• Olavo de Carvalho
  • 13/03/2009
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TRUQUE BESTA - Di?o do Com?io

O sr. presidente da Rep?ca mostra-se escandalizado, chocado, abalado at? fundo de seus sentimentos ?cos mais nobres quando a Igreja discorda de sua singela opini?de que para proteger uma crian?deve-se matar duas. Se ele fosse ateu, budista ou membro da Seicho-no-Ie, tudo o que os cat?os poderiam fazer diante de seu discurso abortista seria resmungar. Mas ao defender o aborto como dever moral, ele insiste em enfatizar que o faz “como crist?e cat?o”, o que o enquadra, sem a mais m?ma possibilidade de d?a, na categoria dos heresiarcas. Heresia, para quem n?sabe, n??ualquer doutrina adversa ?a Igreja: ?alsa doutrina cat?a vendida como cat?a – exatamente como o discurso presidencial contra Dom Jos?ardoso Sobrinho. Mas, no fundo, isso n?faz a menor diferen? Por seu apoio continuado e impenitente aos regimes e partidos comunistas, Lula j?st?xcomungado latae sententiae faz muito tempo e n?precisa ser excomungado de novo. A excomunh?latae sententiae, isto ?“em sentido amplo” decorre automaticamente de a?s ou palavras, independentemente de senten?oficial e at?esmo de aviso ao excomungado. Na mesma categoria encontra-se a sra. Dilma Roussef. A presen?de qualquer um desses dois num templo cat?o – quanto mais junto ao altar, na condi? de co-celebrantes – ?ma ofensa intoler?l a todos os fi?, e s?oportunismo de um clero corrupto at? medula explica que ela seja tolerada e at?estejada entre sorrisos de subservi?ia abjeta. Neste caso, como em todos os similares, a covardia e a omiss?n?explicam tudo. Algu?manda nos covardes e omissos, e este algu?n??ada disso: ?usado e ativ?imo a servi?do comunismo. Quanto ao ex?ito inteiro dos que se fingem de indignados junto com o sr. presidente – e ainda o ap? nesse paroxismo de hipocrisia que ? “Dia Nacional de Luta contra a Hipocrisia” –, seu papel no caso ?os mais evidentes. Os estupros de crian?, cujo n?o crescente escandaliza e choca a popula?, s?constantemente alegados por essa gente como pretextos para debilitar a autoridade dos pais e submeter as fam?as a controles governamentais cada vez mais invasivos. A ONU, os partidos de esquerda, a m?a iluminada, os educadores progressistas e uma infinidade de ONGs – as mesmas entidades que promoveram o feminismo, o div?o, o gayzismo e todos os demais movimentos que destru?m a integridade das fam?as – posam hoje como os her?s defensores das crian? contra o risco permanente de ser estupradas por seus pr?os pais. Toda a credibilidade dessas campanhas adv?da oculta? sistem?ca de um dado estat?ico in?as vezes comprovado: a quase totalidade dos casos de abuso sexual de crian? acontecem em casas de m? solteiras, cujo namorado – ou namorada – ? autor preferencial desse tipo de delito. Na Inglaterra, os filhos de m? solteiras sofrem 73 vezes mais abusos fatais – e 33 vezes mais abusos s?os sem morte – do que as crian? criadas em fam?as completas. Nos EUA, 55 % dos assassinatos de menores de idade ocorrem em casas de m? solteiras. Rar?imos casos de abusos de menores acontecem em lares ?egros, com pai e m?regularmente casados. A presen?de um pai ?hoje como sempre, a maior garantia de seguran?f?ca para as crian?. Aqueles que removeram esse pai, entregando as crian? ?erc?os amantes de suas m?, s?diretamente culpados pela epidemia crescente de viol?ia contra crian?, e s?eles mesmos que tiram proveito dela, arrogando-se cada vez mais autoridade para solapar a da fam?a constitu? e colocar um n?o cada vez maior de crian? sob a guarda de assistentes sociais politicamente corretos. A seq?ia dial?ca ?e uma nitidez impressionante. Tese: a pretexto de proteger mulheres e crian?, procede-se ?emoli? da autoridade paterna, bem como dos princ?os morais que a sustentam; ant?se: nas fam?as desfeitas – surpresa! –, proliferam os estupros e a gravidez infantil; s?ese: o aborto ?levado ?ategoria de obriga? moral, e em seu nome o Estado condena a religi?como imoral e desumana e se autoconstitui em guia espiritual da sociedade. Pensando bem, ?m truque simples, at?esta. Mas o tempo decorrido entre a tese e a s?ese torna invis?l a continuidade do processo aos olhos da multid? * Ensa?a, jornalista e professor de Filosofia