Não se trata de especulação nem de "teoria da conspiração", como afirmavam alguns sempre que mencionada a perigosa importância política do Foro de São Paulo (FSP). É a Odebrecht, em acordos judiciais firmados com os governos do EUA, Brasil e Suíça que confessa haver pago propina para garantir mais de uma centena de contratos em 12 países. Segundo o Departamento de Justiça dos EUA, o valor dos pagamentos admitidos pela empresa (US$ 788 milhões entre 2001 e 2016) configura "o maior caso de suborno internacional da história". Os pixulecos foram creditados a funcionários de governos, a representantes desses funcionários e a partidos políticos em Angola, Argentina, Brasil, Colômbia, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Moçambique, Panamá, Peru e Venezuela.
Vejamos, agora, que países são esses porque a lista fala por si mesma. Há nela dois africanos, estranhos, portanto, ao FSP. Contudo, seus governantes sempre estiveram na lista preferencial da diplomacia petista. Não por acaso, Angola é presidida desde 1979 pelo ditador multibilionário José Eduardo Santos, amigo de Lula; as delações de Mônica Moura e João Santana incluem o PT, a Odebrecht e entregam o serviço sobre a origem de recursos para a eleição angolana de 2014. Moçambique, por seu turno, desde a independência em 1975, vive sob a ditadura partidária da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo). Lula também andou por lá com a Odebrecht, como se verá mais adiante.
Os demais países são iberoamericanos. Durante o período coberto pelas confissões de culpa da Odebrecht, estiveram sob governos de partidos integrantes do FSP o Brasil, Argentina, Equador, Panamá, Peru, República Dominicana e Venezuela. Aparentemente, os esquemas de corrupção envolvendo aquela empresa no México e na Guatemala foram meramente comerciais, sem relação com interesses políticos de partidos ligados ao FSP.
O site do Instituto Lula disponibiliza um relatório sobre as palestras realizadas pelo ex-presidente. Ali se vê que, em maio de 2011, ele falou para convidados na Cidade do Panamá, contratado pela Telos Empreendimentos Culturais que, por sua vez, segundo constatado pela Polícia Federal, era contratada pela Odebrecht. Em junho de 2011, falou em Caracas e em Angola, contratado pela Odebrecht. Em agosto de 2011, pago pela OAS, falou em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. Em novembro de 2012 em Moçambique, levado pela Camargo Correa. Em novembro de 2013 foi à República Dominicana, pago pela Odebrecht. Em junho de 2013, foi ao Peru, contratado pela Odebrecht e, dois dias mais tarde, ao Equador, desta feita, patrocinado pela OAS. Em fevereiro de 2014 palestrou no Uruguai do companheiro Mujica, contratado pela OAS. Ainda em fevereiro de 2014 foi a Cuba, a serviço da Odebrecht. Em maio de 2014 voltou a Angola, para a Odebrecht.
Parece muito evidente, tanto nas delações da Odebrecht quanto nas da OAS, a convergência de interesses empresariais com interesses políticos. Estes últimos envolvem países sob governos do FSP ou campanhas eleitorais de interesse daquele coletivo partidário internacional.
Você lembra, leitor, da "Pátria Grande"? Pois é desse mega projeto político internacional que estamos falando. Abastecido com financiamentos brasileiros do BNDES, ele teve sua tesouraria esvaziada pelo impeachment e pelas investigações da Lava Jato.
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* Percival Puggina (72), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A tomada do Brasil. integrante do grupo Pensar+.
Dalton C. Rocha - 02/08/2017 23:20:33
Num artigo escrito há alguns anos, Olavo de Carvalho já falava deste mesmo assunto. No site http://www.dcomercio.com.br/categoria/opiniao/el_mayor Olavo de Carvalho escreveu: "E o fato é que, após um começo difícil, Lula veio caminhando de vitória em vitória, desnorteando os adversários, articulando com mão de mestre os grupos mais heterogêneos e os interesses mais incompatíveis, até concentrar nas suas mãos mais poder que qualquer dos governantes que o antecederam, reduzindo a pó as oposições e transformando o Estado inteiro numa máquina dócil aos seus interesses partidários. Isso ele quis fazer, e fez. Isso foi o objetivo da sua vida, e foi exemplarmente realizado. A seus inteligentíssimos e refinadíssimos desafetos só restou, como prêmio de consolação, a pose de desprezo fingido, camuflagem do ódio impotente."Genaro Faria - 02/08/2017 22:10:38
O estado dominado, de cima a baixo, por uma organização que se eterniza no poder absoluto e inconteste; a economia dominada por um grupo de empresas estatais e mega empresas privadas pertencentes a sócios dos dirigentes do estado, que legislam, executam e julgam a si mesmos; o mercado, seja o do trabalho ou do consumo, planejado e manipulado para sustentar esses dois grupos dominantes, político e empresarial, no qual "o freguês nunca tem razão" e, finalmente; uma população "educada" desde a infância a apoiar o regime incondicionalmente, sob pena de o rebelde ser internado em centros de ressocialização ou manicômio judiciário. Eis, em resumo, o paraíso socialista que o Foro de São Paulo, fundado por Lula e Fidel Castro por inspiração de Frei Betto, quer materializar na América Latina e Caribe. Só não vê quem não quer.Rodrigo - 02/08/2017 13:21:27
Dizem alguns teólogos que o maior dos ardis de Satanás é convencer a humanidade de sua falsa inexistência, pois se ninguém teme o que não existe, ele poderia agir livremente sem ser percebido, causando toda uma gama de estragos na vida das pessoas. Esse tal "Foro de São Paulo" usa esse mesmo método. Trata-se de uma organização de esquerda que congrega desde partidos políticos de todos os países da América Latina até organizações ligadas ao narcotráfico, como as FARC. Dali saem todas as estratégias da esquerda no continente. Porém, a esquerda tenta, de todas as formas (mentirosas, aliás), negar os efeitos desse fórum, chegando em alguns momentos da história a negar inclusive sua própria existência. Ledo engano. Nada do que acontece no mundo é fruto do acaso. As esquerdas mundiais são, atualmente, financiada por bilionários globalistas, como o senhor George Soros. Se alguém tiver dúvida disso, leia o artigo do professor Alan Ghani no site da Infomoney de 26/08/2016, intitulado "Por que George Soros financia movimentos de esquerda? Entenda". Ao ler esse bem fundamentado artigo, tive a real compreensão do que move as esquerdas brasileiras, suas bandeiras espúrias como feminismo, abortismo, ideologia de gênero, defesa de bandidos, legalização das drogas, desarmamentismo, etc, bem como os constantes ataques aos chamados valores da civilização ocidental, alicerçados na cultura judaico-cristã. Vale a pena ler. Para conseguir compreender os reais motivos, quem de fato financia essa patota toda da esquerda e suas ONGs fajutas, quais seus reais objetivos e, principalmente, como combater seus operadores. Afinal, está na Bíblia: "E conhecereis a verdade, e a liberdade vos libertará". Até ler esse artigo, eu combatia essa gente no escuro. Agora, sei com quem estou lidando.