Inicialmente cabe perguntar: como pode ser "geral" uma greve sem apoio da população? Pelas siglas das bandeiras que agitam, os habituais construtores da confusão e suas massas de manobra acham muito bom o ambiente político promovido na Venezuela e os resultados colhidos em Cuba. Creem, então, ser de boa política demonstrar força parando o país na marra. O sucesso deles depende do fracasso de todos os demais.
São pequenos grupos articulados nacionalmente. Param o transporte coletivo na base da pedrada e do "miguelito", mas não são, eles mesmos, motoristas de ônibus porque isso é muito trabalhoso. Bloqueiam rodovias e avenidas, incendiando pneus, mas não são, eles mesmos, transeuntes desses caminhos. Impedem os demais de trabalhar, mas são raros, raríssimos em tais grupos, os ativistas que ganham seu sustento com o suor do próprio rosto. Menor ainda é o número daqueles cuja atividade, por sua natureza, agrega algum valor à economia nacional. Querem é distância do mérito, da concorrência, do livre mercado. São nutridos por alguma teta política, pública, sindical ou familiar. São, estes últimos, filhinhos do papai entregues à sanha dos encolhedores de cabeças do sistema de ensino. É a geração nem-nem, mas com direito a mesada.
O que estou descrevendo aqui por intuição, os italianos diriam ser algo que "si sente col naso" (se percebe com o nariz). E bem mereceria ser objeto de uma pesquisa acadêmica. Conviria à sociedade conhecer o perfil dessas pessoas que volta e meia se congregam para infernizar a vida dos outros. No entanto, também com o nariz, posso intuir que a academia brasileira não teria o menor interesse em executar essa tarefa porque ela iria desmoralizar, politicamente, as seivas de que essa militância se nutre. E as grandes empresas de comunicação? Bem, pelo que tenho visto ao longo deste dia 30 de junho, tampouco elas, diante das depredações e da queimação de pneus, pronunciaram uma sílaba sequer que fosse além da mais cirúrgica narrativa dos fatos em curso. Tão lépidos em comentar tudo, entendam ou não dos assuntos, demonstram-se, hoje, absolutamente indispostos a qualquer análise do que está acontecendo. No entanto, há uma riqueza de conteúdo, tanto no que não aconteceu quanto no que aconteceu. Tudo por ser investigado.
Creio que só uma colaboração premiada poderia desvendar as entranhas dessas articulações político-ideológicas tão nocivas ao bem comum...
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de Zero Hora e de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
Rubens Silvio de Almeida - 03/07/2017 16:20:46
Professor, infelizmente, comenta-se que o presidente Temer já fez acordo com a CUT (e tem uma Medida Provisória engatilhada) para, assim que a reforma trabalhista for aprovada, restabelecer a cobrança compulsória do Importo Sindical, financiador dos baderneiros e tumultuadores da vida das pessoas de bem. Pelo visto, parece que comemoramos muito cedo o fim do famigerado imposto, redutor de renda disponível de quem trabalha e produz.Genaro Faria - 03/07/2017 15:19:23
IMAGEM COMENTADA - "Jamais vamos corrigir nossas instituições enquanto continuarmos escrutinando a realidade apenas com lupas ideológicas." De pleno acordo, professor Puggina. Mas pelas manifestações que todos os dias lemos de autoridades que, com ares de convicção inabalável e serena análise dos fatos, veem nossa democracia madura a superar com normalidade e firmeza o que nem sei por que tantos insistem em chamar de crise das instituições da república. É, sem a menor sombra de dúivida, o triunfo da vontade sobre a realidade. Como estranhar que Lula tenha dito que na Venezuela aja um excesso de democracia? Por que não concordarmos que a estabilidade política de Cuba seja um modelo a ser imitado pelo Brasil? Será que estamos caducos e só esses iluminados veem por trás de suas lentes cor de rosa um país dos sonhos romper a aurora do paraíso terreno?Genaro Faria - 03/07/2017 00:03:59
De fracasso em fracasso, a CUT e a sociedade aparelhada da estrela vermelha e da foice e martelo vai se afundando numa fossa homérica. Em homenagem: https://www.youtube.com/watch?v=_geGytTJtH0, com a recomendação de que seja ouvida com vermute num buteco cheirando a mictório.IvoHM - 02/07/2017 18:15:27
E esses caras apresentam também, invariavelmente, volumosas barrigas, indicadoras da dura lida a que são submetidos.josé rudi schnorr - 02/07/2017 05:43:45
Com a turma do fogo e da pedrada e a Cut financiando toda esta indecência, só tem uma solução. Privatizar tudo e demitir estes que se agarram a coisa pública como se fossem deles, não para amar, cuidar e trabalhar, mas para servir como balcão de negócios e sustento sem suor. Votem a contribuição Sindical optativa e verão que os queimadores de pneus sumirão por falta de pagamento. A soluçao do país está na privatização de tudo.mario m - 02/07/2017 01:18:39
Mais um comentário irretocável. Tudo bem, o Puggina está com a gente, é um brasileiro preocupado com o destino do país, mas ... Passei alguns anos comentando sobre artigos de dois frequentados bloguistas que expunham, denunciavam situações, etc, mas ... Mas ficamos nisso e continuaremos eternamente sem ver a luz no fim do túnel. Teoria sem ação não dá. O que fazer?Odilon Rocha - 01/07/2017 18:38:21
Caro Professor Sim, com certeza , também creio que só uma colaboração premiada, e bote premiada nisso! O senhor entendeu, não? Recompensada e anônima. Vão entregar até quem nem tem culpa. No faroeste americano funcionava.Dalton C. Rocha - 01/07/2017 15:15:57
Em resumo: A greve geral foi, um fracasso geral. O verdadeiro problema do Brasil não é Temer. Como também não era Dilma, não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney, nem Jango ou Jânio. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. A eterna mania nossa de confundir patrimônio público, com patrimônio privado. Afora isto, estamos sempre apostando em fracassos e vergonhas. Em 1888, nós fomos o último país das Américas a acabar com a escravidão e seguimos hoje, tendo coisas abjetas, tais como o monopólio estatal do petróleo e o imposto sindical. O petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia. Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.” Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90 "O comunismo não é um sistema: é um dogmatismo sem sistema — o dogmatismo informe da brutalidade e da dissolução. Se o que há de lixo moral e mental em todos os cérebros pudesse ser varrido e reunido, e com ele se formar uma figura gigantesca, tal seria a figura do comunismo, inimigo supremo da liberdade e da humanidade, como o é tudo quanto dorme nos baixos instintos que se escondem em cada um de nós." > http://conservadores.com.br/o-anticomunismo-de-fernando-pessoa/ “Eu me pergunto sempre: “Quais são as pessoas que curtem a esquerda e, em espécie, o comunismo?” Geralmente os fracassados, aqueles que nunca iriam conseguir chegar onde sonhavam sem a ajuda de uma corrente política que precisa de acólitos." http://minutoprodutivo.com/internacional/entrevista-medico-romeno-conta-como-era-viver-num-pais-socialista "Porém o suprassumo da cretinice é contestar a fidelidade de Lula ao comunismo mediante a alegação de que é um larápio, um corrupto. Qual grande líder comunista não o foi? Qual não viver como um nababo enquanto seu povo comia ratos? Qual partido comunista subiu ao poder sem propinas, sem desvio de dinheiro público, sem negócios escusos, sem roubo e chantagem?" > http://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/el_mayorJorge Ernesto Macedo Geisel - 01/07/2017 14:24:20
Pois é, mestre Puggina.! O pior é que as autoridades e a mídia consideram os bloqueios ao direito constitucional do ir e vir da população, como sendo franquias da democracia...Malu - 01/07/2017 00:05:23
Pior mesmo , foi ouvir um desses agitadores ( grevistas), gritando em castelhano! Veio da onde esse amiguinho?Susana - 30/06/2017 22:30:26
Tudo Bem, Sr Puggina, mas hoje o Loures foi solto e o Aécio foi reconduzido ao cargo. Será que não deveríamos estar todos na rua protestando? Porque a sociedade brasileira como um todo - salvo os bolsões de radicalismo , onde o único objetivo é atacar o adversário - está indignada com a corrupção que corre leve e solta. Quanto ao Temer, na minha opinião ele é corrupto também, e eu não pediria novas eleições porque sabemos quem querem que volte, é um beco sem saída. Mas são todos LADRÕES E SEM-VERGONHAS, ISTO SÃO!Enilda Ferreira - 30/06/2017 20:51:49
Percival,teu comentário é perfeito. Lamentável é o estado de decomposição mental de tantas pessoas jovens,que por nada se entusiasmam , nenhuma causa.... Dá a sensação de que a vida delas é sem sabor nenhum...acho que é produto da drogadicao e da absoluta falta de sentido da vida. Vivem como bichos . Humano? Deus? Família? Valores? Amigos? Futuro? Pra que?osvaldo campêlo - 30/06/2017 20:26:37
Como acontece em todos os ARTIGOS publicados pelo Dr. Percival Puggina : Este também é IRRETOCÁVEL ! Parabéns Dr. Puggina !