• Percival Puggina
  • 16/10/2016
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QUINTA-COLUNA. OU, QUEM PROTEGE BANDIDOS?

 

 Importado da Guerra Civil Espanhola e largamente usado durante a Segunda Guerra Mundial, o termo quinta-coluna designa quem, no desenrolar de um conflito, serve à causa do inimigo nacional comum. Não é outra coisa a zelosa proteção de malfeitores conduzida por proselitismo ideológico, estratégia política e administração da justiça. Assumida com motivações de esfumaçada nobreza, implica ações e omissões que colidem com a segurança e a defesa da sociedade, com elevados atributos do bem comum e com finalidades essenciais ao Estado.

 Num tempo em que nossas sirenes mentais disparam ao colocarmos o pé na soleira da porta, ou pararmos num semáforo, ou escrutinarmos cada passageiro que embarca no coletivo em que nos aventuramos, a palavra paranoia tende a cair do vocabulário, substituída por duro e puro realismo. Há uma guerra declarada pelo crime contra a sociedade. E nós não somos militares ou policiais. Somos os desarmados objetivos de forças inimigas, que evitam se confrontar com o Estado pois este tem armas e tropas, reduzidas, mas treinadas. É conosco, é contra os civis, que tal guerra foi estabelecida.

 Por isso, decidi alinhar nesta coluna, para adequada identificação, diversas posições e atitudes de colaboração com as forças inimigas. Podem, por isso, ser qualificadas como quinta-colunas. Você verá, leitor, sem surpresa alguma, que todas essas atitudes procedem do mesmo arraial ideológico onde se articulam ações revolucionárias.

 São protetores de bandidos os adversários à posse e ao porte de armas. Eu mesmo me alinhei entre estes, até aprender de minhas sirenes mentais o quanto a prudente prevenção serve à nossa segurança e à de nossos familiares. Uma população civil desarmada vira pombinha branca para as armadilhas do banditismo, tão alva e tão ingênua quanto as dessas revoadas lançadas por manifestantes em favor de uma paz unilateralmente declarada. É bem assim que as forças inimigas querem ser recebidas. Elas desejam ser, sempre, o único lado com o dedo no gatilho.

 São protetores de bandidos todos os que emitem a cantilena do "só isso não resolve" ante qualquer demanda racional por rigor contra o crime, a saber, entre outras: mais presídios, penas de reclusão mais longas, severas exigências para a progressão de regime e uso mais intenso do Regime Disciplinar Diferenciado nas execuções penais.

 São protetores de bandidos os que proclamam, como se argumento fosse, o fato de já termos "presos em excesso". E tudo se passa como se miragens e alucinações, não bandidos reais, andassem por aí todo ano, armas na mão, matando 60 mil brasileiros, roubando meio milhão de carros, praticando número muito maior de furtos diversos não notificados e algo como 520 mil estupros (estimativa feita pelo IPEA, levando em conta a subnotificação, a partir de 41 mil ocorrências registradas).

São protetores de bandidos os políticos, formadores de opinião, juristas e ideólogos cujas vozes, em pleno estado de guerra, mas longe do tiroteio cotidiano, só se fazem ouvir para recriminar ações policiais, promovendo a associação ideológica dessas corporações à repressão, autoritarismo, brutalidade, ditaduras e assemelhados. São protetores de bandidos os militantes de ideologias instalados nas carreiras jurídicas e ganhando acesso aos parlamentos. Para estes, os criminosos são agentes ativos da revolução social com que sonham sem terem a coragem de acionar com mão e gatilho próprios.

São defensores de bandidos todos que espalham as sementes do mal por plantio direto, lançando-as ao léu, com a afirmação de que os criminosos são seres humanos esplêndidos aos quais foi negada a realização de sua bondade natural por essa sociedade perversa (eu, você que me lê e os executados de ontem em atos de extrema frialdade). Veem-nos - a nós, nunca a si próprios - como potenciais cenas do crime, corpos de delito com culpabilidade constatada e contas a ajustar.

A lista é extensa e não há como condensá-la nestas linhas. Não tenho como (leia o artigo completo em http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/colunistas/percival-puggina/ultimas-noticias/ 


Especial para ZERO HORA, 15/10/2016

 


Fabio -   26/10/2016 11:17:35

"O crime deve ser combatido com educação e inclusão"... esta afirmação está CORRETA: com este pensamento e ações condizentes nós podemos, sim, evitar que jovens expostos à violência e à miséria INGRESSEM no mundo do crime. Mas o infrator JÁ INGRESSO, o sujeito que cometeu crime, o bandido, este nós temos que tratar como aquilo que ele é: um meliante, um chinelão, um malfeitor! Ora, claro que prender o bandido não vai torná-lo um cidadão bonzinho e honesto. Mas vai impedir que ele esteja na rua, metendo uma arma na cara das pessoas - inclusive do ativista que quer vê-lo livre, ou detido em um spa mantido pela parte útil da sociedade. Acho incrível ver a esquerda defendendo bandidos. Porque esquerda, direita, as inúmeras filosofias políticas existentes... elas são MODELOS DE CONSTRUÇÃO DA SOCIEDADE - e o bandido não é parte de modelo social algum, ele é um sujeito que sai fora da sociedade (seja ela de que modelo for), quebra as leis. Ele é o elemento anti-sociedade. Dizem que todo esquerdista sonha com um mundo igual ao que era a União Soviética. Mas na URSS a bandidagem só tinha dois caminhos: cemitério ou Sibéria. Então, quando a defesa da bandidagem passou a ser uma coisa legal? Será ideologia, ou simples transtorno de personalidade?

ALDO LANGBECK CANAVARRO -   23/10/2016 13:29:12

A esquerda Leninista, Trotskista, Castrista, socialista ou qualquer o utra "ista", tem como inimigo comum, aquilo que eles chamam pejorativamente de "capitalismo"! É muita ingenuidade, idiotice, ou as duas coisas juntas, acreditar que um político que defende essa ideologia, de uma vez eleito, "vai trabalhar para fortalecer um sistema que ele quer ver destruído para ser substituído pelo seu modelo" De uma vez eleito, o governante de esquerda, não vai trabalhar em favor do país ou do povo que nos discursos demonstrou tanto empenho em defender! Vai trabalhar para deteriorar o regime vigente, implodir o "capitalismo burguês", claro que essa tarefa vai ser executada, sorrateiramente, na penumbra, com uma completa cobertura de ações "bem intencionadas", aumento do número de funcionários, auxílios, benefícios e subsídios de toda espécie para a camada menos favorecida da sociedade (sempre haverá uma camada menos favorecida e outra mais) de modo que sob o peso desses encargos, e dos impostos para sustentá-los, o sistema entre em colapso! Aí os militantes saem as ruas gritando: "A CULPA É DO CAPITALISMO"!!!! O crime, tanto o organizado, como o desorganizado, é uma peça importante nessa engrenagem, os defensores dos direitos humanos e do politicamente correto, criam tantos mecanismos espúrios de proteção dos transgressores, que faz do crime, uma atividade altamente lucrativa, e a sociedade como um todo, encara um altíssimo "custo de segurança", embutido nos produtos e repassado para o consumidor final. É o sucesso da doutrina: "quanto pior melhor", tão festejada e bem vinda pela esquerda, e executada com muita competência aqui no Brasil! O aumento da insegurança alimenta a necessidade de medidas radicais, facilita a implantação de governos autoritários, tanto de direita como de esquerda, mas esta última, é mais organizada, tem um discurso mais sedutor, consegue mais facilmente recrutar seguidores para sua causa! Em resumo nessa disputa, a direita não tem vez!

Percival Puggina -   18/10/2016 19:02:46

A tolerância, a leniência para com os crimes contra o patrimônio e o direito de propriedade são a própria síntese da influência marxista na Justiça brasileira.

Odilon Rocha -   18/10/2016 13:11:09

Respondendo, figurativamente, caro Professor, ao seu título: Sim, é a quinta,...ou PenTa!

Matheus -   18/10/2016 12:55:39

Deveria ser levado em consideração a cifra oculta que temos em nosso sistema penal. Uma grande comoção em crimes contra o patrimônio e contra o tráfico de drogas só demonstra o quanto o sistema vigente está defasado. Essa critica feita no seu artigo não agrega em nada, apenas alimenta essa polarização ideológica que vivemos. Se querem uma reformulação do sistema, deveriam primar pelas análise que esteja aberta ao diálogo, sem demonização dos que pensam diferente.

Genaro Faria -   17/10/2016 21:12:38

A infiltração marxista em nossa cultura é tamanha que a grande maioria das pessoas não a percebem como uma ideologia inimiga, um "corpo estranho", falecendo assim a defesa que poderiam erguer contra essa invasão, seja nas artes, na política, no noticiário diário e, principalmente, na religião. A isso se dá o nome de hegemonia cultural. Como exemplo, cito o famigerado "politicamente correto", que só visa a proteger aqueles que nos agridem solertemente.

Dalton Catunda Rocha -   17/10/2016 18:51:51

Na década de 1920, o marxista Trotski ( 1879 – 1940) já dizia: "Para dominar uma sociedade, basta que os marxistas façam duas coisas: 1- Colocar os pobres, contra os ricos. 2- Colocar os bandidos, contra os pobres."

FSCoutinho -   17/10/2016 18:03:00

Excelente o txt, até onde, aqui, o li. O que, às vezes, nos desanima, é o silêncio, ou medo, nåo sei, daqueles formadores de opinião influentes, que mesmo discordando deste cenário atual, calam-se para serem "politicamente corretos". Uns covardes. Queríamos apenas que fossem decentes ao ocuparem cargos públicos, mais nada.

Verdade Seja Dita -   17/10/2016 15:45:49

Lembrando que o governo Lula, simplesmente passou por cima do "não" do referendo do desarmamento e desarmou o povo igual e que isso até hoje é pouco contestado ou lembrado. É uma das coisas que vemos que o Governo Temer tem cumplicidade com o governo passado, porque se não tivesse já tinha revogado esse estatuto assim como o Marco Civil da Internet.