• Percival Puggina
  • 14/11/2017
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UM SOCIALISTA NO ARMÁRIO

 

 Pretendia contar o número de empresas, institutos e fundações estatais existentes no Brasil, considerando União, Estados e municípios. Comecei com determinação, mas desisti. Levei um susto! Quem quiser sentir a pujança do estatismo nacional vá à página da Wikipedia que tem a lista. Estamos falando de muitas centenas, senão de milhares desses entes. O Brasil é um país socialista, que muitos, sacudindo bandeiras vermelhas, se esforçam para tirar do armário. Armário cheio de esqueletos.

 A União tem 148 empresas estatais! Trinta por cento, segundo editorial de O Globo do dia 19 de agosto de 2016, criadas durante os governos petistas. Anos de gritaria contra privatizações e discursos de que "Estão vendendo tudo!" me levaram, ingenuamente, a crer que de fato estivessem. Mas era berreiro na sala, para distrair, enquanto a cozinha produzia novas iguarias para o cardápio político. A mesma matéria de O Globo conta que entre o fatídico ano de 2003 e 2015, esses filhotes do amor petista pelo Estado pagaram R$ 5,5 bi em salários e totalizaram um prejuízo de R$ 8 bi. A mais engenhosa das novas estatais foi concebida no PAC 2. É a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), que absorveria a tecnologia do trem-bala e executaria o projeto da ligação de alta velocidade entre Rio e São Paulo. A empresa, descarrilada desde sua criação em 2008, é totalmente dependente do Tesouro.

 O formidável e assustador conjunto das "nossas" estatais é parte ponderável dos problemas do Brasil. No entanto, o Instituto Paraná Pesquisas revelou, há três meses, que 61% dos brasileiros são contra privatizações feitas pelo setor privado. Pelo jeito, preferem as "privatizações" caseiras, as notórias apropriações, por partidos, sindicatos e líderes políticos, de tudo que for estatal. Se é para ser abusado que seja pelos de sempre. Trata-se de um vício do nosso presidencialismo. Quem governa comanda a administração e chefia o Estado, estendendo as mãos sobre o que puder alcançar em suas instituições.

É nos estofados desses grandes gabinetes, que a "privatização" do Estado proporciona os melhores orgasmos do poder. Em outras palavras: a experiência política e administrativa nos evidencia que empresas estatais realmente devotadas ao interesse público são fenômeno incomum. Como regra, resultam submetidas às conveniências privadas que descrevi acima. São nichos de usufruto e poder que pouco têm a ver com o bem nacional. Dentro desses domínios nascem as maiores reações a qualquer transferência que conduza ao desabrigo do Tesouro e às aflições do livre mercado. A ninguém entusiasma a ideia de remover o acento da poltrona e alinhá-lo à reta da competitividade.

A doutrinação socialista cumpre seu papel, ensinando que estatal é sinônimo de público, de social, e imune a interesses privados. Empresas estatais seriam como santuários de desprendimento e abnegação. Sim, claro. O Mensalão não existiu e a Lava Jato, você sabe, foi criada para impedir a alma mais honesta do Brasil de retornar à presidência.

E quando um partido sai, vem o outro para fazer a mesma coisa? - perguntará um leitor estrangeiro. Nem sempre, prezado visitante. Se o serviço for bem feito, a privatização partidária de um ente estatal pode ser anterior e se perpetuar além do governo desse partido. Quem duvida olhe para o Ministério de Educação e para as universidades públicas. Ali se educa a nação para amaldiçoar a iniciativa privada, amar o Estado, abrir o armário, e fornecer, nos ambicionados concursos públicos, respostas de acordo com o que pensa a banca.

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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.

 


Beto -   20/11/2017 00:40:29

Vamos criar um Projeto de Poder baseado na industrialização do pais a ser levada a efeito pelo empresariado nacional. Isso e' o que nos falta. Projeto esse não tendo o Estado como promotor e gerenciador, mas pela iniciativa privada baseada na competição individual e democrática sem ter o Estado como sócio.

Beto -   20/11/2017 00:30:28

Vamos privatizar, sim, porem não entregar a um outro monopólio estatal, a China de matriz comunista. Vamos privatizar e estabelecer competição com um capital preendedor no modelo Americano, Europeu, Japonês , Coreano. Obviamente sem abrir mao da nossa industrialização e pólos cientificos geradores de alta tecnologia de produção .nacional. Caso contrario seremos simplesmente fornecedores da nossa nateri prima e riquezas minerais. Temos de montar um projeto durável de auto-desenvolvimento

Decio Broilo -   19/11/2017 22:31:22

A especialidade do socialista, é fazer propaganda de si mesmo, conseguindo assim estatizar e se locupletar dos empregos das estatais fundadas por eles mesmos. Não sabem fazer coisas, porque para se ter um objeto necessita-se trabalhar, malhar o ferro. misturar o barro enfim teria que dar emprego. Dar emprego? Isso é coisa de capitalista rsrsrsrs

sandro mattar -   18/11/2017 21:50:28

Sou totalmente a favor das privatizações. O problema é que a China compra tudo. Dá a impressão de trocar seis por meia dúzia.

Genaro Faria -   16/11/2017 12:23:43

Os comunistas só não conseguira extinguir as escolas militares, reformar o regulamento das forças armadas a seu modo e impor a censura através do "controle social da mídia". Se eles tivessem obtido êxito nessas três tentativas que fizeram seria uma barbada promulgar uma "constituição popular" para governar com 100% dos votos dos "eleitores", como já faz o "presidente" Maduro na Venezuela. O QUE O POVO ESTÁ ESPERANDO PARA SAIR ÀS RUAS E EXIGIR A INTERVENÇÃO CONSTITUCIONAL CONVOCADA DIRETAMENTE PELOS SUPOSTOS LEGÍTIMOS DONOS DO PODER? Disputar nos lixões o pão nosso de cada dia com os ratos? Ou eleger Bolsonaro comas urnas fraudulentas criadas pelos próprios comunistas para dar uma aparência de democracia onde só a banca vence?

Roberto Müller -   14/11/2017 21:23:00

A maioria do povo brasileiro já começa sendo subserviente por natureza. Foi-lhe ensinado a ser assim. E a doutrinação continua. Outra parte são os "expertos" (políticos e aduladores). E os normais são a minoria. Precisamos muita fé, acreditar muito e lutar ferrenhamente. Mudar personalidade de um povo é muito difícil.

Ismael de Oliveiira Façanha -   14/11/2017 18:27:07

Se o REGIME MILITAR não privatizou as estatais, quem o fará? A indústria político-partidária é que não extinguirá seu galinheiro dos ovos de ouro. Assim como o tráfico santo dos mercadores da fé não terá seus "apóstolos" e seus "bispos" milionários punidos pelo abuso da credulidade alheia; esse é o seu único milagre: a impunidade de que desfrutam. Por essas e por outras, é que Hans Donner não deveria pensar em redesenhar a bandeira do País, mas sim trocar os ramos de tabaco e cafeeiro por orelhas de burro. A que ponto chegamos, a que nível descemos!...

Dalton Catunda Rocha -   14/11/2017 17:16:55

Onde o estado é um empresário, o povo é miserável. O verdadeiro problema do Brasil não é Temer. Como também não era Dilma, não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney, nem Jango ou Jânio. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. A eterna mania nossa de confundir patrimônio público, com patrimônio privado. Afora isto, estamos sempre apostando em fracassos e vergonhas. Em 1888, nós fomos o último país das Américas a acabar com a escravidão e seguimos hoje, tendo coisas abjetas, tais como o monopólio estatal do petróleo e o imposto sindical. O petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia. Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.” Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90 Em outubro de 2002, há quinze anos trás, veja o que capa da revista Veja falava sobre o Lula: http://1.bp.blogspot.com/-F1Uts6QtrVE/VFTozphh_8I/AAAAAAAAUNQ/Eh20xg0oCZs/s1600/revista-veja-edico-historica-lula-5710-MLB4989929171_092013-F.jpg Agora, eu lhe peço que veja uma capa recente da revista Veja, mas desta vez, sobre Jair Bolsonaro: https://pbs.twimg.com/media/DLiM4XiUIAAvY-k.jpg "Porém o suprassumo da cretinice é contestar a fidelidade de Lula ao comunismo mediante a alegação de que é um larápio, um corrupto. Qual grande líder comunista não o foi? Qual não viver como um nababo enquanto seu povo comia ratos? Qual partido comunista subiu ao poder sem propinas, sem desvio de dinheiro público, sem negócios escusos, sem roubo e chantagem?" > http://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/el_mayor