Quando jovem, fui um sujeito, de certa forma, apolítico. Pelo menos no sentido dogmático do termo. Procurei focar minhas energias no estudo (embora aluno mediano), além de concentrar-me no trabalho, na aquisição de experiências profissionais para ascender pessoal, profissional e economicamente. Talvez até muito diferentemente daqueles jovens, impulsivos por natureza, e que desde cedo nutrem o gosto pelos ideais políticos categóricos e pela constante ansiedade em reformular o mundo em que se situam. Não resta dúvida de que há na juventude instintos e sentimentos aflorados de liberdade e fraternidade.
Afora "filhos de pais ricos" que não necessitam (muitos são os que mais estudam e labutam; elite), a maioria das pessoas busca estudar e trabalhar a fim de evoluir na vida. Aqueles que conseguem prosperar com esforço próprio, abdicam de recompensas de curto prazo, seguindo firme com autodisciplina no alcance de objetivos e se caracterizam marcadamente por possuírem uma visão de longo prazo.
Atualmente, muitos desses jovens possuem vantagem comparativa e competitiva, na medida em que a economia digital proporciona novas e grandes oportunidades para o empreendimento e emprego da energia, motivação, impulsividade, criatividade e coragem característicos da fase da juventude.
Lembro-me de como me senti humano e digno quando consegui meu primeiro emprego. Autoestima foi lá pra cima. O efeito "bola de neve" que acontece quando se investe e age com responsabilidade, afinco e perseverança é bem provável e notório.
Hoje os empregos escassearam. O governo expropria, tributa e regula insaciavelmente tudo, intervindo nos mercados e retirando as possibilidades de crescimento natural de trocas voluntárias e da imperiosa necessidade de cooperação social para que os agentes econômicos progridam, criando emprego, renda e riqueza.
Como é primorosa a tendência revolucionária e luta da juventude pela liberdade, não é mesmo?!
Mas por que será que esses jovens - de todas as correntes ideológicas - não percebem que o Estado e suas políticas institucionais lhes roubam a tão endeusada liberdade?
Fico me questionando porque essa juventude não se amotina contra esses social-democratas e socialistas que roubam sua liberdade individual, aumentando impostos para financiar o déficit público gerado por políticas irresponsáveis e inadequadas? Por que não se insurgem contra o bando de burocratas - que não produz riqueza - sustentados por meio de regulações absurdas, extorquindo a olhos nus o bolso dos contribuintes de todas as idades, através da arrecadação (coerção) de impostos? Por que esses jovens não se rebelam contra impostos que pagam salários milionários para aqueles que vivem à custa dos indivíduos trabalhadores, sustentando uma estrutura estatal inchada e ineficiente?
Fundamentalmente, por que esses jovens consentem e dão aprovação ao roubo e a retirada de sua liberdade individual? Essa juventude colabora e é cúmplice dessa imoral situação? Por que tolera o visível achaque e assalto ao bolso dos trabalhadores?
É juventude, por que ordeiramente e com base nas ideias não pressionam e retiram do poder o consentimento para roubar-lhes a liberdade?! Por que os jovens não "brigam" e reagem com ideias e argumentos lógicos e sadios focados na geração de emprego, renda e liberdade na busca do desenvolvimento econômico e social? Por que os jovens trabalhadores e produtores de riqueza não se opõem para decidir autonomamente o que devem fazer com seus recursos particulares, ao invés de se submeterem as ordens coercitivas de um Estado expropriador, tributador e regulador ao extremo?
Infelizmente, não vejo mobilização dessa juventude pela efetiva contestação e argumentação visando assegurar o máximo possível de sua propriedade e entrega do mínimo de impostos possível? Não desejam mais crescimento gerador de mais oportunidades e empregos para todos?
Triste constatar que essas verdadeiras ideias de liberdade não agitam as jovens massas entorpecidas por tais causas nobres; concentram-se em pautas de rebanhos político-partidários, ideológicos, apaixonados, discriminadores, de direitos - impossíveis - assegurados e de justificativas "sociais anacrônicas", entre outras.
Como La Boétie recomendou: "decidam não mais servir, e vocês serão livres; não lhes peço que empurrem ou sacudam o tirano, mas que, simplesmente, não mais o sustentem - e vocês o verão, como um grande colosso cuja base se retira, cair graças ao seu próprio peso e quebrar-se em pedaços".
Luta juventude! Com ideias e argumentos pela real liberdade do indivíduo!