• Percival Puggina
  • 17/04/2017
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QUANDO O CRIME FAZ AS LEIS

 

 É cruel a situação dos bolsões urbanos onde o crime se enquadrilha e rege a vida das pessoas de bem. Além está o mercado das vítimas, cuja juventude deve ser levada ao vício, cujos bens devem ser tomados e cuja vida não tem valor. Nenhum chefe do crime paga um vintém pelo corpo estendido no chão. Seu carro, este sim, tem custo e preço. É o "capitalismo" da criminalidade, que certa esquerda, por algum motivo, reverencia como justiceiro.

 Observo o Brasil que se vai revelando aos nossos olhos e percebo muita semelhança. Aqui atuava e dava ordens uma rede de organizações criminosas incrustadas em inúmeros centros de poder. A partir deles eram prestados alguns serviços à nação que os recepcionava na intimidade das instituições republicanas. Migalhas, distribuídas como farelo a pintos. Enquanto discursavam sobre o estado do bem estar social, viviam às custas dos miseráveis na mais escandalosa suntuosidade. A dependência é análoga à que os chefes do tráfico estabelecem sobre as regiões onde se abrigam.

 Nos novelos desenrolados pela Lava Jato foi-se sabendo que, em imensa proporção, decisões e atos do poder público tinham preço e constituíam mercadoria. Eram como drogas que intoxicavam a sociedade, a economia, a política, o direito e a justiça. Vendiam-se leis, portarias, medidas provisórias e emendas. Vendiam-se contratos, financiamentos, taxas especiais de juros, informações privilegiadas e audiências. "Alô, alô, freguesia! Quem quer uma isenção ou beneplácito para alguma falcatrua?". Mercantilizavam-se ministérios e se compravam partidos até acabar o estoque. O foro privilegiado era a sobrecapa do descaramento, regalia indisponível, aliás, ao colega lá do morro, com correntes de ouro no pescoço.

 E agora, que podemos dizer como Drummond a José que a festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu e a noite esfriou? Agora devemos ter plena consciência de que também na nossa comunidade bandidos fazem leis. E elas saltam dos recantos do Congresso Nacional como pipoca na panela que esquentou. Vão da incrível legalização do caixa-dois à inibição dos poderes do Ministério Público e do Judiciário, passando pela enxurrada de dinheiro público para o financiamento das futuras campanhas eleitorais. Mas seu lugar de honra está na Comissão Especial da Reforma Política. Ali se jogam lances como o voto em lista fechada pré-ordenada, uma proposição cujo simples enunciado espanca a democracia. Segundo ela, não serão mais os eleitores, com os votos dados aos candidatos de sua preferência, que atribuirão mandatos aos mais votados. Isso não convém àqueles cujos rostos e negócios se tornaram conhecidos. Como farão campanha, colarão cartaz em muro e se exibirão na TV? Sem voto, vai-se o mandato. E sem o mandato, o futuro passa, em 2019, pela pista do aeroporto de Curitiba.

 Com a lista fechada e pré-ordenada, defendida pelos investigados, a começar pelos presidentes das duas casas do Congresso, pelo presidente e pelo relator da Comissão da Reforma Política, a situação fica como explicado a seguir: em junho do ano que vem, ao realizarem suas convenções, os partidos, na imensa maioria dos casos comandados por seus congressistas, organizarão suas listas de candidatos a deputados federais e estaduais colocando os atuais parlamentares nos primeiros lugares. Estes, os do topo da lista, sairão da Convenção para comemorar a eleição; os demais, bons que sejam, estão previamente derrotados. Três meses mais tarde, em outubro, nós, os bobos da corte, compareceremos aos locais de votação, onde somaremos nosso voto a uma lista qualquer para que assim, proporcionalmente, sejam definidas quantas cadeiras cabem a cada sigla, segundo aquela ordem de preferência que cada partido houver definido em junho.

Não se diga que há países civilizados que votam assim. Este é o país da Lava Jato, do foro privilegiado, onde criminosos legislam, governam e julgam. (Leia a íntegra do artigo aqui: http://zh.clicrbs.com.br/rs/opiniao/ultimas-noticias/tag/percival-puggina/)
 


Kleber Verraes -   19/04/2017 05:27:41

Procure falar sobre isto com a U.S. Rep. Ileana Ros-Lehtinen (R-FL), ela foi presidente do U. S. House Committee on Foreign Affairs; e fez um relatório sobre o risco do Brasil dar suporte à organizações terroristas islamistas. A política externa "terceiro-mundista" do regime lulopetista (que continua inalterada com Michel Temer), representa uma séria ameaça à segurança nacional do Brasil. Além disto, esta política vergonhosa coloca o Brasil em rota de colisão com os Estados Unidos, União Européia, NATO e todas as nações do mundo civilizado: http://archives.republicans.foreignaffairs.house.gov/news/story/?1364

Dalton Catunda Rocha -   18/04/2017 16:28:53

O verdadeiro problema do Brasil, não era Dilma, como não era Lula, nem FHC, nem Collor, nem Sarney, nem Jango ou Jânio. O verdadeiro problema do Brasil é, o patrimonialismo. O petróleo é dos árabes. E a Petrobrás é da CUT. Dei-me um país, que tenha monopólio estatal do petróleo e, eu lhe darei um país pobre e uma cleptocracia. Qual deveria ser o hino do PT? Aquela música que diz: “Onde está o dinheiro? O gato comeu, o gato comeu. E ninguém viu. O gato fugiu, o gato fugiu. O seu paradeiro está no estrangeiro.” Quem quiser, que veja a música completa neste site: https://www.youtube.com/watch?v=92rr8EcDc90 Sarney, FHC, Lula e Dilma deram trilhões de reais ao MST, nos últimos 32 anos. O combate ao MST deve começar por eles, não por José Rainha ou João Pedro Stédile. Há quase cem anos atrás, o marxista Trotsky (1879 – 1940) escreveu isto: Para dominar uma sociedade, basta que a esquerda faça duas coisas: 1- Colocar os pobres, contra os ricos. 2- Colocar os bandidos, contra os pobres.

Rossini -   18/04/2017 15:14:02

Tudo isso decorre da falta de uma punição a altura de cada crime! No fim, Deus fará justa justiça, salvando da morte - a pena universal pelos pecados - aqueles que aceitaram e seguiram a Verdade, e esquecerá os que a si próprios condenaram. A esperança está na Boa Nova. Deus não ilude os homens prometendo-lhes tempo máximo de pena, foro privilegiado, redutos e etc. Sim, sim. Não, não. O preço do pecado é a morte. O preço da salvação é aceitar a Verdade. Enquanto a justiça humana não imitar a divina, penaremos. Entretanto, a justiça autêntica nunca será executada pelos mortais. Será feita numa instância superior, por Aquele que ressuscitou.

Genaro Faria -   18/04/2017 12:22:24

Não foi por mera coincidência que a depravação moral, a queda vertiginosa da credibilidade das instituições, da economia e da segurança pública fez do Brasil uma vitrine internacional da má gestão do estado, da corrupção desenfreada e da violência nesses poucos - mas inesquecíveis - anos de governos do PT & Cia. O maior flagelo da humanidade, em todos os tempos, é a mentalidade revolucinária. Mentalidade esta que é, em sua mais profunda essência, anticristã e desumana. Noutros termos, é a manifestação do demônio que, para enganar os desavisados, fez com que até cristãos acreditassem que ele não existe, esquecidos de que o próprio Cristo o denunciou, enfrentou e derrotou a sós e diante do testemunho dos apóstolos.

Celso -   18/04/2017 03:40:50

Vamos cair. Mas vamos cair em pé. Temos que fazer campanha para ninguém votar em candidatos do PT, PMDB, PSDB, PP e de nenhum partido que possua parlamentares pegos pela Lava Jato. É claro que eles vão usar o quociente partidário para manter foro privilegiado para os seus principais corruptos.

Nilton -   18/04/2017 03:39:53

E a nação assistindo à tudo com o traseiro colado na poltrona achando que, um dia irá melhorar . Sem sair do sofá,preocupando se com o próximo capítulo da novela ou o próximo campeonato de futebol . Elaborado para o iludir e maquiar a realidade dos fatos.

Ismael de Oliveira Façanha -   18/04/2017 01:29:54

Eleições custam muito caro, isso transforma uma DEMOCRACIA ideal em PLUTOCRACIA real, que é onde manda o DINHEIRO. Por isso o REGIME MILITAR DE 1964 instituiu o voto indireto e a propaganda eleitoral gratuita, no rádio e na televisão, na tentativa de equalizar as campanhas. Acrescentando aí o VOTO DISTRITAL e o PARLAMENTARISMO, teríamos uma razoável DEMOCRACIA. Mas as OLIGARQUIAS querem manter-se NO CONTROLE, então, NADA VAI MUDAR neste País. O presidente da república é um déspota oriental, mas também é um fantoche eleito em campanhas BILIONÁRIAS financiadas pelos DONOS DO PODER ECONÔMICO. Donald Trump elegeu-se independente do "Establishment " ianque, não se fez marionete, porque possui fortuna própria. Então, os nossos políticos servem aos padrinhos, aos Odebrecht e outras oligarquias econômicas que manipulam os cordões, "sont ceux qui tirent les ficelles". Nossos posudos presidentes parecem imperadores, por fora, mas por dentro, são lacaios.

Rogério Pinto de Carvalho -   17/04/2017 23:42:33

Dr. Puggina, se é inevitável a lista fechada, vamos exigir um artigo da lei onde diga que qualquer lista que tiver menos votos que os em branco, seus componentes estão automaticamente eliminados da eleição e seus direitos políticos cassados por 8 anos. Acho que no fim vamos sair ganhando. um abraço