Rodrigo Mezzomo
Dom Pedro II dedicou-se incansavelmente ao Brasil. Sua vida foi, do início ao fim, um nobre gesto de amor incondicional pelo país.
Ele foi exemplo de civismo, patriotismo e abnegação.
Dom Pedro sabia que, em 15 de novembro de 1889, o povo lhe daria respaldo.
Todavia, para proteger este mesmo povo e evitar o derramamento de sangue, resignou-se e aceitou a infâmia.
Não resistiu ao golpe republicano. Não queria a guerra civil.
Foi traído por quem lhe jurara fidelidade. Foi ultrajado e humilhado com o exílio perpétuo por aqueles que deveriam proteger a pátria.
Mesmo diante de tanto horror, mostrou sua grandeza!
O Imperador chegou a escrever uma carta que foi enviada aos golpistas, ainda no calor dos acontecimentos, onde diz:
"A vista da representação que me foi entregue hoje, às três horas da tarde, resolvo, cedendo ao império das circunstâncias, partir com a minha família para a Europa, amanhã, deixando assim a pátria, de nós estremecida, à qual me esforcei por dar constante testemunhos de entranhado amor e dedicação durante meio século que desempenhei o cargo de Chefe do Estado.
Na ausência, eu, com todas as pessoas da minha família, conservarei do Brasil a mais saudosa lembrança, fazendo ardentes votos, por sua grandeza e prosperidade".
Depois de Dom Pedro 2º a vida pública no Brasil foi só revés e desonra. O país se perdeu em sucessivas e intermináveis crises de legitimidade.
*Reproduzido da página do autor no Facebook.