Percival Puggina
Quando a esquerda ganhou status e representação política, ser de esquerda significava trazer acima do colarinho ideias oxigenadas no altiplano da sabedoria. Nenhum politólogo aparecia para dizer que esquerda e direita compunham uma classificação vazia, sem qualquer significado político objetivo. Pense numa coisa boa. Pois isso era “a” esquerda. A direita era o contrário.
Ah, os anos dourados do petismo e do esquerdismo prêt-à-porter! Industrializado no mundo acadêmico para servir à causa, significava ser a favor de tudo de bom! A essas alturas, éramos poucos os que falávamos sobre as invasões, as greves políticas, as reputações friamente assassinadas, a tolerância para com a criminalidade, os braços fora da lei que prepararam o caminho para o poder. A sociedade já se habituara a esse cardápio.
Instalada a esquerda nos palácios do Planalto Central, o inevitável aconteceu, reproduzindo um século de história do esquerdismo mundial. Não preciso evocar tragédias morais. Terão sido elas que derrotaram a esquerda brasileira em 2018? Não. Parcela expressiva da nossa sociedade não deveria, mas convive bem com a corrupção. O que derrubou a esquerda e fez renascer seu oposto foi perceber o esquerdismo impondo um turbilhão de pautas cujo produto final seria a varredura de valores apreciados pela ampla maioria da sociedade.
Refiro, entre outros, o direito à vida desde a concepção, a proteção das crianças e de sua inocência, a instituição familiar, a fé e a liberdade de culto, o combate às drogas, o direito de defesa com uso de armas, a igualdade de todos perante a lei, a liberdade de expressão, o direito de propriedade, a recusa aos despautérios da ideologia/pedagogia de gêneros e bandido na cadeia.
Esse enfrentamento é um fenômeno político recente no Brasil. No entanto, bastou que se manifestasse para começar seu descredenciamento. Havia um rótulo pronto, impresso nas gráficas que atendem o marketing esquerdista. Nele está escrito “extrema direita”, “fascista” e outras gracinhas congêneres. Entendi: direita e esquerda existem no mundo inteiro, em todas as eleições, nos parlamentos e nos noticiários. No Brasil, só a extrema direita tem reconhecimento acadêmico. Dá-me forças Senhor!
De uns meses para cá, insiste-se em que a sociedade está dividida e, claro, a culpa é dos conservadores e liberais da tal “extrema direita”. Quem não vê nisso a terceira via procurando trilho para a locomotiva que não tem, vendendo o mesmo produto esquerdista com outra marca?
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
Antonio Fallavena - 10/03/2022 18:42:35
Boa tarde amigo. Sem tempo, por incrível que possa parecer, não tinha lido este seu texto, o que fiz agora. Mesmo que atraso, quero deixar minha opinião e posição. Pela idade e experiencias acumuladas na própria vida, com todo respeito que cada um merece, digo que: a esquerda continua a mesma e a direita ainda não chegou ao poder, pelo menos a direita que defendo e faço parte. O governo atual é centrão e vem se utilizando de alguns milhões que, infelizmente, conhecem nada de política, de história e de Brasil. Votei em Bolsonaro para tirar o PT/quadrilhão do poder. Nunca votei na esquerda. assim, se tiver de optar por um dos dois que hoje, pelas pesquisas, são os favoritos, certamernte anularei meu voto. Cansei de votar no menos ruim para ver meu País melhorar. Agora, que os que elegerem um dos dois se responsabilizem. Fraterno abraço e muita saúde. FallavenaDécio Antônio Damin - 07/03/2022 14:06:37
Fico triste com a divisão em que se está tentando demonstrar que fora de "Bolsonaro 2022" não há solução possível para o nosso país...! Como podem abominar àquele que pôs na cadeia, pela primeira vez, os maiores corruptos que estas plagas conheceram...! Abominem os corruptos e aqueles que os libertaram...!Luis Roberto Ponte - 07/03/2022 09:49:28
Maravilha de análise, Puggina. Pena que o Carlos e tantos outros ainda não vejam a verdade e não se indaguem qual o ato do governo Bolsonaro que não está rigorosamente conforme o bem comum, nem valorizem três anos sem corrupção e sem hipocrisia, matriz da nossa miséria. Como dissestes, lamentavelmente acostumaram-se com ela nos governos passados ao ponto de não verem a inteira desgraça que provoca contra tudo que é digno. Parabéns, amigo.Vicente Lino - 04/03/2022 15:32:45
Ficou claro que o esforço da esquerda para assumir o poder, não tinha nenhuma ideologia. Milhões de páginas de processos criminais provam que o objetivo único era roubar. Não ideólogos de coisa nenhuma. São apenas parasitas que adoram viver bem, com o dinheiro dos nossos impostos.Carlos - 04/03/2022 09:45:13
Vcs cada dia estão mais levianos, financiados com nosso dinheiro, assim como na era PT, tentam de todas as formas minar as esperanças daqueles que acreditam que existe um mundo fora Lula e Bolsonaro. Prestam um desserviço a democracia, deveriam rasgar o diploma de jornalista. #NemLula NemBolsonaroJose Ricardo - 04/03/2022 09:22:25
Não existe 3a via, excetuando Bolsonaro, todos os demais candidatos são de esquerda. Alguns são velhos conhecidos como Ciro, Lula e Alckmin. Já os novatos - Moro, Tebet, Pacheco e Dória também são de esquerda. Todos eles participando daquilo que Lênin chamou de estratégia das tesouras, a maneira mais eficiente de se perpetuarem no poder. A tesoura seria a ideologia de esquerda, numa das lâminas estão os radicais - Lula (PT), PDT (Ciro), Rede (Marina), PSB, PSOL, PSTU, PCdoB, et al; na outra lâmina estão os moderados (ou menos radicais) PSDB (Alckmin, Dória), PSD (Kassab, Pacheco), Podemos (Moro), MDB (Tebet??), DEM (Maia, ACM Neto), etc... Em comum além de se oporem a Bolsonaro, a mesma ideologia, a diferença é única e exclusivamente no método das suas ações, mas na hora H, pra surpresa de ninguém, eles se articularão para se manterem no poder. Um exemplo disso é vemos um dia sim e o outro também vários discursos conclamando a chamada "união pela democracia", obviamente para derrotarem o vilão Bolsonaro.