• Percival Puggina
  • 20/11/2020
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“QUERIDES ALUNES”

 

 Chamou-me a atenção a notícia de que o Colégio Franco-Brasileiro, tradicional educandário carioca, passava a adotar a linguagem de gênero neutro nas comunicações formais e informais. O motivo desse pega pra capar ideológico é dado pela conjugação do feminismo radical com o movimento LGBTQI et alii na sua guerra contra o macho da espécie.
Em nota pública dirigida à comunidade escolar, o colégio disse:

"Renovando diariamente nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar, tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e informais de aprendizagem".

Embora a nota da escola pareça extraída de uma assembleia de militantes, seu inteiro teor informa que ela não “configura a obrigatoriedade da adoção da estratégia” porque “a normatividade linguística de neutralização de gênero (...) ainda evidencia certa restrição a esses usos”. Ou seja, a boa gramática ainda não foi para o lixo seco. Mais adiante, afirma: “A substituição da expressão queridos alunos por querides alunes passa a incluir múltiplas identidades sob a marcação do gênero em “e””. E fica claro o objetivo a ser perseguido. Afinal, diz, “a marcação neutra de gênero compareceu a diversas categorias gramaticais no passado de nossa língua” e “o uso da língua reflete as mudanças pelas quais a sociedade passa”. Abusam da História..

Enquanto conto até 10 vou decidindo saltar a fase dos presumíveis adjetivos, inclusive alguns muito corretamente aplicáveis ao caso. Então, vamos aos fatos. Além do Congresso Nacional, quase todas as Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores do país decidiram excluir a ideologia de gênero de seus planos de Educação. À época em que o tema foi objeto de acaloradas discussões, eu afirmei que para os grupos feministas radicais e para os radicais do movimento gay aquela sucessão de democráticas derrotas legislativas estava longe de significar que o assunto se esgotava. Eles manteriam o objetivo que, em última análise, não pode dispensar a sala de aula. Não pode prescindir do domínio das mentes infantis.

É sobre isso que o Colégio Franco-Brasileiro confabula e é para proteger as crianças disso que nos mobilizamos nacional e localmente contra a introdução da ideologia de gênero nas escolas através dos planos de educação. Levar uma criança ou uma escola inteira a falar de modo incompreensível o vasto vocabulário do “dialeto” de gênero, em construção, exige penetrar no que lhe dá causa: o ideológico e perigoso território do gênero. E o que é pior, do gênero que, ou se escolheria nas circunstâncias do cotidiano, como a echarpe de cada noite, ou na construção do coletivo, por reconhecimento da tribo.

O produto colhido por essa perversidade serão homens não masculinos, inadequados às mulheres que continuarem sendo femininas.

 

* Percival Puggina (75), membro da Academia Rio-Grandense de Letras e Cidadão de Porto Alegre, é arquiteto, empresário, escritor e titular do site Conservadores e Liberais (Puggina.org); colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil pelos maus brasileiros. Membro da ADCE. Integrante do grupo Pensar+.
 


Paulo Moraes -   28/11/2020 14:26:27

Curto e grosso! Haja paciência para aturar esses imbecis!! É impressionante a falta do que fazer dessa gentalha.

Jose Luiz -   24/11/2020 17:03:42

A desconstrução de Marcuse está caminhando a todo vapor em Pindorama. A Novilingua de George Orwell está mudando a língua portuguesa na educação brasileira. Sendo assim não precisa pensar, basta seguir a manada. A Grande Mídia deturpa a tudo conforme sua conveniência e interesse - vide a rotulação do caso ocorrido no Carrefour como atitude racista. A linguagem de genero vai impondo aos jovens o relativismo da sexualidade. A tentativa é distorcer a sexualidade como cultural e não pela constituição biológica é apologia da dominação cultural. Não há nada de ingenuidade, a razão é a confusão total onde tudo pode e é permitido, claro haverá um preço - a escravidão de um povo. O Brasil é muito cobiçado pelo mundo todo, pelas suas riquezas, pelas dimensões continentais. Quanto mais idiotas mais fácil a ocupação.

Sergio Augusto Sempé -   23/11/2020 14:35:48

Vou passar a usar "cueques" senão corro o risco de ser banido do " Novo mundo possível "

Jose Guilherme Schossland -   23/11/2020 14:34:08

Homenagem póstuma ao Mussum!

Antonio Roque Braghirolli -   21/11/2020 19:32:54

Esse vídeo resume muito bem o assunto... https://www.youtube.com/watch?v=2EiGFrS2uzo

FERNANDO A O PRIETO -   21/11/2020 08:07:36

Absurdo (mais um!). Que tempos ("O tempora, o mores"). Lembram-se do tempo da Dilma (bem que eu gostaria de esquecer...). Tínhamos um a "presidenta", que no seu tempo de escola deve ter sido "estudanta", sendo muito "eficienta", e depois, na vida profissional, talvez tenha sido "gerenta". Mas, quando criança, deve ter consultado um médico "pediatro" e, agora, precisa de um "psiquiatro". Enfim, "nóis pega os peixe", como dizia um colega dela... Deus nos ajude a enxergar a luz nas trevas do mundo atual!

ROBERTO TADEU TESCK -   21/11/2020 00:29:16

Que nojo... Esses anormais não respeitam a natureza. Pensem na quantidade de crianças que serão pervertidas, levadas a adotar atitudes que contrariam a natureza das coisas, em função da pusilanimidade, na verdade nossa, que não reagimos para dar um basta nisso: Minorias ditando, comandando, uma maioria covarde. Obs. Também estão se lixando para a vontade da maioria. o que importa é sua agenda nefasta, que está sendo implantada, graças a nossa inércia.

Edson Raul Castro Leiria -   20/11/2020 21:14:07

Da série, não é por acaso que estamos na merda.

Menelau Santos -   20/11/2020 16:33:54

Professor, esse excelente artigo nos chama a atenção para a implosão silenciosa da nossa cultura. Certamente nesse colégio deve haver falta de professores de português, pois eles não sabem que a última vogal da palavra não determina o gênero dela. Senão vejamos "motorista" não é uma palavra feminina assim como "poeta", mesmo terminando em "a". "Depressão" e "ficção" não são palavras masculinas, mesmo terminando em "o'. O que define o gênero gramatical de uma palavra é o artigo. Então teríamos que alterar toda a gramática do idioma para não sermos "preconceituosos", uma vez que não há um artigo "neutri". Como sua permissão Professor, segue o link de um oportuno vídeo sobre o assunto: https://www.youtube.com/watch?v=2EiGFrS2uzo.