Estamos em Roma, minha mulher e eu, curtindo as belezas da cidade até o final desta semana. Quem visita o Rio de Janeiro se deslumbra com as maravilhas que Deus oferece aos homens. Roma nos deslumbra com as maravilhas que os homens, através dos séculos, ofereceram a Deus mediante o melhor de sua arte e inspiração.
Hoje, após muito andar, entramos na basílica patriarcal de Santa Maria Maggiore, cujas primeiras obras remontam ao séc. V. Chamou-nos a atenção uma aglomeração de pessoas ao longo da parte lateral direita da nave. Alinhavam-se como se estivessem em fila, esperando que se abrisse alguma porta. Aproximamo-nos, curiosos. No local onde nos acomodamos havia um numeroso grupo de meninas adolescentes. Subitamente, uma delas começou a cantar a Ave Maria, em latim, no que foi seguida pelas demais. Enquanto aquele coro de anjos acrescentava inesperada beleza ao momento, abriu-se a porta de uma capela lateral, bem onde estávamos, e o papa Francisco apareceu àquele privilegiado grupo enquanto aplausos irromperam de toda parte. Certamente, para muitos que ali se alinhavam, a presença do Papa era conhecida e aguardada. Para nós, foi uma emocionante graça, uma surpresa e um doce momento que nos travou a voz na garganta trazendo lágrima aos nossos olhos. Foi uma experiência tão epidérmica quanto espiritual da universalidade da Igreja e da comunhão dos fieis.