QUANTO MAIOR O PODER...
QUANTO MAIOR O PODER...
Percival Puggina
A iniciativa do Ministério Público Federal de São Paulo de pedir à Justiça Federal a retirada da expressão Deus seja louvado das cédulas de reais impõe uma reflexão sobre o poder. Quanto maior ele for, quanto mais discricionário for, maior a prudência exigida no seu exercício. O Ministério Público, pela Constituição de 1988, ganhou uma amplitude que só não se pode chamar infinita porque tudo é finito na humanidade. Mas nada escapa às suas prerrogativas na defesa do interesse público. Do traçado das rodovias às etiquetas dos supermercados.
Poder com tal amplitude reclama prudência proporcional. Tão vasta gama de atribuições exige senso de prioridade. Não pode, quem por elas responde, confundir a defesa do interesse público com a afirmação de suas opiniões pessoais. Nem ocupar-se com quizílias quando tanto tema de relevo para o interesse público clama por atenção. É exatamente esse o caso.