdade de expressão, desapareceu do mapa brasileiro.

Poucos se dão conta, mas a liberdade é bem mais essencial do que a tal democracia.

Como Alexis de Tocqueville já receava, a democracia pelo voto popular poderia, em algum momento, representar uma ameaça à liberdade, ao invés de preservá-la.

A democracia política no Brasil aparenta ser um jogo, esse sim de soma zero, em que o vencedor leva tudo e/ou consegue negociar tudo com todos.
Os fatos objetivos estão aí, claros como a água cristalina.

A fome e a vontade de comer encontraram o lugar e o momento oportunos para, mais uma vez, satisfazerem seus interesses e objetivos particulares, em detrimento do bem comum de todos os brasileiros.

Os movimentos “revolucionários” são, ao mesmo tempo antigos, pelo aparelhamento das instituições, como também novos, por meio das manobras e dos artifícios jurídicos utilizados para o intento.

Força extraordinária para o seu completo sucesso vem do apoio quase que integral da pequena mídia militante.

Os donos do poder, ou melhor, os donos da democracia brasileira, aqueles que deveriam preservar e garantir os direitos e as liberdades individuais dos cidadãos brasileiros, genuinamente, utilizam-se do despotismo disfarçado de defesa da democracia para retirar a liberdade do povo e, desgraçadamente, fazer com que indivíduos tenham poder ilimitado para executar o que desejarem.

Esse despotismo democrático está efetivamente destruindo a liberdade individual das pessoas, suas próprias vidas e, pavorosamente, aniquilando a coesão social. Em síntese, destroçando a nação.

O trem tupiniquim descarrilou, e sua manutenção é árdua e onerosa. O retorno aos trilhos é de difícil previsão.

Eu não quero essa democracia, tampouco esse Estado de Direito de factoides. Eu e todos os brasileiros precisamos e queremos nossas liberdades de volta!

O que mais podemos nós fazer? Eu não sei. Espera e pessimismo.