• Percival Puggina
  • 23/12/2013
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VILANIA A TODO GÁS

VILANIA A TODO GÁS O uso das ditas verbas de gabinete disponibilizadas aos parlamentares para o desempenho de sua função exige comprovação do gasto. O montante mensal, no caso dos deputados federais, é de R$ 78 mil. Não dá para dizer que é pouco, considerando que esse valor não inclui os vencimentos dos funcionários lotados nos gabinetes. Mas a distância entre o uso e o abuso é sempre pequena e só não é transposta quando a consciência é bem formada. Caso contrário, muito facilmente vira grana, como aconteceu com o deputado cujos veículos, em cinco dias, abasteceram mais de 40 vezes no mesmo posto de combustível. Quando? Durante o feriado de Carnaval de 2013. Ou vira querosene para o tráfico de drogas, como aconteceu recentemente com o helicóptero do deputado estadual mineiro apreendido com quase meio tonelada de pasta base de cocaína. A aeronave era abastecida às custas da Assembléia Legislativa de Minas Gerais. E saiba o leitor: isso tudo é quase nada, em valores absolutos, quando comparado com o custo das nababescas comitivas presidenciais, com o uso de aeronaves militares por autoridades em viagens que nada têm de oficiais, com as diárias sem a justa medida e o necessário controle, com as horas-extras desnecessárias, com os cartões de crédito corporativos e com as verbas secretas, que compram o luxo de uns com o imposto recolhido sobre o fruto do trabalho da gente.